Opinião
Opiniao 24 11 2014 314
As tecnicalidades aterrorizantes que afagam – Tom Zé Albuquerque* Há tempos que busco a qualquer custo gerar discussões sobre política fincadas em argumentos técnicos, científicos, racionais. Penso não ser prudente colocar emoção ou paixão – sobretudo a partidária – acima de uma visão tratada de dados incontestáveis. Mas há muita, mas muita dificuldade em alinhar um diálogo nesse sentido quando o interlocutor é do militante ou eleitor do PT. Tenho a impressão por diversas vezes não estar falando com um petista o mesmo idioma, pois por mais que eu tente argumentar sobre fatos do cotidiano, realidades vigentes, mesmo assim há um contraponto de eu ser um burguês, um fascista ou um asno. Sim, desqualificar a outra parte, ao invés de se fazer uma análise depurada dos fatos, é quase sempre a melhor alternativa para o partido que não é direito mas que se intitula de esquerda. O Brasil está, invariavelmente, passando por um momento crítico em vários flancos. Os gastos só se agigantam, a conta não fecha, e mais arrocho com aumento de carga tributária será inevitável, uma vez que com recessão, a arrecadação despenca. Não há política de investimento; as obras estruturais estão paradas (transposição do rio nordestino, energia, estradas, portos, linha férrea…), muitas delas engolidas pela corrupção, praticamente institucionalizada no país do carnaval. Nosso amado país está no vermelho, com uma inflação voraz avançando, mesmo com a sua efêmera contenção pelo aumento da taxa de juros. Aliás, a inflação real nunca é divulgada… porque num súbito a quebradeira seria em instantes… salários, previdência, entrada de recursos, tudo comprometido. A gasolina inexplicavelmente sobe, mesmo com a auto suficiência nesse produto, e com ela acrescem os preços, gerando queda de faturamento, desemprego consequente e pavimentação para a deflação, ou seja, o caos. O Produto Interno Bruto – PIB não descola, ao contrário, cada dia amanhece mais minguado, e a cotação do dólar massacra a balança comercial. Ao contrário do que se pregava em períodos eleitorais, os dados agora são irrefutáveis: a miséria no país da copa está em pleno crescimento e, arraigada a esta, dispara a dependência das pessoas em relação ao governo. Isso é garantia nas urnas, mas o futuro do Brasil está comprometido. O grau de investimento, parâmetro que define a confiabilidade do país em relação aos investimentos externos virou paródia. Do orçamento da União, em 2013, 40% dele fora utilizado para pagar juros. A dívida externa triplicou nos últimos anos. A interna é impagável. Nenhum argumento leonino cabe mais: nada de banqueiros e rentistas exploradores, pois o governo petista extrapolou em ser caridoso com os abastados; o legado maldito do PSDB pregado pelos donos do poder também não se segura, pois a cruel realidade brasileira de hoje é herança própria do partido do mensalão… e do petrolão. A defesa da presidente reeleita está em frangalhos ao bradar “vou combater a corrupção”; ou “o Brasil vai crescer”; ou “a inflação está em nível satisfatório para regular a economia”, tudo falácia. Mas a metade do eleitorado brasileiro acredita, e isso é extremamente preocupante. Eles estão vendados, e gostam de estarem assim. *Administrador – email: [email protected] ———————————————————- “REPENSANDO A EDUCAÇÃO BRASILEIRA” – João Batista Oliveira* A educação é um dos poucos instrumentos, senão o único, capaz de reduzir de forma sustentável a desigualdade social e alavancar o desenvolvimento. No Brasil, porém, a educação não só reproduz a inequidade, como contribui para agravá-la. Não existe um padrão mínimo de funcionamento nas escolas de uma mesma rede, cada uma faz o que quer e os alunos com mais dificuldades sociais estão exatamente nas piores escolas. Das mais de 100 mil escolas públicas do país, apenas 706 têm resultados superiores ao que seria naturalmente esperado com base no status socioeconômico dos alunos. O título do artigo é o mesmo do livro que acabo de publicar. A proposta é repensar a educação brasileira a partir de novos critérios. O Brasil poderia avançar muito se, ao invés de se perder em infindáveis discussões ideológicas, adotasse como critério para o debate as evidências científicas sobre o que funciona em educação e as melhores práticas adotadas pelos países de maior êxito. Assim foi feito na maioria dos países onde a educação funciona. Não existe uma solução única. Mas há soluções mais adequadas. Por exemplo, inúmeros estudos internacionais mostram que o ensino estruturado é a ferramenta adequada para impulsionar a melhoria de redes de baixo desempenho. Boa Vista está fazendo isso e já começa a colher frutos. Por que é preciso repensar a educação? Porque a escola pública brasileira não funciona e a escola particular não é lá essas coisas. As notas no exame internacional do Pisa e nos testes nacionais não deixam dúvidas sobre isso. Segundo a Prova Brasil de 2011, só 37% dos alunos do 5º ano e 22% do 9º tem desempenho satisfatório em língua portuguesa. Em matemática, o resultado é ainda pior: 33% e 12%. O livro analisa as causas do problema, começando pela crise do conceito de cultura, fruto da era pós-moderna, seu relativismo absoluto e sua idealização do prazer sem esforço. A escola sempre serviu para transmitir o patrimônio cultural da humanidade. Com o conceito de cultura em crise, a função da escola e a autoridade do professor foram postas em cheque. Sem um consenso mínimo sobre qual é o papel da escola dificilmente poderemos avançar. Em todos os países em que a educação funciona a função primordial da escola é transmitir conhecimentos considerados fundamentais, de forma que permita ao indivíduo avançar esse conhecimento por meio do exercício da razão. É função da escola ensinar a pensar. O grande problema é que a população brasileira está satisfeita com a educação. O nível de exigência é baixo porque, para a maioria, a escola oferecida aos filhos é muito melhor do que a que tiveram, quando tiveram. Já para a classe média e as elites é cômoda a situação de precisar fazer muito pouco para alcançar um nível melhor do que a massa, suficiente para manter seus privilégios. Não há pressão social para melhorar e sem isso é difícil que os governos se mobilizem. Outras causas que explicam o baixo nível da educação brasileira relacionam-se com o modelo de expansão acelerada, os desarranjos do federalismo, os mecanismos de financiamento, a ineficácia na gestão e uso das verbas (metade é desperdiçada!), a força do corporativismo e do clientelismo no desenho e na implementação das políticas e, sobretudo, a falta de um conjunto de instituições que constituem o cerce de qualquer projeto educativo. Para além do diagnóstico, porém, com base nas evidências e melhores práticas, o livro apresenta propostas sobre quais deveriam ser os pilares de um projeto nacional de educação. Entre eles estão uma política para atrair e formar docentes e gestores, currículos adequados, políticas integradas para a primeira infância, diversificação do ensino médio, avaliação, formas mais eficientes de financiamento, de estímulo à inovação, novos papéis para os diferentes níveis de governo e melhor articulação entre eles. Não se trata de criar programas ou projetos efêmeros – trata-se de estimular o desenvolvimento de instituições, a partir de valores compartilhados e de mecanismos institucionais que assegurem a vitalidade permanente de políticas e práticas educativas. Nesse campo, temos pouco consenso e pouquíssimas instituições. O sucesso de qualquer reforma educativa se mede por sua capacidade de alterar o que acontece dentro da sala de aula. Mesmo reconhecendo as dificuldades, o livro aponta alguns caminhos que poderiam contribuir para iniciar um processo de melhoria da qualidade da educação no Brasil. Sem qualquer ambição de oferecer “a solução”, propomos um debate a respeito das escolas que temos, dos fundamentos de um projeto educacional apoiado num conceito minimamente adequado de Escola e nas possibilidades e limites que temos para repensar essa instituição. Nossas crianças e jovens não estão aprendendo como poderiam, estão sendo privados de participar dos benefícios e oportunidades oferecidas aqui e fora do país, mas, sobretudo, estão sendo privados de uma educação que lhes permita fazer melhor do que fez a nossa geração. É nossa responsabilidade ajudar a corrigir os rumos. Este livro é um alerta, um convite e uma convocação ao debate. *Fundador e presidente do Instituto Alfa e Beta e Especialista em educação com larga experiência internacional ——————————————————- Brincando com o tempo – Afonso Rodrigues de Oliveira “Ou controlamos os nossos minutos, ou nos tornamos escravos deles; usamos o tempo ou o tempo nos usa”. (William Ward) Não sei como você passou seu fim de semana. Mas espero que não tenha desperdiçado seu tempo. A mais furada ingenuidade é pensar que estamos matando o tempo, quando na verdade ele é que está nos matando. Aproveitar o tempo é tarefa nada fácil. Nem sempre o aproveitamos deitados numa rede numa tarde fresquinha e gostosa. Cada minuto de nossa vida é tão importante que não deve ser desperdiçado; mesmo quando podemos desperdiçá-lo. Afinal, somos donos de nós mesmos embora não sejamos donos de nossas vidas. Reflita sobre isso e procure aproveitar cada minuto de sua vida, mesmo que você esteja num momento de relaxamento. Nada mais eficiente do que pensar enquanto relaxa. Dê um pouco mais de atenção aos sábios que nos disseram, há milênios, que somos o que pensamos. Que tudo que obtemos na vida é fruto dos nossos pensamentos. O bom e o ruim vão depender de como pensamos. E controlar os pensamentos requer muito treinamento. Mas não vamos exagerar. O importante é que você não perca seu tempo com coisas desagradáveis. O negativismo é um mal que assola a humanidade. Ele faz parte da evolução humana. Não podemos evitá-lo. O que não devemos é nos prender a ele. Uma leitura amena numa hora de descanso nos ajuda a refletir. O importante é que não nos deixemos levar pelos pensamentos dos outros; mas não devemos ignorá-los. Não podemos menosprezar as pessoas por que elas não pensam como nós pensamos. Cada um na sua. Você já sabe que ninguém tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz se você não estiver a fim. Você é a única pessoa, sobre a Terra, capaz de fazer isso. E tudo só depende de como você se valoriza. Pessoas negativas nunca conseguem ser feliz. Por mais que tentem, estão sempre frustradas. Porque tudo está no seu cérebro. E você pode ter controle sobre ele. É só acreditar nisso. Mas só acreditamos quando acreditamos em nós mesmos; na nossa competência. E todos nós somos competentes o suficiente para dirigir nossa evolução racional, dentro dos padrões da racionalidade. E ser racional é ser positivo, não se deixando entregar aos efeitos negativos da energia eletromagnética. Somos todos de origem racional, independentemente do grau de evolução de cada um. E por isso devemos respeitar o comportamento de cada um, respeitando a sua evolução racional. Nunca desperdice seu tempo. Ele é muito importante para sua evolução ou estagnação. Seja o timoneiro do seu destino. Só você pode fazer isso por você. Pense nisso. [email protected] 99121-1460 ———————————————————- ESPAÇO DO LEITOR SALÁRIOS 1 Sobre o projeto de lei 549/2009, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB), que tinha a proposta de congelar o salário dos servidores públicos por 10 anos, o internauta, identificado apenas como Santos P., comenta: “Jucá voltou a seguir ordem de Dilma e apresentou esse projeto em 2009. Ele sempre joga em todos os times possíveis”, disse. SALÁRIOS 2 Já a internauta Isabel Simone Silva Nascimento fez uma sugestão ao senador: “Fala sério, senador! Essa sua ideia é para afundar de uma vez com a sua reputação. Vou lhe dar uma idéia. Congele o salário de todos os políticos, inclusive o seu e seus benefícios! Trabalhe em prol de melhorias para a população, não em prol da desgraça dos trabalhadores que fazem a evolução desse País”, opinou. ÔNIBUS O leitor Paulo Fabiano reclama do comportamento de alguns motoristas do transporte coletivo em Boa Vista. “Quero denunciar que os motoristas ficam de papo com paqueras ou namoradinhas e isso nos atrasa porque temos compromisso. Queremos respeito e chegar ao nosso destino no horário certo. Agora, ficar de papo e não prestar atenção no trânsito, não dá”, criticou. FAIXAS Uma leitora, que pediu para não ser identificada, enviou um email à Redação para fazer uma observação sobre a quantidade de faixas de pedestre sem identificação com placas. “É impressionante como a Prefeitura tem se preocupado em encher algumas principais avenidas de faixas de pedestre. Não que eu seja contra que as ruas e avenidas sejam sinalizadas, mas se for para colocar faixa em cada esquina sem uma placa que a identifique, acredito que não irá contribuir para que tenhamos menor número de acidentes”, reclamou. LUZES Outra internauta que pediu para não ser identificada comenta sobre o desperdício de energia e dinheiro público na praça do Centro Cívico. “E o Natal do ano seguinte, em relação ao que os pisca-piscas do Centro Cívico foram instalados, chegou e eles nunca foram retirados. Passaram simplesmente Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, das Crianças, etc., levando o espírito natalino e o dinheiro público também”, criticou.