Opinião

Opiniao 25 08 2015 1362

A arte na alma –  Afonso Rodrigues de Oliveira* “Quando ela canta me lembra um pássaro. Não um pássaro cantando, mas um pássaro voando”. (Ferreira Goulart – referência a Nara Leão) No meu entender, a música foi o estopim para a revolução cultural no mundo, a partir do início da segunda metade do século vinte. Quando a “Jovem Guarda” chegou já havia uma revolução musical em âmbito mundial. Mas foi a partir da “Jovem Guarda” que as mudanças começaram. Houve até quem pensasse que o samba e o forró desapareceriam do cenário nacional. Os festivais de música, na televisão, trouxeram-nos grandes astros que ainda não conhecíamos. Foi uma virada cultural. Houve um dia em que fiquei boquiaberto, quando vi a reação dos novos astros, com o falecimento do Vicente Celestino. Emocionei-me quando vi muitos dos cantores da música revolucionária, saindo do hotel onde foram ao velório do Vicente Celestino.

Mas não sou especialista em música nem em cultura. Logo, devo ficar na minha e deixar os comentários sobre música, para os músicos. Mas não poderia me furtar. Sinto emoção sempre que me deparo com essa declaração extraordinária, do Ferreira Goulart, à extraordinária Nara Leão. Eu também sempre a adorei. Um estilo que me encanta quando ela canta. Os momentos na vida não são mais do que momentos. E são eles que trazem as novidades como início das transformações. Domingo assisti à Dança dos Famosos, que me trouxe a este assunto. Foi aí que fiquei pensando em como devem ter se sentido os cantores de antes dos jovens.

Como eles receberam, então, as mudanças. E como estamos, os daquela época, recebendo as mudanças nas danças e músicas atuais, dos estilos antigos. Deu pra entender? Como o Luiz Gonzaga se sentiria assistindo aos famosos dançando o forró no programa dos famosos?

A Inezita Barroso sempre defendeu que a música sertaneja atual não é sertaneja. Ela defendia que a música sertaneja atual é originária de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, exatamente a região que não tem sertão. Concordo com ela, mas respeito as mudanças porque elas fazem parte do progresso. Os folclores são respeitados como folclore. E não sou folclore nem folclorista, e continuo com a tolice de ficar falando de um assunto que não é da minha praia. Mas entenda que tudo não vai além do entusiasmo que sinto quando leio a declaração encantadora, do Ferreira Goulart a Nara Leão, ou mais precisamente, ao encantamento na arte da Nara, assim como na de outros grandes vultos daquela época e que ainda nos encantam hoje. E nos encantarão vida afora. O importante é que saibamos viver cada momento da vida como uma transformação. Pense nisso. *[email protected]—————————————–  Inclusive… – Walber Aguiar*Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrarMilton NascimentoEram duas e meia da tarde. Estava indo para um compromisso não sei com quem, não sei aonde. Só sei que parei à sombra de uma árvore e decidi ir lá na farmácia do seu Zé Francisco. Algo me puxava na direção daquele ambiente agradável. Até porque, ali encontraria pastor Raimundo, um dos negros mais maravilhosos que tive o prazer de conhecer.

Estacionei naquele balcão e logo fui guindado na direção da discreta sala de atendimento da farmácia. Ali, o grande homem das palavras e do conhecimento, das injeções e do sorriso enigmático, revelaria segredos e coisas do cotidiano, delírios e desejos de que as coisas continuassem daquela forma ou melhorassem um pouco.

Mas ele estava sempre satisfeito. Ou não. Nômade que era, gostava de estar em constante mudança; principalmente de casa. Morou no Pricumã, no velho bairro de São Francisco, no Centro, e até nas proximidades do beiral, o famoso Caetano Filho.

Mudava-se constantemente. Sempre em busca de novos horizontes, de boas notícias, de uma boa conversa, de algo que pudesse tirá-lo daquela rotina cheia de seringas, feridas e males que atormentavam o corpo e a alma;

Ora, pastor Raimundo, um negro de Tomé-Açú, no Pará, era o evangelista, o anunciador das boas novas, o médico de todas as doenças. Tinha sempre uma ideia na cabeça e um vidro de remédio na mão. Falava muito e conversava termos variados, como quem tergiversa e não chega a amarrar as pontas soltas do diálogo.

Naquela tarde eu não fui mais ao compromisso, encantado com as palavras do grande homem que se postara à minha frente. Conversamos sobre matemática e terminamos montando um mosaico filosófico, que ia dos pré-socráticos a Nietzsche, de Platão a Jean-Paul Sartre.

Aquele homem feito de ébano e possuído por uma fragilidade de asa de borboleta, sempre me deixava fascinado pela gama de conhecimento que possuía, pela sabedoria com as palavras e com os gestos.

Sempre penso nele com carinho; no dia que entrei cedo na farmácia e saí mais de seis horas da tarde. Poucas pessoas me encantaram tanto nessa vida como aquele homem negro, simples e de educação ímpar.

Mas gostava mesmo quando ele dizia: inclusive, encompridando a conversa…*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de [email protected]———————————————Os bancos sempre lucram – Marlene de Andrade*Os bancos são extremamente beneficiados nos contratos de empréstimo, pois suas taxas de juros são exorbitantes. Eles fazem manobras contábeis que acabam, muitas vezes, prejudicando os consumidores. Claro que nem todos os bancos agem dessa maneira, porém alguns possuem uma equipe de advogados altamente especializada para aplicar golpes em cima de golpes.

Os banqueiros nunca perdem, porém sempre lucram, pois trabalham com o dinheiro dos próprios clientes o que é muito cômodo para eles. Infelizmente, os clientes, na maioria das vezes, perdem muito com toda essa história. Na hora dos bancos nos explicarem o que está ocorrendo, os atendentes dão várias desculpas e acabam não explicando nada.

Há tempos um determinado banco me ligou dizendo que eu tinha uma pendência com eles. Estranhei, pois eu já havia encerrado àquela conta bancária e pelo que se sabe nenhum banco encerra uma conta se o cliente estiver inadimplente. Essa conta era jurídica e como eu havia fechado minha empresa, ela foi extinta automaticamente.

No banco, ninguém soube me explicar nada. Resolvi ir ao PROCON, o qual me ajudou bastante e que também chegou ao mesmo resultado, ou seja, não havia nenhuma comprovação de que eu devia àquele banco coisa alguma. Passados uns dias o dito banco me ligou novamente me comunicando que de fato eu não havia contraído nenhuma dívida, mas me ‘explicou’ que eu havia sido fiadora de uma pessoa em Fortaleza, uma cidade que nem conheço.

Pensei que meu caso tinha a ver com alguém com o mesmo nome meu, mas não era esse o motivo. Interessante, não aparecia o nome da pessoa que fez o financiamento e nem o contrato. Dias depois eles me ligaram novamente, agora, me cobrando em cima de um empréstimo que eu havia feito e do qual eu tinha o carnê todo quitado e não mais por eu ter sido fiadora de alguém. Ingressei com uma ação no Juizado Especial, ganhei a causa e claro fiquei muito feliz.

Infelizmente, essa história não parou por aqui, pois esse mesmo banco não se deu por vencido e há mais ou menos dois meses, através de um escritório de advocacia fora de Roraima, tornou a me contactar com a mesma história. Afirmam eles que a ‘dívida’ existe sim. Eles me ‘explicaram’ que se eu resolvesse ‘negociar’, eles fariam um ‘desconto bem generoso’, ou seja, de R$15.600, eu pagaria apenas R$3.500,00 ao referido escritório. Ainda bem que guardei o tal carnê e que, como eu disse, já está quitado. Eu acho que eles pensaram que eu, após ter ganhado na justiça por essa desonesta cobrança, pudesse ter jogado o referido carnê fora.

Se for isso se enganaram. E o interessante é que meu nome não está com restrição. Que problemão!

Os ladrões… nem os roubadores herdarão o reino de Deus. (1 Coríntios 6:10).Médica Especialista em Medicina do Trabalho*———————————————-Reação do Congresso à Lava Jato – Pedro Cardoso da Costa*Se tivessem dez ‘lava jatos’ em vez de uma, o Brasil sofreria uma transformação significativa. Se “Sérgios Moros” fossem regra e não exceção, não haveria tanta corrupção. Mas a sociedade brasileira tem de se contentar com essas exceções, que geralmente saem de cena por conta da pressão que sofrem da estrutura apodrecida de governo e até de Estado.

Depois de Joaquim Barbosa, à frente do Mensalão, ter conseguido mostrar que a lei alcança a todos, a Lava Jato vem fazendo estrago e assustando muita gente grande, haja vista a corrida por “habeas corpus” preventivos. Apesar de séculos de Judiciário, isso só ocorreu com a firme atuação do ministro, seguido por alguns, com algumas vaciladas de outros colegas.

Joaquim Barbosa demarcou a separação de um Brasil da impunidade daquele em que a justiça funcionou, um país onde o Poder Judiciário existe de fato. Sérgio Moro ajudará a consolidar a desfazer a percepção de que alguns estão acima da lei.

Foi o que ocorreu com a apreensão dos bens do senador – senador! – Fernando Collor de Mello e de outros. O Congresso reagiu de forma veemente à ação da Polícia Federal, a verdadeira FBI brasileira.

Toda a imprensa deu destaque à força da reação, mas nenhum veículo mencionou ou contrastou se os argumentos tinham consistência ou sustentação jurídica. Trata-se de puro desespero.

O presidente do Senado, reincidente em situações complicadas, como o passeio de avião oficial em casamento de amigos, ameaçou processar os agentes federais, sob a alegação de que precisariam ser acompanhados pela Polícia Legislativa. Ora, eles cumpriram uma ordem do Supremo Tribunal Federal, o órgão responsável pelo mandamento.

Caso a previsão de acompanhamento esteja em Regimento Interno ou outra norma infraconstitucional nem se discute que a ordem do Supremo está acima e dispensa obediência a regras subalternas. Se essa previsão também for constitucional, aí poderia haver dúvida, que seria resolvida com a decisão de qual interesse prevalece, se o dos bens de alguns senadores, com indícios de aquisição com dinheiro público ou o ressarcimento desse valor aos legítimos donos.

Resumindo: só no Brasil se coloca em discussão a prevalência de interesse entre três senadores em razão de filigranas procedimentais ou o de duzentos milhões de cidadãos.

Essa gente não se dá conta de que o fato de a popularidade da presidenta estar na lona não coloca as Casas Legislativas em céu de brigadeiro.

E para não dizer que não falei das flores: que negócio estranho esse encontro, lá em Portugal, entre a presidenta da República, com o presidente do Poder Judiciário. E ainda têm uns caras-de-pau tentando explicar o que não tem explicação. Pobre ética pública!*Bacharel em Direito——————————————ESPAÇO DO LEITORLIXO A leitora Darlene Almeida endereçou o seguinte comentário: “Esse final de semana ao retornar do sítio pela BR-174 Norte, vi vários carros sujando a rodovia atirando pela janela dos veículos latas, sacolas plásticas e resto de comida. O resultado é visível. Ao longo da rodovia a quantidade de lixo que está se acumulando é grande. Falta conscientização dos motoristas, e não custa nada guardar o lixo em sacolas e fazer o descarte em casa, mas infelizmente falta bom senso”, observou.SUJEIRAMárcia Andrade comentou: “Ao final da feira que é realizada aos domingos na rua Ataíde Teive, apesar da limpeza realizada pela Prefeitura Municipal, no dia seguinte os comerciantes têm que realizar uma ‘limpeza extra’ em razão da lama que se forma por conta dos peixes que são tratados, e o acúmulo da água forma um mau cheiro insuportável. Acredito que o ideal seria concentrar um local somente para os comerciantes que vendem pescado”.ALERTAO internauta Célio Pimentel relatou: “Estamos vivendo uma onda intensa de assaltos e assassinatos que requer atenção redobrada da população. Por outro lado, está faltando mais operacionalidade dos órgãos de segurança nas ruas para coibir a ação destas quadrilhas. O cidadão não pode viver à mercê dos bandidos, já é hora de dar um basta nesta onda de crimes que aflige as famílias, por esta razão é necessário apertar o cerco contra estes bandidos”, disse.POMBOSConsumidores que frequentam a feira de São Francisco relataram: “Tive percebendo que aumentou consideravelmente a quantidade de pombos que ficam próximos aos boxes que comercializam frutas e alimentos. Como é uma ave que traz inúmeros problemas à saúde da população, a direção do local deveria retirar as aves deste local público. Já vi vários relatos de transmissão de doenças e viroses que são causadas pelas fezes e o contato próximo com os mesmos”, informou um consumidor.