A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA – Dolane Patricia*
Os fins para os quais a maconha foi legalizada em vários lugares do mundo são absurdos! O mais curioso é o fim “recreativo”.
Analisando a definição da palavra recreação, encontramos sinônimos do tipo: “lazer”, “entretenimento” e “diversão”.
Não muito tempo atrás, o termo lazer lembrava passeios na natureza, parques, cinema, teatro, etc. Mas o uso de maconha como lazer, passou a se incluir nesse meio em razão da sua legalização em vários países.
Existe tanta coisa que poderia ser plantada e comercializada sem prejudicar a saúde e a sociedade! Que vantagem existe em buscar alucinação? Ademais, a liberação da planta vai oprimir ainda mais os usuários da classe menos favorecida, porque a recreação vai ficar cara!
O Uruguai foi um dos que liberou a maconha para comercialização e “recreação”. Turim, na Itália, também aprovou o comércio legal de maconha. É a primeira cidade da Itália a aprovar a liberalização da maconha para fins “recreativos”, informações do site oglobo.globo.com.
A Holanda foi o primeiro país a permitir o uso da maconha, em 1976, mas, em 2012, começou a revisar suas políticas diante do aumento da criminalidade. Os crimes aumentaram não pelas ações dos holandeses, mas de turistas.
Ademais, mais de 20 estados americanos implementaram leis de maconha medicinal. Naqueles que o fizeram, hoje há um dispensário de maconha para cada seis farmácias comuns.
É claro que a legalização da maconha divide opiniões em todo o mundo, no entanto, todos concordam que uma pessoa sobre efeito de drogas pode trazer consequências indesejáveis não apenas para si, mas para toda sua família.
Nesse contexto, é necessário salientar que já foi provado que a maconha é uma droga devastadora que deixa a pessoa sem o controle de suas emoções. Assim sendo, é importante falar, alertar e conscientizar as pessoas do perigo que a droga pode trazer na vida de um jovem, de um adolescente, de uma criança…
Sou contra a liberação da maconha, seja para plantio, comercialização, recreação, divertimento. Não acredito que as pessoas precisem se drogar para se divertir. O próprio nome “droga” já deixa claro que não é coisa boa…
Assim sendo, se analisarmos com cuidado, veremos que a violência já possui índices alarmantes em todo país. Liberando a maconha, a violência irá aumentar, porque a pessoa que “vai se recrear” com a droga perderá a noção da realidade.
E quem serão os principais prejudicados? Os que não são usuários. Digo isto, porque vai aumentar os gastos com a saúde pública, que “já não é lá essas coisas!”
A maioria dos crimes bárbaros é praticada por usuários de drogas. Além disso, quantas famílias hoje sofrem porque seus filhos são dependentes? Sem falar que muitas vezes os dependentes são os próprios pais.
Os jovens poderiam se “entreter” estudando, lendo, pesquisando e praticando esportes. Existem tantas formas de recreação.
Estamos falando do comportamento humano, individual, que atinge o social. Ou seja, uma pessoa usa drogas, causa danos à sociedade, matando e roubando para sustentar o vício.
Deveria existir um programa eficiente de prevenção e de educação para que a pessoa evitasse consumir essa ou qualquer outra droga, porque não traz benefícios para ninguém, prejudica a saúde e interfere no comportamento com outros indivíduos.
“O governo uruguaio calcula que, com a lei, poderá retirar do narcotráfico entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões anuais. O principal consumidor de maconha do país tem entre 19 e 30 anos. De acordo com cálculos estatais, 25 mil uruguaios usam a droga diariamente e entre 120 mil e 150 mil pessoas a consomem em alguma vez durante o período de um ano. O preço de referência utilizado é de um dólar por grama.” Enfim, no final tudo tem a ver com dinheiro!
Além disso, existe o risco de um indivíduo que experimenta maconha em fazer uso de outras drogas como a cocaína, é maior do que entre indivíduos que nunca usaram a maconha.
De acordo com o site Uol, “Consumidores de substâncias psicoativas podem causar danos e sofrimento a outras pessoas. Assim, os usuários de drogas são menos produtivos e têm maior chance de morte prematura”. É uma ameaça a eles mesmos, à medida que eles atuam de forma autodestrutiva. Sem falar que é de certa forma contagiosa, pois, os usuários podem convencer outros a experimentá-las. Deveria ser contagiosa a vontade de estudar!
Não liberem a maconha! Invistam na saúde pública, na educação, em políticas públicas que vão transformar jovens em profissionais que irão contribuir para o desenvolvimento do País.
Criem projetos para incentivar o emprego do menor aprendiz, vão fiscalizar a farra com o dinheiro público. Os jovens brasileiros não contribuirão em nada para o País se estiverem drogados.
No mundo em que nos encontramos, precisamos estar sóbrios para tomar decisões coerentes que determinarão o nosso destino e até o destino da Nação.
A maconha não deve ser legalizada. Você não precisa dela, precisa lutar pelos seus ideais e precisa estar lúcido para isso, pois, como diz George Eliot: “nunca é tarde demais para ser aquilo que você sempre desejou ser.”
*Advogada, Juíza Arbitral, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Personalidade Brasileira e Personalidade da Amazônia. Acesse dolanepatricia.com.br
Amando com amor – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A ausência é para o amor o que o vento é para o fogo: apaga o pequeno, e ativa o forte”. (Johan)
Naqueles dias angustiantes, eu acordava muito cedo. O pessoal, que acordava cedo, se preparava para a labuta, e eu dava uma esticadinha. Na verdade minhas escapadas eram, mera e simples evasiva. O que me angustiava me confundia. A beleza da região e o esplendor na Natureza encantavam-me. A ausência da esposa e do filho
recém nascido torturava-me. Sempre me soube e me senti uma pessoa preparada para os trancos da vida. Treinei-me desde a infância. Mas, há momentos em que a estrutura se abala. Mas sempre me segurei. Sem pensar em nada disso, caminhei pelo milharal, avancei pelo campo do arrozal e contemplei a embriaguez de cores no horizonte avisando-me que o sol ia nascer.
Os cachos do arroz ondulavam-se em ondas furta-cores ao sabor do vento brando e sonolento. Subi num tronco e contemplei as ondas dos cachos parecendo uma marola vegetal em direção ao horizonte distante e colorido. Extasiei-me. Não era a primeira vez que assistia àquele espetáculo divino que me era oferecido gratuitamente, como recompensa pelos meus dias de ausência, na ânsia da ausência. Não sei por quanto tempo permaneci ali sem noção de tempo, e por isso, sem ver o tempo passar. A saudade batia forte, maltratava, judiava. Eu era um jovem de vinte e quatro anos de idade, casado e com o primeiro filho esperando-me sem saber que esperava. Se tudo isso tivesse me passado pela cabeça naquele momento, eu teria caído daquele tronco. Eu apenas resistia ao peso, sem nem mesmo ter plena noção do quanto ele pesava.
Foi naquela hora, sem nenhum planejamento, que decidi sair dali a meu modo. O avião da “poaia” estava fora de cogitação. Apesar do meu sofrimento eu não tinha coragem de usar o avião em detrimento dos, cujo sofrimento físico ultrapassava meu sofrimento emocional. Naquela contemplação percebi que meu amor pela minha família era fogo que vento nenhum seria capaz de apagar. Ao contrário, cada dia que eu passava ali dentro da selva mato-grossense, mais aquele vento sobre os cachos no arrozal me acendiam o amor pela família e a ânsia de voltar para eles.
De volta ao rancho decidi-me e dois dias depois, depois de uma caminhada alucinada pela mata desconhecida, dormi no “Casarão mal-assombrado”. Três dias depois, cabeludo, estropiado e com um berne na cabeça, abracei minha esposa e meu filho, no Rio de Janeiro. O que nunca teria conseguido se tivesse tido medo de enfrentar o desafio da floresta e seus encantos. Pense nisso.