BULLYING, UMA VIOLÊNCIA SILENCIOSA! – Dolane Patrícia*
“Palavras não são pedras, mas se forem jogadas com força, machucam” é uma frase de um autor desconhecido que retrata de forma bem profunda a gravidade do bullying, que pode ser definido como o comportamento agressivo entre crianças e adolescentes, também chamados por muitos de assédio ou maltrato escolar, onde se ataca, física, verbal ou psicologicamente alguém.
Na verdade, o bullying sempre existiu, mas nos dias atuais ele recebeu esse nome mais “moderno” e pode ser definido ainda como: “uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão.” (novaescola.org.br).
Existem muitos alunos que sofrem esse tipo de violência, muito comum nas escolas. Alguns sofrem bullying por serem negros, outros por serem brancos. A realidade é que nesse caso o agressor não escolhe cor e nem classe social, porque o problema é com quem ofende e é assustadora a omissão de muitos!
Por isso, é uma questão que precisa ser tratada com mais seriedade, é preciso dar crédito a quem reclama de bullying, de maus tratos, xingamentos ou discriminação. É necessário combater esse tipo de violência psicológica, porque nem todos falam. Alguns sofrem calados e aí está um grande perigo, porque um ódio vai crescendo por dentro do indivíduo, sem que esse sentimento seja perceptível para aqueles que estão ao seu redor.
As consequências podem ser maiores do que se pode suportar, quando esse tipo de violência não é levado a sério. Mas é sempre que se pode evitar? A pessoa que sofre bullying sofre um batalhão de emoções em sua mente e precisa de muito equilíbrio emocional para continuar a agir com normalidade. Isso se torna mais grave, se é uma pessoa calada, que não demonstra o que realmente sente, que se esconde por trás de um silêncio ensurdecedor, que pode o levar a cometer atos inimagináveis, em razão da violência suportada em silêncio.
Recentemente, um estudante, filho de policial militar, fez disparos contra colegas no Colégio Goyases, localizado no bairro Conjunto Riviera, em Goânia.
O site globo.com noticiou, juntamente com diversos outros meios de comunicação, “que o filho de policiais militares, o adolescente de 14 anos suspeito de matar dois estudantes sofria bullying, segundo contou ao G1 um colega do Colégio Goyases, escola particular de ensino infantil e fundamental onde o tiroteio aconteceu, em Goiânia. De acordo com o Corpo de Bombeiros, outros quatro alunos ficaram feridos.”
A reportagem traz o relato de um colega de classe: “Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo”, revelou o aluno.
O jovem chegou a afirmar no depoimento que não procurou professores ou a coordenadora da escola para relatar a situação de bullying que sofria. Os professores confirmaram ao delegado que não receberam queixas deste tipo por parte do adolescente.
A revista Veja traz uma informação estarrecedora: “Atirador sofreu bullying antes de ataque, diz pai de aluno ferido. De acordo com ele, o autor dos disparos era chamado de ‘fedorento’ e havia ganhado dos colegas um desodorante momentos antes de pegar a arma e atacar”.
O site ainda afirma que o suspeito era considerado alguém tímido e reservado, permanecia quase sempre afastado dos colegas. A revista Veja relata o que disse Thiago Barbosa, pai de Hyago Marques Barbosa, de 13 anos, um dos feridos pelos disparos:
“Momentos antes do episódio, alunos entregaram jocosamente ao atirador um desodorante, como forma de ironizá-lo por conta do apelido de “fedorento” que haviam atribuído a ele. “Meu filho me conta tudo, ele já tinha me dito que tinha esse menino na sala, que era mais reservado, ficava na dele”, contou.
Nada justifica a atitude de tirar uma vida! Nada fará com que aqueles pais tenham seus filhos de volta. Mas novas condutas como essa poderão ser evitadas!
O site www.br.innatia.com dá algumas dicas importante aos pais, para prevenir o bullying psicológico, como: Conhecer os amigos e colegas de classe, perguntar como se dá com eles, quando chegar da escola, observar se tem algum machucado. O site ainda orienta a não incitar a criança a brigar, buscando apoiá-la, fazê-la sentir confiança e comunicar com a escola para fazer saber a situação que a criança sofre.
Além disso, o site sugere que observe o comportamento do seu filho, para ver se precisa de ajuda profissional, além de não comentar o problema com seus amigos na frente da criança e alerta que se o assédio escolar continua, não deve evitar em trocar a criança de escola.
O papel da família é fundamental para mostrar aos filhos que os mesmos precisam reconhecer seus valores, mostrar que ninguém pode fazê-lo sentir inferior sem o seu consentimento.
Nesse sentido, é importante destacar que existem pessoas da família, que praticam bullying dentro de casa. A criança ou o adolescente já vai fragilizado para a escola, onde sofre bullying dos colegas. Essa prática precisa chegar ao fim!
A pessoa que sofre bullying precisa informar o problema aos pais ou aos professores. Apesar de existirem casos em que a violência é ignorada, é necessário fazer uma tentativa de comunicar o fato, e se sofrer ameaças, fale das ameaças também. Mas é preciso ter coragem, determinação, não ficar calado e não deixar que o ódio motive condutas como a dos homicídios que aconteceu em Goiás.
“Nunca seja maltratado em silêncio. Nunca permita a si mesmo ser uma vítima. Não aceite que ninguém defina sua vida, defina-se a si mesmo” (Tim Fields).
*Advogada, Juíza Arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. Mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia Twitter: @DolanePatricia_ You Tube: DOLANEPATRICIA RR. Acesse dolanepatricia.com.br. WhatsApp 99111-3740
Estamos na erosão – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.” (Barão de Itararé)
Fiquei muito tempo sem coragem para citar essa, do Barão. Sempre receei magoar, ofender, os que vivem da e na televisão. Mas, ontem, assistindo aos programas da manhã e os telejornais que os acompanharam, concordei com o Barão. Não é fácil ficar calmo com as repetições de notícias negativas, dias e dias, sempre as mesmas notícias. O negativismo espraiado pelo mundo nos noticiários chega a ser doentio. E mais do que doentios, são viciosos.
Você não precisa ser inteligente nem culto, para entender isso. Até eu entendo. O que ouvimos, todos os dias pela televisão, de tolices e babaquices ditas por altas autoridades, adoece. Nunca imaginei que pudesse ouvir um disparate dito pelo governador de São Paulo. Mas ele nos disse, recentemente, que não manda delegados para as pequenas cidades do interior porque os delegados vão pescar. Não é à toa que a criminalidade cresce assustadoramente, independentemente do tamanho da população das cidadezinhas. Afinal, de acordo com o Governador, delegado não deve pescar.
Estamos nadando num pantanal lamacento. E de acordo com as imagens que nos são passadas pela televisão, a culpa é da política. Eles estão descobrindo a pólvora na Educação. Estão descobrindo que a Educação está no fundo do poço. Coisa que até os analfabetos já sabiam disso. E como melhorar a Educação? Educando. Mas pra que educar se o cidadão educado não vai votar neles? Simples pra dedéu. O Temer está mostrando e ensinando como comprar votos de Deputados. E os Deputados estão fortalecendo o que já sabem em como comprar votos dos politicamente analfabetos, que somos nós, eleitores.
Aí fiquei mais à vontade para falar do prejuízo que a mídia traz para a educação cívica do brasileiro. Mas, infelizmente o mundo todo está vivendo esse problema. Mas isso não significa que devemos aceitá-lo porque os outros também o têm. Vamos viver nosso Brasil, limpando sua política. E comecemos por não botar na política a responsabilidade pelos desmandos. A responsabilidade pelos desmandos está na irresponsabilidade do eleitor. É ele quem manda os larápios e despreparados para nos representar no poder público. Se vão tentar remendar, botando a religião na educação, porque não incluir a política e o civismo?
A população brasileira praticamente triplicou em apenas quarenta anos. E os administradores públicos não se prepararam para administrar o crescimento, com competência. Somos nós, eleitores, que devemos mudar. É só nos educarmos, já que não nos educam. Pense nisso.