Opinião
OPINIAO 23 03 2015 770
Luz trevas e cores – Afonso Rodrigues de Oliveira
“A luz e as trevas são os dois extremos, entre os quais existem todas as cores”. (Rui Barbosa)
Se as cores existem, por que se preocupar com a escuridão? Procure vê-las. São as cores da vida que tornam a vida mais agradável, e não a escuridão. Podemos ver sem enxergar. Temos um dos maiores exemplo na matéria do fim de semana da Vera Sábio. Ela nos mostrou como podemos ver todos os desmandos e clarezas da vida, sem medo da escuridão. E daí? Por que perder tempo com coisas que não nos levam a lugar nenhum? Se cada um de nós fizer sua parte no desenvolvimento do nosso racional, seremos racionais. Simples pra dedéu. Podemos ver o arco-íris mesmo sem enxergá-lo. E podemos viver na extrema escuridão enxergando tudo à nossa volta. O que indica que nem sempre vemos o que enxergamos. As coisas são como são e nem sempre como as enxergamos.
É bem verdade que não podemos ficar alienados aos absurdos que nos rodeiam. Queiramos ou não, estamos frágeis e na iminência de cair no lamaçal da desordem. Mas é aí que devemos mostrar quem realmente somos. Ou somos capazes, ou meros títeres dos bagunceiros. O assunto é muito mais complicado do que parece. E não é mais do que continuação da peça do espetáculo em atividade, desde a nossa remota origem. Porque a vida é um ciclo. E muito mais extenso do que imaginamos. E se é assim, porque levá-la tão a sério? Mas não levar a vida a sério não indica negligenciar com seu desenvolvimento. Vamos cada um fazer sua parte na vida, como ela deve ser feita. Vamos acordar para nossa responsabilidade.
As futilidades, vulgaridade, banalidade e seus semelhantes, devem se banidos de nossas vidas, por nossa iniciativa. E só conseguiremos isso quando formos capazes de segurar nosso timão. Todos nós somos responsáveis pela direção do barco da nossa vida. Somos todos de origem racional, embora ainda nos comportemos apenas como animais racionais, porque é o que somos. Mas temos que sair dessa. E a escada é pra ser subida. Ou subimos os degraus ou continuaremos marionetes da mediocridade dos que pensam nos dirigir. E em vez de barcos eles nos mantêm em meras pirogas intelectuais. E a mídia nacional tem contribuído muito para isso. E nada está influenciando mais para nosso mergulho no lamaçal. E não tome isso como uma crítica, mas como uma opinião de quem faz parte do grupo realmente preocupado com os desmandos da nossa cultura. E isso tem muita importância no nosso desenvolvimento. Para onde estão nos levando? E para onde queremos ir? A decisão é de cada um de nós. “Lucram com a desordem os governos desacreditados”. Pense nisso.
* [email protected] 99121-1460
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A vida em vácuo – Tom Zé Albuquerque*
O homem vive numa crise de percepção. Não se consegue parar para analisar ao redor; costumeiramente abre-se mão daquilo que é novo, o que é diferente. A felicidade é protelada num maligno processo de falseando do presente de uma alegria inconstante, superficial, quase sempre distorcida.
Observo pessoas que transformam suas vidas em algo estático; se embrenham no trabalho e acumulam riquezas que sequer sabem quem vai dela desfrutar; vivem numa trivialidade de dar dó, sempre focando num futuro tranquilo que não chega nunca e, se vier, trará consigo mazelas do passado que os impossibilitarão de se viver intensamente o resto de vida. A emblemática frase: “Quando eu me aposentar, faço isso…”, é algo dormente, porque na fase idosa a memória já não responde subitamente; o corpo de definhamento crescente está cercado de limitações; atividades, locais, situações são forçosamente seletivadas, e o que se sonhou no passado está restringido na vida real.
Transformar a vida em algo linear é fruto de um distúrbio mental. Não se apropriar das coisas simples da vida é uma espécie de encarceramento social, porque andar de bicicleta, tomar um banho de cachoeira, aprender a manusear um novo objeto, criar uma atividade paralela que traga prazer e contribua com a sociedade, conhecer locais e pessoas novas, conversar com gente diferente, telefonar para um velho amigo, rever um parente que há tempos não o encontra, resgatar as pessoas e locais da infância… isso e muitas outras coisas deveriam fazer parte do dia-a-dia de todos nós. Fico impressionado com pessoas que há anos acordam, exercem suas atividades diárias, e adormecem após cobrir toda a programação dos nocivos programas e novelas de TV, para no outro dia fazer a mesma coisa, recomeçando todo o processo linear de vida.
O mais chocante ocorre quando o ser humano abre mão de aproveitar a vida para guardar bens e dinheiro. Considero isso algo um tanto quanto maluco, porque o homem decide passar toda sua trajetória guardando algo para outrem. Então, sua missão na Terra não seria usufruir de sua vida, mas preparar o conforto e os excessos das vidas de outras pessoas? Muitas pessoas se alimentam mal, passam restrições em seu lar, destinam seus filhos para escolas públicas ou baratas em prol de acumular dinheiro. Muitas famílias deixam de gozar juntas suas merecidas férias, conhecer ambientes exóticos, históricos, divertidos e lograr momentos antes inimagináveis porque o mantenedor da casa prefere acondicionar o que é seu (e que sabe lá se, de que forma ou quando não vai ser usado) para que outros venham a se apropriar, sem remorso algum.
Enquanto no Brasil o imposto sobre causa mortis gira em torno de 4% sobre o patrimônio, nos EUA o imposto de um herdeiro quando das mortes dos familiares alcança até 45% sobre todos os bens, físicos ou não. Isso força as pessoas a desfrutarem do que são seus ainda em vida. Cabe bem nessa linha o pensamento de Dalai Lama: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido”.
Ao final, só cabe aos avarentos proferirem o poema dos Titãs: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais, e até ter errado mais, ter feito o que eu queria fazer. Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se por”.
*Administrador
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A AIDS CONTINUA MATANDO
De uns anos para cá já não se comenta mais sobre a AIDS, como falavam, quando a doença era o medo total da nação.
Isto ocorre porque existem medicamentos eficientes que proporcionam uma qualidade de vida muito boa para aqueles que adquiriram este vírus letal.
Porem não é nada agradável ter que tomar uma dúzia de comprimidos por dia durante toda a vida; comprimidos estes causadores de diversos efeitos colaterais, capazes de fazer várias pessoas não cumprirem a risca o tratamento e com isto piorarem, chegando ao óbito.
Pois a realidade é que a cura da AIDS ainda não existe, e que o aumento deste mal está crescendo mais e mais.
Assim a falta de precauções, receios e seriedade diante deste vírus; como a irresponsabilidade na hora de fazer sexo, no pensamento imediato no momento vivido, e nunca nas consequências deste gesto impulsivo; é o que permite com que a AIDS cresça mais e mais.
Lhes afirmo que está na hora, ou passando da hora, da mídia, das escolas e das religiões tomarem consciência desta triste realidade; a qual mata, tão somente pela irresponsabilidade de um ato eufórico, sem pensar nas consequências de um relacionamento imprevisível, uma curtição momentânea e uma noite de alegria e euforia; que pode causar a morte de todo um brilhante futuro pela frente.
Se todos, principalmente os adolescentes e jovens; os quais estão sendo os maiores vitimizados do momento; tivessem esta conscientização. Com certeza protegeriam-se muito mais, valorizando vossos corpos como condição necessária para terem relacionamentos verdadeiros, seguros, apaixonados e duradouros.
Vontade de todos que desejam ser felizes.
Vera Sábio Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] cel. 991687731
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O meu, o seu e “o deles”
Em mais uma etapa nas investigações da operação Lava jato, foram divulgados pelo Supremo Tribunal Federal – STF, os nomes dos parlamentares envolvidos – investigados – por envolvimento nos desvios de dinheiro público.
É Justamente esse o ponto em que gostaria de focar estes breves comentários.
Fui criado sob disciplina não tão rígida, mais, meus pais, apesar dos poucos recursos financeiros, deixaram muitas lições valorosas, posso dizer que tive uma ótima educação. Sei dar valor ao que é meu, bem como, respeito o que é dos outros, mas é deles, dos outros.
Nessa linha, sabedor de que o Direito prima por vários princípios, dentre eles, na esfera penal, o da presunção de inocência, inclusive é uma garantia constitucional (art. 5º, LVII, CF), através do qual, ninguém deverá ser culpado enquanto não houver sentença condenatória transitada em julgado.
Longe de mim discutir Direito, refiro-me apenas a moral, decência, vergonha na cara: princípios basilares da vida de qualquer pessoa de bem. Estes não vão constar em nenhum código.
Fazendo alusão aos bens públicos, parece que alguns dos nossos representantes eleitos (e não interessa mesmo como conseguiram), acham que o que é meu, e o que é seu: a coisa pública pertence a eles; que investidos na função que ocupam, se acham no direito de tomar pra si a coisa alheia.
Sem falso moralismo, que o dinheiro desviado dava pra construir não sei quantas casas populares, fazer creches, realmente dava, mas, o problema é que com essa sangria, macularam não só a imagem da PETROBRÁS, findaram por prejudicar o país, no tocante ao risco de investimento, na confiança. Realmente não dá pra confiar mesmo em um país gerido por pessoas que pra se manterem no poder, ou pra chegar a ele, aviltam a nação.
Nesse diapasão, tomando por base aqueles princípios morais, em contraposição ao da presunção de inocência, acredito que todos os investigados deveriam ser destituídos de seus cargos, todos mesmo, sei que não há lei que obrigue, por isso me prendo à moralidade, à ética, pois são pessoas públicas, gerindo com bens públicos, representando Estados e pessoas.
É por isso que escrevo estas poucas linhas, para, quem sabe, incutir o pensamento de que devemos cobrar a saída destas pessoas, que hoje são apenas “investigadas” de estarem envolvidas em desvio de recursos públicos. Justamente pelo fato de serem “investigados” causaram o descontentamento daqueles a quem representa, eu, você e muitos outros.
Jeová Leopoldo Feitosa* – * Advogado. Cidadão brasileiro indignado.