Vida mais ativa será legado do ano olímpico – Cristiano Parente*Ao se falar em legado deixado na realização de uma Copa do Mundo, como foi em 2014, ou de uma Olimpíada, como a que estamos prestes a vivenciar, logo se pensa em obras e melhorias de infraestrutura construídas pelas regiões por onde passam as competições. O que pouco se discute, entretanto, é a amplitude de benefício que eventos esportivos dessa magnitude podem trazer ao país, inclusive no que diz respeito à educação e capacitação profissional.
O esporte, enquanto instituição, apresenta diversas faces, que muitas vezes são interpretadas de maneira errada, inclusive por profissionais da área. Há a face do negócio, da profissão – ou melhor, profissões -, existe a face do show e do entretenimento, bem como as faces da ciência e pesquisa, da mídia e da política. Ter claro o que o esporte representa em cada uma dessas faces é um passo determinante para poder realmente aproveitar algum possível legado olímpico de maneira inteligente e efetiva.
Belo e plasticamente sedutor, o esporte é encantador. É instigante em termos de desafio de performance e de busca de limites nas execuções surpreendentes de profissionais ‘iluminados’ geneticamente.
Com os Jogos Olímpicos, presenciaremos um espetáculo de profissionais que aliam à escolha de uma modalidade o encaixe perfeito de sua qualidade genética. Claro, soma-se a isso muito preparo e orientação, além de imensa vontade de se dedicar para estar ali, tentando se superar o tempo todo. Isso é o esporte.
Então, surge a pergunta: de seu ciclo de relacionamentos, quantos conhece com a somatória de todos esses fatores essenciais para a busca de um improvável sucesso dentro do esporte?
Possivelmente, a resposta será nenhum ou raros conhecidos. E são tão raras essas pessoas que, em geral, os atletas de sucesso, que efetivamente se sobressaem no esporte, viram celebridades. E com todo o mérito. Muitos se destacam às custas de lesões, dores, cirurgias e outras dificuldades, alguns até convivendo com o medo diante de ameaças de torcedores mais agressivos.
Todos esses fatos mostram que imaginar que o esporte é algo para todas as pessoas, enquanto face da profissão, é utópico. Ele é para poucos. Nesse sentido, é preciso desfazer a grande confusão que se faz ao misturar o esporte com a atividade física, o exercício e o jogo. A transferência do sonho esportivo/olímpico de vitória e glória para a vida de crianças carentes ou para pessoas comuns traz ao esporte uma responsabilidade social cujo qual ele não é capaz de lidar.
A atividade física regular, por sua vez, dentro de um jogo ou modalidade, sem intuito de competição ou de profissionalismo, com uma grande carga de ludicidade e cooperação, é que pode ter um papel social importante. É justamente aí que entra a missão do profissional de educação física, desde que executada de forma inclusiva.
É um erro aproximar pessoas da atividade física por meio apenas do esporte. Hoje, instituições de ensino e seus profissionais de educação física valorizam os mais habilidosos, com potencial, e acabam por esquecer os outros alunos, com menos habilidade e que compõem a maioria da sala. Isso acontece desde os primeiros anos escolares.
Competição e esporte são excludentes. O legado olímpico deve vir com a estimulação consciente em cada jovem. As escolas, dentro das aulas de Educação Física curricular, não devem pensar em situações competitivas onde os bons em termos de habilidade e de genética possam se sobressair sobre os menos avantajados. Essa diferença técnica esportiva aparece por mil fatores, que vão muito além do que a disciplina é capaz de ensinar.
Fazer o jovem experimentar dezenas de movimentos e modalidades, de modo que entenda e tente descobrir qual gosta mais, compreender o que é necessário fazer para que se consiga melhorar uma habilidade que goste e quando quiser se desenvolver de maneira inteligente, poder praticá-la sem pensar em comparação com o melhor ou com o pior, mas fazê-la com prazer, em situações de cooperação, de maneira regular, é essencial para que o grande evento esportivo deixe um grande legado para os nossos pequenos. E isso só acontecerá com a transformação, com a atualização dos profissionais de educação física, bem como com a mudança na forma de atuação.
Um passo importante para tal mudança será dado no dia 12 de março, em São Paulo, com a realização do “Top Of The Rock”, um evento que reunirá os principais palestrantes na área de saúde e de atividades físicas do país para debater o futuro e as novidades que cercam a profissão de educador físico.
O objetivo é reunir estudantes e profissionais da área para uma experiência de aprendizagem dinâmica acerca do que há de mais novo em termos de ciência aplicada à atuação profissional. O momento é propício, aproveitando-se os holofotes sob o esporte com a Olimpíada do Rio de Janeiro.
É preciso mudar de vez a cara da educação física no país. É necessário dar mais qualidade, ferramenta e conhecimento para o profissional que atua nesse segmento, para que ele saia da inércia e retome a vontade de evolução na profissão. Um educador físico bem preparado e motivado certamente se transforma em exemplo e incentivo para a sociedade como um todo se mover mais e buscar uma vida mais saudável.
*Professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia, do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico, e organizador do evento Top Of The Rock———————————— Quem está na Câmara? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Na Câmara não há bobos. O menos esperto ficou na suplência”. (Ulisses Guimarães)Tudo bem, você pode até me chamar de chato, bobo, inconveniente, sei lá. Fique à vontade. Já vivi bastante, correndo pelas veredas da política, encontrando-me com o sapo da Alice e escolhendo minha saída da encruzilhada.
Escolha feita com a experiência adquirida do marceneiro Joaquim Rodrigues Ferreira. Ele me ensinou coisas que, acho, nem sabia que estava ensinando, e eu nem imaginava que estava aprendendo. Desde a minha infância sempre vivi o mundo político, sem me deixar envenenar pelo seu lado envenenado. Já lhe falei, embora haja quem me classifique como mentiroso, das experiências que vivi com grandes políticos nacionais. E é por isso que respeito a política, como o esteio da cultura universal. Não fosse assim e não teria por que defendê-la. Preocupa-me, e muito, o desmando que ainda vivemos em nossa política, causado pela nossa ignorância política. E tudo pela má educação que ainda amarguramos na nossa formação como cidadãos. A “Educação Moral e Cívica” foi retirada da nossa grade escolar há décadas. Moral e civismo passaram a ser matérias obsoletas. Que resultados poderíamos esperar?
O então senador Jarbas Passarinho também disse certa vez, que ainda temos bons políticos, mas não temos mais estadistas. Concordo plenamente e assino embaixo. Mas já está na hora de construir nossa política, já que não temos o que recuperar. Mas há uma coisa séria a ser considerada: não podemos, nem devemos, desrespeitar a política, mas fortalecê-la com nossa dignidade e, sobretudo, com nossa responsabilidade. Afinal de contas somos os responsáveis pelo nosso futuro. E já desperdiçamos muito da nossa grandeza como um país grande, rico e poderoso. Não sei se você se lembra, mas durante a ditadura militar, ouvimos o então presidente João Figueiredo dizer que o Brasil não tinha nenhuma intenção de ser líder na América Latina. É claro que o presidente não teve intenção de menosprezar o Brasil, mas expôs, com clareza, nosso descaso pela nossa grandeza.
Ame e respeite a política como uma necessidade para nosso crescimento como um povo civilizado e dono do seu próprio nariz. Veja se seu próximo candidato tem a competência e capacidade para representar você com o respeito e a dignidade que você merece. E não se esqueça de que nem todos os que atuam na política são políticos; assim como há muitos políticos que não conseguem entrar na política por serem políticos. Cabe a você fazer tal análise antes de eleger. Mas você tem que respeitar a política como ela realmente é. Pense nisso.
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————————————-ESPAÇO DO LEITOR INSSO leitor Jessé Mendes denuncia o que ele chama de descaso, morosidade e falta de planejamento no INSS em atender as pessoas que necessitam realizar uma perícia médica. “A fila como sempre é quilométrica e não respeitam sequer as pessoas com dificuldade de locomoção, cirurgiadas e outras que, de tanto esperar, chegam a passar mal. Para piorar, o sistema, além se ser lento, constantemente vive fora do ar, dificultando quem necessita de uma declaração ou até mesmo agendar um atendimento”, protestou.VERDADESobre a matéria “Adolescente decide falar a verdade e confirma que não foi estuprada”, o leitor Adão Albuquerque comentou: “Venho parabenizar a delegada, pois esses casos de estupro têm que ser muito bem investigados porque, depois que alguém é acusado e encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, sabemos muito bem que logo é executado, a exemplo de outros casos que já ocorreram de pessoas que receberam esta sentença injustamente lá dentro”.SELETIVO“Mais uma vez o governo estadual lança um processo seletivo para contratação de professores indígenas. Se não me engano, no ano passado tinha sido feito um acordo do governo com o Ministério Público do Estado de Roraima, no qual ficou acertado que o Executivo não mais faria processo seletivo simplificado, e sim editaria um concurso público, visando preencher os cargos vagos para o ano letivo de 2016. Infelizmente, pelo visto, parece ser só mais uma forma de burlar a lei novamente, já que a governadora Suely Campos, logo no início deste ano, editou um decreto, frustrando o anseio de centenas de professores que aguardavam o concurso”, disse o leitor Fábio Andrade Araújo.RESPOSTA Sobre a nota “Indignação”, publicada no dia 23, o Governo de Roraima esclarece que a direção do Hospital Coronel Mota vai apurar a reclamação de suposto mau atendimento, garantindo que todos os lados envolvidos sejam devidamente ouvidos. “Se comprovar indícios de conduta incompatível com a ética médica, a unidade poderá adotar medida administrativa. Não há registros anteriores de reclamações oficializadas no hospital sobre a conduta do referido médico”, frisou.