Opinião

Opiniao 22 12 2014 428

Quem se atreve a derrotar o monstro? – Tom Zé Albuquerque* É sabido por qualquer brasileiro sadio da cabeça que a corrupção em nosso país é uma epidemia, uma peste sem precedentes. Institucionalizou-se o furto, o saque, a apropriação indevida; se locupletar da coisa pública virou esporte nacional. As manchetes de jornais e destaques de programas televisivos já banalizam o assunto, de tão corriqueiro. A pergunta que não sai de pauta da mente dos honestos é: como conter essa esculhambação? Lembrei nesses dias de uma figura emblemática da mitologia grega, a Hidra de Lerna, na qual sua performance cabe perfeitamente como analogia à situação caótica que vive a moralidade dos muitos brasileiros que legislam e administram o patrimônio da população. Esse incrível animal, filho de outros monstros, habitava numa região pantanosa nas ciliares do lago de Lerna, na Argólida (o que hoje se refere à costa leste da região do Peloponeso). Hidra tinha o corpo em forma de dragão, mas com sete cabeças de serpente, o que permitia que usasse concomitantemente os venenosos hálitos para destruir os homens. Seu algoz, o grande herói da mitologia grega, Hércules, tentou esmagar as cabeças do bicho inabalável, mas a cada uma delas que cortava, duas outra cabeças nasciam, num processo macabro de regeneração. Mas a humanidade da época tinha o filho de Zeus, e Hércules meticulosamente mirou na cabeça principal, a imortal, a culminante, e desferiu o golpe mortal na fera, liquidando também as outras cabeças. Entretanto, e infelizmente, não temos mais heróis, nem de mentirinha e muito menos de verdade. Os governos – central e vários estaduais – agem à lasso, como se não devesse satisfação a seu ninguém, por serem sabedores da impunidade que reina no Brasil. De nada adianta denúncias, prisões temporárias, perda eventual de cargo, se a cabeça central da corrupção não é estraçalhada. Para que tanto estardalhaço da mídia em relação aos roubos, conluios, formação de quadrilhas, enriquecimento ilícito e desregrado de homens públicos, se em nada irá mudar a vida dos corruptos e corruptores? A imprensa divulga cotidianamente que “A justiça solta os responsáveis por desvio de dinheiro (…) saques aos cofres públicos (…) superfaturamento para propina…”. Ora, se a justiça faz isso o que fará a injustiça? Os magistrados também são reféns das leis inequitivas; estão encurralados em face de uma legislação permissiva e eivada de valas para manutenção da bandidagem. Os condenados (por incrível que pareça, exceto o denunciante) pelo rombo do mensalão estão soltos, lépidos e se danando; os corruptos que serão condenados em mais um escândalo, o petrolão, continuarão a usufruir o produto dos saques. Nos Estados, pipocam constantemente denúncias de corrupção com aumento estratosférico de patrimônio dos homens públicos.. mais impunidade à vista. Não adianta, se não aniquilar a origem do problema, a cabeça-mãe, o centro nervoso da corrupção, existirão apenas floreios para impressionar a sociedade; esta, cada vez mais embriagada com a mesmice indefectível… é o senso comum predominado aberta e indistintamente. Como disse o economista Rodrigo Sias: “Punir os meios e deixar os fins intactos. Essa é a tática para a manutenção da corrupção endêmica. E para destruir a democracia”. *Administrador  ————————————————- Porque nem só de rodas vive o homem… – Vivian Nickel Na semana que passou, a prefeita Teresa Surita afirmou, em um programa de uma rádio local, que Boa Vista poderá contar com uma ciclovia muito em breve – só estaria faltando a liberação da verba pelo Ministério das Cidades, o que, segundo entendi, também não deve demorar. De acordo com a prefeita, o projeto prevê a construção de uma ciclovia com cerca de 40 quilômetros. Essa é uma grande notícia para os moradores da cidade. Boa Vista é uma capital que está em franco crescimento e é notório o aumento do número de carros e, consequentemente, de congestionamentos nas principais vias da cidade, especialmente nos horários de pico. Estamos num momento de transição em que é possível fazer um planejamento urbano que leve em consideração alternativas que permitam que a capital cresça de uma maneira sustentável, ao contrário de outros centros urbanos. Capitais como Manaus, Belo Horizonte e Porto Alegre, por exemplo, enfrentam hoje um caos na área da mobilidade urbana. Dependendo do ponto da cidade em que estiver – e do ponto em que quer chegar –, você pode levar até 1 hora para percorrer meros 10 quilômetros de carro. Em Boa Vista, contudo, o processo de urbanização ainda está no início, o que significa que ainda há tempo para pensarmos um rumo diferente que não nos leve para o mesmo caos que impera nos grandes centros urbanos brasileiros. A notícia da ciclovia é, sem dúvida, um sinal de que o poder público está atento ao problema da mobilidade urbana. Mas se Boa Vista pretende ser uma cidade modelo para outras capitais nesse setor, alguns outros ajustes são necessários. Não é aceitável que uma capital possua tão poucas calçadas em condições mínimas de serem utilizadas. Em muitas avenidas importantes da cidade, como a Capitão Júlio Bezerra, a Ville Roy e a Glaycon de Paiva, há partes em que é impossível andar na calçada – porque simplesmente não há calçamento. Na Major Williams, por onde passo todos os finais de tarde, arrisco diariamente a vida da minha filha, um bebê de 14 meses, porque sou obrigada a dividir o acostamento com os carros que cruzam a avenida. Nos trechos em que há calçamento, não há como passar porque muitos motoristas transformam as calçadas em estacionamentos. Essa é uma prática que pode ser conferida diariamente em toda a cidade. Em frente ao posto de saúde na esquina da Via das Flores com a avenida Bandeirantes, há uma faixa exclusiva para estacionamento. Mesmo assim, todas as manhãs, motoristas estacionam seus carros em cima da calçada obrigando os pedestres a caminhar pela avenida num cruzamento extremamente perigoso. Trata-se de uma prática tão comum que parte do comércio chega ao ponto de demarcar as vagas para os carros em cima das calçadas. Confesso que, já há algum tempo, desisti de passear com a minha filha em seu carrinho. Também evito levá-la para andar de motoca na rua, porque Boa Vista não é uma cidade que oferece condições de segurança para seus pedestres, tampouco para um bebê num carrinho. Fico pensando aqui como deve ser difícil a vida de um cadeirante na nossa capital. A ciclovia está chegando e será muito bem-vinda. Mas antes dela, ou melhor, junto com ela, é preciso voltar a atenção para outras necessidades básicas. É preciso cobrar dos responsáveis a construção e conservação das calçadas da cidade. Faz-se necessário também aumentar a fiscalização para punir o descumprimento do código de trânsito. Estacionar em cima da calçada é infração e dá multa. Curitiba corrigiu o problema depois que a prefeitura assumiu uma política de tolerância zero com motoristas que estacionavam seus carros em cima das calçadas. Uma cidade sem um calçamento minimamente seguro fere um dos direitos mais básicos dos cidadãos brasileiros, o de ir e vir. Ainda há espaço e tempo para que essas correções sejam feitas e Boa Vista já mostrou que quer ser uma capital modelo. Mais que uma cidade grande, Boa Vista tem vocação para ser uma grande cidade. Lá, somente agora acordamos para a necessidade de se pensar vias alternativas para desafogar o trânsito – algo que deveria ter sido previsto há muitos anos atrás. Para dizer a verdade, mobilidade urbana é um tema que só passou a ser pensado porque chegamos naquele ponto em que é mudar ou morrer. Porto Alegre parece ter escolhido mudar, mas paga-se um preço alto quando essas preocupações chegam tardiamente. Hoje, os custos de qualquer iniciativa mais sustentável, como a construção de uma ciclovia, por exemplo, atingem níveis estratosféricos porque antes de iniciar qualquer obra, é preciso demolir e construir um pedaço da cidade. Essa é a vantagem de Boa Vista. *Doutoranda em Letras e mãe da Clara —————————————————— CASAMENTO UMA INSTITUIÇÃO SÓLIDA E SAGRADA – Vera Sábio “Aquele que construir sua casa sobre a rocha. Mesmo diante de qualquer tempestade, ela não se abalará”. ( Lucas 6:48) Final de ano é um tempo onde são feito os cálculos das perdas e ganhos ocorridos durante todo o ano. E são através destas reflexões que pensamos o que precisamos deixar para trás; aceitando como perdas, o que aconteceu indevidamente e deve ser esquecido e perdoado. Refazendo assim de forma diferente o que podemos aproveitar como “ganhos”; pensando de maneira positiva, pois entenderemos que faz parte de nossa evolução e aprendizagem. Porém é retroativo perceber que o índice de divórcio aumenta em uma época mais esclarecida, independente e livre para a decisão tão séria do casamento. AMAR É UMA DECISÃO. Um sábio conselheiro recebeu a visita do homem que dizia já não amar sua esposa, e que pensava em se separar dela. O sábio escutou… Olhou nos olhos e disse apenas uma palavra, para logo a seguir se calar: -Ame-a. – Mas já falei: Não sinto nada por ela! – Ame-a! -disse-lhe novamente o sábio. E percebendo o seu desconforto, depois de um breve silêncio, completou dizendo: – Amar é uma decisão, não um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja vigilante, porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas mas nem por isso abandone o seu lar; construa-o na rocha, que nada o demolirá. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, perdoe-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Ore com ele, pois o casamento, onde Jesus está presente, é uma instituição sólida e sagrada. Ame! Isto é tudo. O casamento sem amor, é passageiro. A fidelidade sem amor, é inconstante. A convivência sem amor, é cansativa. As falhas sem amor, são imperdoáveis. A beleza sem amor, te faz ridículo. A autoridade sem amor, te faz tirano. O trabalho sem amor, te faz escravo. A fé sem amor te deixa fanático. A cruz sem amor se converte em tortura. A vida sem amor…não tem sentido. Pense nisto ao chegar o natal; permitindo que “Jesus Cristo” renasça em seu casamento, e te faça perceber: “Cada  casamento é um mundo que nasce”. Deixe que este novo mundo cresça e se multiplique, repleto de amor… *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega ————————————————— ESPAÇO DO LEITOR CARRO Parece que esse negócio de utilizar os bens públicos para fins particulares não acaba nesta terra. No início da semana passada, para ser mais precisa, na terça-feira, dia 16, de manhã cedo, vi uma moça muito bem vestida, saindo de uma padaria no bairro Caçari, com compras que deviam ser para o café da manhã. Ela entrou em um veículo sedan, identificado como da Sesau [Secretaria Estadual de Saúde], de placa NBA 5101. Julguei então que ela teria saído de casa, onde guarda o carro da secretaria, pois o órgão funciona no bairro Aeroporto, se não me engano, e iria levar café da manhã para o trabalho. Mas para minha surpresa, ela entrou em uma das ruas internas do bairro, que não direcionam a secretaria. Não sei se existe uma normativa que permite que funcionários do Governo levem os veículos institucionais para casa. Essa é a razão da minha estranheza”, relatou. VAGAS Um internauta, identificado como D.A, escreveu para Redação da Folha para falar sobre o que ele acredita ser um desrespeito que estão cometendo com os idosos e os portadores de deficiência física, em um dos recém-inaugurados shoppings da cidade. Fui este fim de semana em um dos shoppings da cidade e enquanto localizava uma vaga para estacionar meu carro, reparei que todas as vagas de idosos, que são as mais próximas da entrada do shopping, estavam ocupadas no estacionamento, além de algumas para deficientes físicos. Mas o estranho é que enquanto visitei o shopping, por cerca de uma hora, não encontrei tantos idosos que justificassem todos aqueles carros ocupando as vagas destinadas a eles, muito menos deficiente físicos. E detalhe: Todas as vagas estavam muito bem sinalizadas, com placas que não deixavam dúvidas a ninguém”, comentou. TELEFONIA O internauta José Vilela reclama que na última quinta-feira, dia 18, a companhia de energia elétrica realizou a troca de postes de madeira por concreto na rua Val de Cans, no bairro Aeroporto, e houve uma grande demora por parte da empresa Oi para solucionar o problema os moradores do local que ficaram sem os serviços de telefonia e internet. “Depois do serviço a fiação da telefonia ficou no chão. Fiz contato com a OI e disseram que resolveriam o problema, mas o que reparamos foi um grande descaso para com o consumidor”, reclamou.