O poder em gerenciar pessoas – Ranior Almeida Viana* Você já deve ter ouvido falar ou mesmo pronunciado as seguintes ideias: “Os ricos irão ficar cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” ou “O poder e a riqueza tendem a se concentrar”.
Pois bem, essas hipóteses servem de base às conversas nos parlamentos, na hora do jantar em milhares de lares e nos bate-papos de botecos.
Ter essa noção convencional de que a “desigualdade econômica tende a se perpetuar cada vez mais”, pensar dessa forma faz de nós marxista? Diria que só um pouco. Calma, posso explicar o porquê dessa minha afirmação. É que a teoria do alemão Karl Marx é uma das primeiras no mundo a dar conta de explicar o porquê da “concentração de riquezas nas mãos de poucos”.
Como diz o renomado escritor venezuelano Moisés Naím em seu livro “O fim do Poder” (2013), “Mesmo não tendo como quantificar o poder, podemos saber como funciona. O poder nunca existe de maneira isolada; sempre envolve outros fatores e exercido em relação a eles”. Dessa forma fica evidente que nos dias de hoje, há mais pessoas com o mesmo poder, devido isso podem fazer muito menos com ele.
Muitos gerenciadores de pessoas de pequenas e grandes organizações têm em mãos, pois lhe é conferida autoridade para administrar pessoas, isso não quer dizer que na prática esse gestor tenha a capacidade de deliberar grandes grupos fazendo com que cada pessoa que compõe a engrenagem da organização funcione perfeitamente bem, por vários fatores, por exemplo, cada indivíduo reage de uma forma, uns precisam de mais atenção que outros, já há aqueles que não desenvolvem tão bem suas atividades laborais com tanta cobrança.
O gerenciador que tem o poder nas mãos e consequentemente tende a observar os cuidados com os subordinados para não caírem no ato falho de cometer o assédio moral no trabalho, que tem por definição expor o funcionário a situações humilhantes e constrangedoras podendo isso ser repetitivo e prolongado, o que pode soar como perseguição, fazendo com que o subordinado queira desistir de desempenhar sua função em sua organização.
Por fim, uma coisa é certa não há dúvida que o poder “superconcentrado” existe e que a riqueza também veio se concentrando ao longo do tempo, muitos que o detém se aliam ou compram políticos e governantes. Com relação ao assédio moral o seu combate tem que envolver vários atores da sociedade que procurem em conjunto ser multidisciplinador e que não aceite tais condutas. *Licenciado em Sociologia – UERR, Bacharelando em Ciências Sociais – [email protected]
Qual seu cheiro? – Vera Sábio*Não sei se todos sabem, mas o olfato é o sentido mais primitivo do ser humano. Desde o útero materno somos capazes de responder positivamente e negativamente ao aroma que sentimos.
Identificamo-nos com alguns cheiros que nos atraem durante toda a vida, e temos repugnância a outros cheiros, que pode ser que uns achem bons; mas a gente detesta.
Enfim, tem pessoas que adoramos estar por perto, elas deixam no ar um cheiro de aurora, cheiro de flor, cheiro de alma brilhante. Algo indescritível; todavia se pudéssemos colar-nos-íamos nela só para sentir o seu cheirinho de quero mais.
Existem também outras pessoas que, mesmo com o melhor perfume francês, a alma fede, a essência é podre e não suportamos ficar perto delas. Às vezes por educação, indo contra nossos instintos, queremos nos aproximar, até para retirar alguma vantagem da condição que esta pessoa tem; no entanto para isto acontecer, pegamos o mau cheiro daquela pessoa e nos contaminamos, tão somente por não seguir nosso instinto primitivo.
Deus também é capaz de se aproximar de nós, muitas vezes com o nariz fechado, quase sem suportar o nosso mau cheiro. Porém com todo amor quer nos banhar, nos limpar e nos retirar da lata de lixo enfeitada, que teimamos em permanecer.
Portanto preste atenção em qual é o seu cheiro?
Acredite no amor de Deus e refaça a sua história, tenhas um cheiro agradável para deixar saudades e ajudar os outros com seu exemplo.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]
Uma luta nada renhida – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O maior respeito que você pode ter por um adversário é fazer de tudo para ganhar dele”. (Oscar Schmidt)No linguajar potiguar do Oscar devemos fazer uma análise coerente do que ele diz. O que um potiguar diz quando diz que você deve fazer de tudo, é que você deve fazer o melhor, com qualidade. Que é o que não estamos fazendo, sobretudo no futebol nacional. Quem assistiu ao jogo do Flamengo com o Botafogo, na quarta-feira, sabe do que estou falando. Foi a mais extraordinária demonstração do despreparo psicológico e social dos jogadores que estavam em campo. Um incentivo formidável para o mau comportamento dos torcedores.
Alguém já disse que os competentes não competem; eles fazem o que devem fazer da melhor maneira que deve ser feito, e vencem. O valor de sua vitória depende do valor do seu adversário. Nenhum time famoso vai ficar orgulhoso por vencer uma partida, com um time de várzea. Simples pra dedéu. E é por isso que devemos respeitar o adversário. E esse respeito está incluído no pensamento do Oscar: “fazer de tudo para ganhar”. Há décadas que isso vem sendo discutido no meio técnico, mas não obedecido. Educar o jogador é muito importante para que ele aprenda a respeitar o adversário como adversário, e não como inimigo.
Há uma demonstração, impressionante, da valorização da violência no mundo esportivo. Permitam-me um parêntese: o futebol-americano, eu o vejo como um absurdo, a começar pelo título. Não entendo por que futebol, se a bola é jogada com as mãos. Concorda comigo? Mas voltemos ao nosso papo sobre a violência no esporte. Já é tempo de educarmos nossos atletas para que eles se valorizem no valor do adversário. E nunca consideraremos o valor, se não tivermos respeito por ele. Não há como se aceitar a violência em campo, por falta de preparo psicológico do atleta. Um preparo que deve fazer parte da Educação, sem a qual nunca seremos superiores, mesmo vencendo a disputa.
Na última copa do mundo, o Brasil deu o maior exemplo do despreparo dos nossos jogadores. Mesmo sendo considerados os melhores no futebol mundial. Mas a qualidade não deve estar só no drible. Sempre que um time brasileiro, e até mesmo a seleção, entra em campo com um adversário de alto nível, treme na base. Desculpem-me a grosseria, mas antigamente isso se chamava, “fazendo xixi no calção”.
Sou um cara meio esquisito. Nunca torci por nenhum time, independentemente da modalidade. Assisto aos jogos e fico feliz com a vitória seja de qual for. Se venceu foi porque mereceu, fazendo melhor. Vamos fazer isso no que fizermos seja lá o quê estivermos fazendo. Pense nisso. *[email protected]