Opinião

Opiniao 24 07 2017 4451

O preço de acreditar no que não sabe – Tom Zé Albuquerque*No Brasil, 44% da população brasileira não lê e 30% nunca sequer comprou um livro. Da parcela de leitores que resta, devemos considerar os leitores da Bíblia (sobretudo pelo enorme número de católicos e evangélicos no país) e dos livros didáticos, lidos estes por coerção educacional à cata da nota. Uma realidade trágica está aí desenhada.

O reflexo do desinteresse pela leitura culmina com uma sociedade com baixo senso crítico, de minguado poder de percepção, dum aprisionamento ao que é superficial, além de estar refém de bestialidades que nada acrescentam ao crescimento do homem. É exatamente aí que a maior parte da mídia adora, porque a manipulação passa a ser algo leve, natural, sem esforço. Nesse pano de fundo, o poder político se utiliza da alienação à brasileira e age desmedidamente alcançando eficazmente seus propósitos de perpetuação no poder, usurpação da coisa pública, e do exercício da secular, mas vigente mais do que nunca, política do pão e circo.

A falta ou baixa leitura do povo brasileiro da história mundial e sobre ciência política alimenta a falácia de que vivemos numa democracia plena, paradisíaca e sem deturpações ou percalços; e isto não é verdade. O poder democrático, contrastante que é com o poder autocrático, não está imune à perversão do poder nas mãos de quem o detém. O que o ensaísta búlgaro-britânico, Elias Canetti, teceu sobre a fragilidade da Democracia e sua intransparência: “O segredo está no núcleo mais interno do poder”, conquanto, nota-se ser algo embriagante e irresistível a ocultação dos desejos mais primitivos do poder. O grande Filósofo Norberto Bobbio brilhantemente disparou que “… quem exerce o poder sente-se mais seguro de obter os efeitos desejados quanto mais se torna invisível àqueles aos quais pretende dominar”. Portanto…

No Brasil, vivemos num regime totalitário há quase duas décadas. Só quem é afeito à busca dos fatos na fonte, no âmago da realidade (e não na Ana Maria Braga e na conversa com o Bial), consegue alcançar a intenção solapada governamental em dotar-se do poder irrestrito, em acuar a sociedade com o despotismo que imprescinde, e em gerar dependência social para manutenção do próprio poder, desde que, obviamente, resguardada a pompuda fatia aliada com o abarroto de benesses e riquezas através da exação de poder econômico e da corrupção.

A dificuldade da análise da tirania ardilosa reside exatamente em qual totalitarismo se instala o governo brasileiro: nos modelos nazista e fascista, alemão e italiano, respectivamente? Ou na esquerda de orientação comunista da antiga União Soviética, na China e no Leste Europeu? Ora, o modelo cubano – e mais recentemente o venezuelano – de gerar à sociedade o caos, manter o caos para escoramento e aperfeiçoamento do poder central para sustentar a dependência da população, está presente no modelo brasileiro de gerir, desde o final da década de 1990. Por outro lado, o enriquecimento ilícito, a desigualdade do poderio econômico só absurdamente cresceu neste mesmo período. Seria, pois, um modelo híbrido genuinamente brasileiro ainda mais hediondo, ou o fulcro dessa possível polarização fora arquitetada com o mesmo fim? Preciso estudar mais. E ser menos ingênuo.

Alie-se a isto, a cruel manutenção da economia nacional às custas do suor do trabalhador, a partir de interferência do mercado de capitais, ditadas ferozmente pelas grandes corporações financeiras, para qual nosso país se prostra de joelhos, pávido e prostituto. A partir daí, o Congresso Nacional passa a se submeter a negociatas, cuja parcela considerável de parlamentares se prontifica a sustentar o poder pródigo não pela ideologia, visão de futuro, nacionalismo ou princípios, mas por contrapartida financeira.

Afinal, que é o Brasil no contexto político? Quem está disposto ou capaz de mudar o intricado e obscuro cenário brasileiro? Enquanto as escolas, universidades e demais ambientes estiverem gerando leigos, superficialistas, mercenários e ególatras, o país do futebol, carnaval e bunda continuará declinando à perene anomia que se afundou.*Administrador

Evoluindo sempre – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O objetivo de toda vida é a evolução, e tudo que vive tem o direito inalienável a toda evolução que é capaz de ter”. (Wallace Wattles)Você já sabe, sobejamente, que vivemos num mundo em evolução. E se é assim, por que estagnar? Eu ainda era garoto quando li um pensamento bacana. Ele estava num quadrinho, na parede da sala do Vereador paulistano, Tarcílio Bernardo. No quadro estava escrito: “Aquele que fica parado, esperando que as coisas melhorem descobrirá depois, que aquele que não parou já está tão adiantado que não pode ser alcançado”. Na evolução não há estacionamento. O universo está em permanente movimento. E nós fazemos parte dele. Logo, não podemos, nem devemos ficar parados esperando que as coisas mudem. Elas nunca mudarão se você não mudar primeiro. Sua evolução depende do grau de suas mudanças diárias.

O Disraelli já disse: “A vida é muito curta para ser pequena”. Não faça de sua vida um mero momento para viver. Viva-a com intensidade. Mantenha seus pensamentos sempre no caminho da evolução. Nunca se esqueça de que no dia do seu aniversário você estará completando mais uma volta em volta do Sol. Por que é assim. A cada trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas, você completa uma volta em volta do Sol. E isso é uma das maiores aventuras que você pode realizar. E você não precisa ser uma astronauta para fazer isso. Basta ser um ser. Porque todo ser, seja humano ou não, que viva mais de um ano de idade, faz isso. Sua superioridade está em você poder modificar enriquecendo isso com sua evolução racional. Então procure ser racional. Valorize-se no que você é.

Esteja sempre evoluindo. Mas faça isso a cada momento de sua vida. Ela é muito curta; não a torne pequena. Não permita que se esqueçam você depois de sua volta do universo. Porque você retornará ao seu velho mundo e tudo vai depender do quanto você o enriqueceu enquanto esteve por aqui. Naturalmente o Disraelli referia-se a essa vida que vivemos enquanto seres humanos. E é nela que devemos mostrar o que realmente somos. E somos o que queremos ser.

O bem e o mal, o bom e o mau, estão à sua disposição. A escolha é sempre sua. Ninguém tem o poder de interferir no seu futuro. Você é que escolhe se quer ser feliz ou infeliz. Faça essa escolha nesta semana, começando por hoje. Dê bom dia ao dia e procure ser feliz durante o tempo que ele durar. E ele não vai durar mais pra você do que durará para os felizes. E aposto que todos eles já atravessaram o campo minado. É só você verificar onde eles pisaram e pisar sobre suas pegadas. Siga-os nos bons exemplos, sem imitá-los. Pense nisso.*[email protected]