Opinião

Opiniao 23 12 2014 431

O homem que apagou a luz – Walber Aguiar* …é melhor acender uma vela que maldizer a escuridão… Confúcio Era domingo. Um dia de luz, alegria e celebração. De repente, do nada, a escuridão, a tristeza, o medo, a dor, as flores descoloridas. No Mecejana, Franceli fora subitamente privado da visão. Próximo dali, o pequeno Felipe estranhou aquela situação inusitada. Até ali os dois enxergavam. Daquele momento em diante o eletricista do infinito permitiu, por algum motivo, que a luz fosse cortada. Franceli Alves gritou pela mãe; Felipe chamou por Tana Halu e mandou que ele prendesse o homem que apagou a luz. O artista plástico, condoído com aquela situação, entendeu ser possível juntar os fios da bondade humana, a fim de que o pequeno Felipe fosse operado justamente por aquele que o privara da visão. Pois, por assim dizer, os médicos, com o dom de curar, abririam os olhos do menino e derramariam ali o clarão radiante da vida, o estoante brilho da glória de Deus. Ora, a teodicéia é uma tentativa de culpar o Eterno por todos os males que existem no mundo. Um argumento ateístico que busca atirar a areia do sofrimento nos olhos do Criador. Dessa forma, há vários tipos de teodicéia. A mais recorrente é aquela que diz que temos que conhecer o mal para valorizarmos o bem. Em última análise, até Deus teria que passar por esse processo. Assim, muitos afirmam que não são culpados pela desobediência do primeiro homem e da primeira mulher, nem pediram pra nascer. Teodicéias a parte, se a doença entrou por meio de um homem, a cura veio por intermédio de outro. Assim, o Jesus que deu vista aos cegos continua abrindo os olhos dos vitimados pela escuridão. Há cegos que enxergam mais que os que veem; pois  possuem uma ampla e profunda compreensão da vida e da verdade. Em se entendendo o portador da cura, conseguiremos compreender porque o ser humano ainda tem jeito, ainda é capaz de estender a mão, de se dar e se gastar em prol do outro, numa fabulosa visão de alteridade. Mesmo estando diante da maldade do homem, do amor em extinção, ainda conseguimos captar sinais de graça e de esperança para hoje. Ainda vemos uma pequena lanterna na mão dos que insistem em fazer o bem. Ainda percebemos uma pequena luz bruxuleante ao redor daqueles que se lançam na direção de Deus e do outro. Daí o esforço hercúleo de Tana Halu e de tantos outros que resolveram abraçar o menino Felipe em sua confusa escuridão. Assim, conseguimos recuperar a vista, ainda que parcialmente, do poeta cego da Mecejana, o músico  Franceli Alves. Era domingo. Dia de fazer o bem. Não de cultuar os templos sem vida, mas de pisar no chão da existência junto com o simples e terno carpinteiro de Nazaré.  Se dermos as mãos, formando, no entender de Drummond, um imenso muro de margaridas, a luz pode voltar. Aí, com o coração cheio de alegria, glorificaremos ao “homem” que apagou a luz… *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected] —————————————- O fim se aproxima – Marlene de Andrade* Há vinte e dois anos quis residir na Austrália, um país que eu considerava modelo. Àquela época, no Rio de Janeiro, começaram a ocorrer alguns assaltos que me assustaram muito, nada evidentemente comparado com o que se vê hoje. O nível de violência era muito menor, não só no Rio, como no Brasil todo. Apavorada com algumas notícias que chegavam, comecei a pensar em sair do Rio para viver em um lugar mais “tranquilo”.  Uma colega de profissão me desaconselhou ir para Austrália levando três filhas menores e me fez ver que residir no Norte seria muito mais certo e sensato. Soube, então, que Roraima era tranquila e bem ventilada, por isso decidi vir morar nesse tão querido Estado. Nessa época, eu era agnóstica e achava que Austrália era o melhor lugar do mundo para eu viver. Que tolice! Ora veja só, neste mês de dezembro, naquele país, aconteceu algo estarrecedor, pois sete crianças foram assassinadas por motivo torpe e profundamente cruel. Manoara, onde ocorreu essa chacina, é um local marcado pela violência. Esses assassinatos chocaram, profundamente, a comunidade internacional. E o pior é que os australianos estavam tentando se recuperar de outra tragédia, a tomada de reféns em um café de Sydney, ocasionando a morte de dois reféns e a do sequestrador. Quanta barbárie em tão pouco tempo! Jesus nos assegurou que no futuro o amor de muitos se esfriaria (Mateus 24:12). E o que vemos hoje senão isso mesmo ocorrendo pelo mundo afora? As pessoas vivem mal humoradas e estão cada vez mais desestruturadas pelos conflitos familiares. Por sua vez, o divórcio aumentou bastante e o que se vê hoje como resultado desses conflitos, são pessoas revoltadas, caminhando pela contramão da ética e dos bons costumes. Além do mais, nas sociedades em geral, uma grande parte das pessoas vivem desvalorizadas e sem expectativa de uma vida melhor. A maldade se multiplicou no coração de muitos de uma forma inimaginável. Uma grande parte das pessoas, por este mundo afora, estão muito perdidas e desconhecem o amor. A cada novo dia, os sinais do fim dos tempos e da volta do Senhor Jesus tornam-se mais intensos e evidentes. Não adiantaria de nada eu ter ido residir na Austrália, ou em qualquer outro lugar do mundo, a fim de me livrar da violência urbana. Tudo só vem piorando e a terra só será restaurada quando Jesus voltar. “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele.” (Apocalipse 1:7). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT facebook.com/marlene.de.andrade47 ——————————————- Descendo e subindo – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O caminho que desce e o caminho que sobe é o mesmo”. (Heráclito) Um dos princípios básicos para o desenvolvimento é saber que caminho tomar. E quando não sabemos para onde queremos ir, o sapo da Alice já disse que nesse caso qualquer caminho serve. Mesmo porque quando sabemos o que queremos sabemos ir atrás. As veredas só são ínvias para quem não tem orientação. Somos todos de uma única origem. Viemos todos do mesmo universo. Chegamos aqui por livre arbítrio. E por conta própria ficamos e começamos nossa degeneração. E esta faz parte do nosso retorno ao nosso mundo de origem. Degeneramos e tornamo-nos seres humanos. E foi aí que a jiripoca piou. Vinte e uma eternidades já se passaram a continuamos sem saber como fazer para o retorno à origem. Deu pra sacar? Somos todos responsáveis pelo nosso progresso e pelo nosso regresso. Ninguém, além de nós mesmos, é capaz de fazer por nós o que nós mesmos devemos fazer. E já regredimos mais do que o suficiente para reiniciarmos nossa caminhada. Mas não a reiniciaremos enquanto não formos capazes de definir nossos objetivos. E estes, só serão entendidos quando nos entendermos enquanto seres de origem racional. E só seremos racionais quando formos capazes de nos orientarmos pelos nossos pensamentos de deixarão de ser pensamentos para ser intuição. E porque não somos racionais, não somos capazes de entender a intuição como um aperfeiçoamento do pensamento. Todos nós só obteremos alguma coisa quando soubermos o que realmente queremos. Porque não basta querer; tem que querer querer. E quando realmente queremos obtemos. Mas isso só será possível quando estivermos num nível de racionalidade profundo. E não vamos alcançar tal nível enquanto ficarmos perdendo tempo com futilidades, banalidades e incoerências. Nunca perca seu tempo com coisas que não levem você pelo caminho que sobe. Porque para descer, todo santo ajuda. Basta você saber que já alcançou o pódio que sempre desejou. Porque quando sabemos desejar sabemos querer; e quando queremos de verdade alcançamos. Não permita que ninguém lhe diga o que você deve pensar. “O reino de Deus está dentro de nós”. E se é assim, por que procurá-Lo fora de nós mesmo? Não deixe que nada, nem ninguém, roube seu direito de pensar. Porque só quando pensamos sabemos que somos o que pensamos; somos todos frutos dos nossos pensamentos. E os pensamentos não têm limites. E é por isso que eles nos levam tanto para os acertos quando para os erros. E não podemos errar pensando no acerto, assim como não podemos acertar pensando em erros. Afine seus pensamentos. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ————————————— ESPAÇO DO LEITOR SEM ENERGIA Uma leitora, que pediu para não ser identificada, denunciou que há dez dias a Escola Estadual Raimunda Nonato da Silva, no bairro Santa Teresa, está sem energia e há um mês sem funcionário para limpar o prédio. “Já procurei a gestora da escola. Ela me informou que procurou a Secretaria de Educação e eles disseram que iam mandar ligar a energia. Até agora nada”, denunciou. 30 HORAS “É uma compensação merecida diante dos péssimos salários que a Prefeitura de Boa Vista paga aos servidores efetivos. Senhora prefeita, trate melhor os seus servidores, se não quiser ter o mesmo destino do governador Chico Rodrigues”, comentou o internauta Paulo Emílio Astuto sobre o expediente único, determinado na semana passada pelo município. BARRACAS Sobre a investigação, feita pelo Tribunal de Contas do Estado, a respeito da aquisição de barracas para feirantes do garimpeiro, o internauta Jhonson Santos comentou: “R$ 4.500,00 por barraca? Mais barato construir de alvenaria”. CONTRACHEQUE “Dia 9 deste mês, recebi meu último pagamento do aviso prévio por ter trabalhado em um supermercado da cidade. Mas tive uma surpresa quando cheguei a uma das lojas, no bairro Raiar do Sol. O responsável pelo Setor de Recursos Humanos disse que recebeu uma ordem dizendo que os funcionários só receberiam o pagamento se assinassem o contracheque com data do dia 5, sendo que já era dia 9. A tal ordem teria sido dada pelo proprietário. Assinamos o contracheque com a data do dia 5, pois precisávamos receber o dinheiro. Muitos têm aluguel e contas que estavam em atraso.(…) Afinal, se cada cliente é um amigo, por que com os funcionários tem que ser diferente?”, escreveu um leitor, que pediu para não ser identificado. MUNICÍPIO O internauta identificado apenas como Marcus concordou com a fala do novo presidente da Câmara dos Vereadores de Boa Vista, vereador Edilberto Veras (PP), que criticou a gestão da prefeita Teresa Surita (PMDB). “Isso sem falar na segurança de nossas praças públicas que está precária”, acrescentou.