Opinião
Opiniao 26 05 2015 1031
Espiritualidade ou meninice? – Marlene de Andrade* Ser cheio pelo Espírito Santo não é ter que fazer barulho na igreja, manifestação corpórea, falar em “línguas estranhas” e nem tampouco ser pentecostal, pois essa expressão nem existe na Bíblia.Pentecostes era uma festa que os judeus faziam para comemorar a colheita do milho, cinquenta dias após sua plantação. É verdade que a descida do Espírito Santo se deu, coincidentemente, em uma festa de Pentecostes, porém o que tem isso a ver com batismo pelo Espírito Santo e santidade? Os cristãos não precisam falar em “línguas estranhas” para serem batizados pelo Espírito Santo. É verdade também que no Pentencostes os apóstolos falaram em línguas, porém em línguas idiomáticas, ou seja, em línguas estrangeiras e todos entendiam o que eles falavam. Naquele dia, em Jerusalém, havia 14 nações que foram comemorar a festa do milho e, ainda assim, todos os povos ali presentes a essa festa entenderam a pregação dos apóstolos na sua própria língua. Tal fato ocorreu por milagre, sendo que mais de três mil pessoas se converteram a Jesus. Isso, sim, é dom de línguas, porém blá blá blá é bizarrice. O cristão cheio do Espírito Santo tem intimidade com Deus e sente necessidade de viver o que está escrito na Bíblia. O servo de Deus é controlado pelo Espírito Santo e manifesta diariamente o Fruto do Espírito, o qual é: “… amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio…” “Dons carismáticos” não caracterizam espiritualidade, tais como fazer “adivinhações”, gritar, rodopiar no reteté, “operar curas”, imitar vozes de animais e rir escandalosamente. A igreja de Corinto “possuía” muitos “dons carismáticos” e ao mesmo tempo era muito carnal, pois do lado de fora das paredes do templo cometiam atrocidades. Muitos deles possuíam caráter duvidoso e eram muito imorais. E aí o que dizer disso? Em muitas igrejas existem irmãos frustrados, achando que não são batizados pelo Espírito Santo só porque não manifestam essas liturgias bizarras como o falar em línguas estranhas, ter a unção do leão, da lagartixa, da gargalhada, gritaria, shows pessoais e entre outros, a unção do dente de ouro. Tudo isso não passa de meninice e histeria. Paulo disse, ironicamente, que se não houvesse amor não adiantava falar em línguas dos anjos. Quando os anjos vieram à terra a serviço de Deus, falaram em línguas compreensíveis, e não em “línguas estranhas”. Em relação às línguas estranhas Paulo assevera: “…prefiro falar cinco palavras compreensíveis para instruir os outros, a falar dez mil palavras desconhecidas.(1 Co 14:19). *Especialista em Medicina do Trabalho/Anamt https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 —————————————— Professor x pai das profissões – Vera Sábio “Quem aprende ensina a aprender” (Paulo Freire) Pensando bem, não temos como cobrar boa segurança, saúde de qualidade, uma grande estrutura urbana e mesmo pessoas dignas e honestas, se na infância não tiveram pais que foram bons educadores e professores que ensinaram os princípios básicos do respeito mútuo, de como conviver com o próximo, sabendo que seu direito acaba onde começa o direito dele. Em casa somos filhos, tendo os privilégios da proteção familiar, do amor paterno e materno e de estarmos perdoados quando ultrapassarmos algumas das regras da boa convivência. Mesmo que a mamãe nos dê uma palmada, ou nos coloque no cantinho da reflexão. Porem, é na escola que percebemos que a disciplina deve ser cumprida, que não somos tratados diferentes pelo amor familiar, mas que temos limites a serem respeitados e aprendizados que nos preparam para a vida produtiva. Como os professores podem ensinar bem e com entusiasmo, se não forem valorizados com recursos adequados e remunerações dignas, pois são eles os “pais” das outras profissões? Não temos como ter uma cidade saudável, se a educação estiver doente. Não temos como desenvolver cidadãos dignos se faltam dignidade, estrutura, climatização, harmonia e conhecimento para que o professor passe as crianças a formação necessária, constituindo o alicerce da vida adulta. Ensinar é bem mais amplo do que alfabetizar, do que formar profissionais e conhecedores de áreas diversas. Ensinar é formar personalidades, conscientizar caráter, construir cidadãos, formular idéias e fazer pensar… Somente com pensamentos críticos é possível refletir e modificar os fatos, produzindo ações que revolucionem o mundo. Única constância é a “mudança”, portanto, é necessário mudar o pensamento a respeito da educação, produzindo novo amor, nova perspectiva em relação ao amanhã incerto, tendo como única certeza a certeza de que através de bons professores, teremos um futuro bem melhor. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega —————————————– Que regime? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Os regimes que atentam contra os direitos do povo, educam o povo na tendência a desconhecer os direitos do Estado”. (Rui Barbosa) Fico pensando em como o Rui Barbosa coçaria o queixo se estivesse entre nós. Ele sabia que nunca fomos uma democracia de fato. E não sei se algum dia, seremos. Pessimismo? Coisa nenhuma. O maior problema neste problema é que ainda não fomos educados para viver uma democracia. Ainda vamos votar na obrigatoriedade, orgulhosos, pensando que estamos votando, por dever. Estamos iniciando um novo ano de lutas políticas onde deveria haver concordâncias na política. Ainda não nos ensinaram que a política é o esteio da civilização. E por isso mesmo votamos fazendo bagunça na nossa política bagunçada. Reflita sobre isso. Decepcionado, não. Só estou preocupado por não ver melhoras nas nossas decisões políticas. Tivemos eleições recentemente e não vemos nenhuma perspectiva de melhora no nosso regime apelidado de democrático. Não sei se você está atento ao absurdo no descaso político com nossa democracia. Nenhum político está preocupado com isso. E o mais nauseante é que os realmente políticos estão a par do problema. Eles sabem que não seremos uma democracia de fato, enquanto formos obrigados a votar. Mas se fazem de desentendidos para não assumirem a responsabilidade de nos educar para a cidadania. Os argumentos usados pelos entrevistados são os mais fúteis que se pode imaginar. E o pior é que são aceitos como justificativas. Mas você já sabe que nunca resolveremos um problema, preocupados com ele. Logo, vamos nos preocupar conosco mesmo, na condição de cidadãos responsáveis pelos nossos direitos no nosso futuro. Não tenho a menor dúvida de que vamos viver mais um quadriênio de sufoco e desmandos, que provavelmente nos levarão ao sufoco, a que já estamos acostumados. E este é o maior perigo. Quando nos acostumamos deixamos de pensar. E por isso nunca tivemos condições para analisar os problemas que criamos, e alimentamos com nosso analfabetismo político. Mas não se preocupe com isso. Nenhum político realmente político que tenha sido eleito nas últimas eleições, terá coragem nem condições de enfrentar a verdade. Vamos fazer nossa parte fazendo para nós o que os que deveriam fazer não fazem. Vamos nos civilizar e procurar estudar mais a política, já que o poder público jamais fará isso por nós. Respeitemo-nos mais, respeitando a política que muitos “políticos” só desrespeitam. E estes são, incrivelmente, a maioria. E inicie sua tarefa conscientizando-se de que os responsáveis por tais desmandos somos nós mesmos. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ———————————— ESPAÇO DO LEITOR SERRA GRANDE I Os moradores da Vila Serra Grande I, no Município de Cantá, enviaram a seguinte reclamação: “Já estamos há vários meses tentando mobilizar a Caer para o problema de abastecimento de água nas residências, que está cada vez mais problemático. Por várias vezes, o motivo informado pela companhia é referente a problemas na bomba de captação, que apresenta problemas relacionados à instalação. Para conseguir um balde d’água para lavar louça – ou então filtrar para bebermos – é necessário acordar às 5h ou esperar após as 23h, quando a pressão da água aumenta”, relatou uma moradora. ATERRO Uma leitora da Rua Esmeraldo, no bairro Jóquei Clube, comentou: “Neste período de inverno, os moradores já estão se mobilizando para um mutirão, como ocorre todos os anos, para aterrar a rua em razão das péssimas condições de trafegabilidade. Já comunicamos o fato ao município, mas nada foi feito. Para não ficarmos prejudicados, nos mobilizamos para comprar entulhos para aterro a fim de tentar minimizar o problema de buracos e das chuvas”. BURACOS Morador da Rua Rodrigues Coelho, no bairro São Pedro, comentou que esta via é uma das que estão totalmente esquecidas e que daqui a uns dias, com a intensificação das chuvas, ficará intrafegável. “Na semana passada, um motoqueiro sofreu um acidente e teve que ser socorrido às pressas. Aqui sequer existe asfalto, a rua ainda é feita de paralelepípedo, e nunca foi dada manutenção. Agora a situação se agravou por conta dos buracos”, frisou. PESCA Pescadores do Baixo Rio Branco relataram que todos os anos, neste período da piracema, ocorrem inúmeros problemas com os ribeirinhos. “Apesar de estarem cumprindo a legislação, que determina a suspensão das atividades de pesca comercial neste período, talvez pela deficiência da fiscalização as embarcações que chegam de Manaus [AM] estão recolhendo nosso pescado, sem que eles sejam punidos. Esperamos que com esta denúncia as autoridades intensifiquem as operações”, pediu um ribeirinho.