Bolsonaro é destrambelhado, graças a Deus Marlene de Andrade*
“Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10:31) O nosso presidente fala o que quer, doa a quem doer e para dar uma resposta, ele não mede as consequências. Esse nosso presidente é tão destrambelhado que come em marmitex. Canetas? Enquanto Lula usava canetas caríssimas, nosso presidente usa caneta bic. Outra característica é ser muito emotivo, usar roupas bem simples e nunca foi acusado de estar envolvido em corrupção.
Além disso, acabou com a “boquinha” dos partidos que corriam atrás de propina. E o MST que levou da esquerda 152 milhões? Não está recebendo mais dinheiro nenhum do governo para invadir as propriedades alheias. Pois é, nesses onze meses do governo estrambelhado do Bolsonaro, só ocorreram cinco invasões do MST, enquanto que no governo do Lula e da Dilma esses números eram extraordinariamente enormes.
Bolsonaro está asfaltando as estradas federais, as quais vinham há anos, atolando os caminhoneiros e sem contratar empreiteiras, pois esse trabalho está sendo executado pelo Exército Brasileiro. Que notícia espetacular!
Partido político mandar em ministério? Nunca mais, pois quem escolhe os ministros é o presidente que não os escolhe por amizade e sim por competência. Bolsonaro 38, ou seja, trigésimo oitavo Presidente do Brasil é destrambelhado, mas quer escola sem partido, educação que valorize os hábitos da família tradicional e conservadora, cortou os funcionários fantasmas do Governo Federal, diminuiu o número de ministérios e o kit gay já era.
E tem mais? Vai dar 13º para o bolsa família e os que recebiam essa bolsa corruptamente deixaram de receber esse benefício e entre outras coisas, está pagando as dívidas dos governos anteriores para que o Brasil ganhe confiança no exterior.
E as estatais? Elas não estão mais submissas aos partidos como foi o caso da Petrobrás. Os corruptos perderam também o “bocão” do BNDS que enviou bilhões de reais para realização de obras em países da América Latina e África com direito a propina, países esses, diga-se de passagem, governados por ditadores.
Temos de fato um destrambelhado comandando o Brasil e, por falar nisso, achei importante o que Guedes disse a respeito de Bolsonaro: “…até Jair Bolsonaro, muitos governantes do Brasil tinham bons modos, mas péssimo princípios.” Chega de presidente engomadinho, ladrão, beberrão e analfabeto. Bolsonaro e toda a direita conservadora têm é que partir para cima da esquerda corrupta e não dar trégua até que eles se calem e sejam condenados por seus delitos.
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT
SE O PAPAI NOEL NÃO FOR VAMOS NÓS
Wender de Souza Ciricio*
No mundo dos desvalidos vivem muitas pessoas que pouco têm para comer, vestir e se divertir. O local de morada desse povo costuma ser chamado de favela, invasão, cortiço, periferia, gueto, subúrbio e morro. Vivi em algumas dessas “repartições” e foi nelas que experimentei na pele os percalços e as enormes tribulações que pode um desfavorecido passar. Materialmente a vida de minha família sucumbia à insegurança. A criatividade culinária de minha mãe nos favorecia no sentido de ter o que se alimentar, ora um biscoito frito e ora bolinhos de arroz. Com a força bruta de meu pai e o esforço conjunto de meus irmãos conseguíamos superar as carências construídas pela pobreza. Porém não é assim com todos que vivem sob o status de plebeus ou de pobres desprovidos do básico e essencial. Muitos abrem suas velhas geladeiras e ali se deparam com algumas garrafas de água e para por aí, pois é só isso mesmo, pronto, acabou. Nada mais e nada menos.
O que pega é: que conexão dessa fala com o Papai Noel? Opa, não deveria ser: que conexão o papai tem com essa fala? Mais ainda: Que conexão o Papai Noel tem com esse mundo do cortiço, da carência e da pobreza? Por parte de quem ali vive o sonho de ver, de ter, de poder estar ao lado do Papai Noel é grande e indescritível.
Quem não gosta de estar ao lado de alguém que distribui volumosas gargalhadas, fala de paz e personifica a imagem do bem, de quem supre e dá presentes? Quem rejeitaria esse homem de vermelho que levanta a bandeira de um natal em que na calada da noite recheará as árvores de presente? Qualquer um, em estado de lucidez, jamais excluiria de seus sonhos um homem que na data de natal fala do bem e de bens.
O discurso do Papai é veemente, insistente e abrangente, tão abrangente que chega na periferia, alcança desde o pobre ao miserável. Esse grito vermelho chega aos ouvidos dos desprovidos e eles perguntam: Será que teremos do Papai Noel uma real conexão conosco? Será que ele vem em nossa chaminé de papelão? Vai ser um encontro palpável? Podemos esperar nossos presentes, nossas comidas, o peru, a nozes, o arroz com passas e a champanhe para extravasar alegria e para poder dizer que o Papai Noel vive e é legítimo? Quantos sonhos e quantas utopias consegue o Papai Noel implantar nos corações das pessoas. O discurso do Papai Noel não é exclusivo para um grupo, mas para todos, mas a visita é seletiva, é para poucos.
Muitos querem Noel, mas o Noel não vai atender todos que lhe querem. Vem natal e vai natal e vai ser assim. O natal que nossa atualidade vestiu de roupa vermelha é um privilégio que muitos não irão ver, tocar e nem de perto sentir. Para muitos vai ser mais um natal da frustração, da desilusão, da fadiga, da ansiedade, do choro e do pranto. É o natal da vítima que viu, ouviu, sonhou, mas não experimentou.
O que dizer e o que fazer? Quem tem seja solidário, faça nem que seja para um e até para dois, mas faça. Se o Papai Noel não vai, vamos nós. Leve um chester, um peru ou até mesmo um frango assado e faça as vezes do Noel. Diga que ele não teve como ir, mas você foi. Leve uma bola, boneca, roupa, entre na periferia, na vila, no cortiço, no gueto, olhe para os lados, para sarjeta e faça acontecer, faça o desiludido sorrir, extravasar e deixe ele te abraçar. Empatia, altruísmo e calor humano é tudo de bom e é tudo que precisamos, é o melhor dos presentes. Jesus Cristo esteve em todas as casas, exerceu empatia, levou presente, levou a vida, ofereceu a eternidade, levou a dimensão do celestial, levou o céu. Façamos o bem e, assim, feliz natal para todos.
*Psicopedagogo, historiador e teólogo [email protected] Fone: (95) 98112.6086
As revoluções
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Aqueles que impedem as revoluções pacíficas preparam as revoluções sangrentas.” (John Kennedy)
A humanidade sempre cresceu alimentada pelas revoluções sangrentas. Então vamos parar, e criar as revoluções pacíficas. E isso nunca será possível sem a revolução na educação. O que ainda estamos vendo e fazendo, é primitivo. Vamos renovar, revolucionando as revoluções. Talvez assim daremos um passo na evolução de que necessitamos. Vamos revolucionar. Comecemos pelo respeito. E como é difícil entender o que é respeitar. Estamos assistindo a uma correria vexatória, para registrar as impressões digitais. Coisa do arco da velha. Mas o pior não é ir registrar, é não ir. Porque se não for, será punido. Não seria mais fácil, e mais racional, educar o eleitor para
ele saber do dever da obrigação para consigo mesmo? Porque o cidadão só será cidadão quando tiver consciência do seu dever de cidadão e não da sua obrigação para com os que ainda não são cidadãos. E fim de papo.
Ainda vivemos uma política escravagista. Ainda mantêm nossas mentes acorrentadas, como se fossemos escravos dos mandatários. Vamos começar nossa revolução civilizada. Vamos fazer nossa parte para que mereçamos a Educação de que precisamos para sermos cidadãos. Como podemos respeitar as leis se elas nos obrigam, em vez de nos apoiar? Por que terei que ser castigado porque não votei no candidato em quem não votaria se não fosse obrigado a votar? Porque enquanto não formos livres para votar, não haverá candidatos dignos de nossos votos. Vamos fazer nossa revolução cidadã. Vamos lutar pela nossa educação. Mas só poderemos fazer isso com educação. E quando formos educados não precisaremos sair pelas ruas esperneando, gritando, e fazendo baderna.
Valorize-se e entenderá tal pensamento. Não podemos vencer sem lutarmos. Mas as lutas para a civilidade não devem ser renhidas. Têm que ser lutas civilizadas para que a vitória seja digna da cidadania. Vá refletindo sobre isso e verá que não é tão embrulhado assim. Só requer um pouco de reflexão e desenvolvimento do raciocínio. Vamos lutar pela nossa liberdade no voto. Porque enquanto o voto não for livre não seremos livres. Lute pelos seus direitos, respeitando os direitos dos que discordam de você. Não tema, porque a racionalidade sempre vence. E é com ela que você deve vencer essa luta secular que nos tortura sem percebermos que estamos sendo torturados. Que é quando saímos de nossas casas para votar como uma obrigação que não é de cidadão, mas de títere. Porque é assim que você será visto enquanto não for livre para votar por dever e não por obrigação. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460