Um jornal necessário há 34 anos – Flamarion Portela *
Era plena ditadura militar e Roraima ainda era Território Federal governado pelo Brigadeiro Vicente Morais. Naquela época, existia apenas o jornal Boa Vista, que era de propriedade do Governo, e O Roraima, de Sidiney Mendes, sem periodicidade definida.
Nesse cenário, começava a ser concebido por Fernando Estrela, Cícero Cruz, Cosette Espindola e Sandra Tarcitano, o jornal Folha de Boa Vista. Era 1983, e o sonho começava a ser colocado em prática.
Idealizado para ter periodicidade semanal e com tiragem de 1500 exemplares, após vários meses de conversa e articulações, a primeira edição foi impressa na gráfica do jornal A Crítica, em Manaus, para circular em Boa Vista no dia 21 de outubro de 1983.
Mas, como todo começo tem suas dificuldades, com o jornal Folha de Boa Vista não poderia ter sido diferente. No dia marcado para circular, os editores receberam a informação de que o jornal não tinha sido embarcado no voo da companhia aérea Cruzeiro, que na época só voava três vezes por semana para Boa Vista. Desta forma, os exemplares tiveram de vir num táxi aéreo fretado, chegando para distribuição no final da tarde do dia 21, uma sexta-feira.
Foi um grande desafio para a época, quando Roraima ainda era quase que totalmente dependente do Amazonas e do resto do País. No primeiro ano, o jornal teve de ser impresso em Manaus, até que fosse adquirido o primeiro parque gráfico e montado num prédio na avenida Santos Dumont.
Nascia ali a semente de um jornal independente, que passou a ser a voz da população, mostrando as mazelas da administração pública. Nascia ali o periódico que floresceu e, em 1988, passou para o comando da família Cruz, abrindo caminho para a construção do Grupo Folha, que inclui ainda a FolhaWeb, a Editora Boa Vista e a Rádio Folha.
Ao longo dos anos, o “Jornal Necessário” vem se destacando na comunicação impressa em Roraima, sendo o mais antigo jornal em circulação do Estado, pautado pela ética e o profissionalismo de sua equipe editorial, sempre preocupada em levar a informação de forma precisa e com responsabilidade.
E a credibilidade do jornal fez nascer mais um veículo de comunicação: a Rádio Folha, que no último dia 21 de outubro comemorou 14 anos, priorizando a informação na sua programação diária, com uma equipe de jornalismo pautada em levar a notícias aos cantos mais longínquos do Estado e também ser um elo entre a população e o poder público.
Dois veículos de imprensa, duas grandes histórias de desafios e superação, que fazem do Grupo Folha um importante mecanismo de apoio aos anseios da sociedade.
Parabéns Folha de Boa Vista, Rádio Folha e todos os seus profissionais.
Parabéns Getúlio, dona Nazaré, Paula, Getúlio Filho, Carol e Alberto. Vocês formam uma linda família.
*Deputado estadual e ex-governador de Roraima
QUEM MUDA? – Vera Sábio*
É mais fácil esperar do outro, colocar a culpa no outro, deixar para o outro; do que assumir a direção dos atos e palavras, enfim ser o protagonista da própria história.
Sabemos que dependemos de um sistema, de uma legislação, de outras pessoas; porem os outros também dependem da gente e todos somos importantes e responsáveis pelas mudanças existentes.
Somente quando tivermos consciência do nosso valor saberemos que tudo depende de quem muda.
Ouvi esta metáfora que muito me fez refletir.
“Uma pessoa segurava uma xícara de café e alguém esbarrou em seu braço, fazendo com que derramasse café por todo lado. Alguém pergunta:
-Por que você derrubou o café?
E você responde que foi porque bateram em seu braço… mentira. Foi porque havia café na xícara, se houvesse chá teria derramado chá ou qualquer outro líquido que tivesse na xícara.”
Assim quem é o culpado?
O culpado do que sai de você, é somente você mesmo que foi capaz de se encher daquilo.
Estamos presos em nossas convicções de que o país não tem jeito; porem depende de nosso voto as pessoas que governam o país e as que irão governar. Portanto enquanto não assumirmos nosso papel e mudarmos realmente, valorizarmos as prioridades ao invés das ilusões. Tudo continuará de mal a pior.
Não tem como fazer omelete sem quebrar os ovos. A bagunça foi grande demais, enquanto o gigante dorme iludido com as novelas, com as olimpíadas, com a copa do mundo e agora com o Roque Rio.
Só cada um é capaz de mudar e somente derramar o que possui no íntimo. por isso se encha de coragem, de honestidade, de discernimento, de verdade e assim transborde; limpando tanta sujeira que existe e construindo um futuro melhor.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]
Relações humanas – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“As relações humanas constituem a ciência de se proceder com as outras pessoas de tal maneira que nossa autoestima e a autoestima das pessoas permaneçam intactas.” (Les Giblin)
Não há como haver relacionamento humano sem o respeito. E a sinceridade é o meio mais importante para se respeitar. E não há sinceridade com vulgaridade. Quando nos conhecemos, conhecemos as outras pessoas, baseados no respeito às diferenças. Que é quando sabemos que somos todos iguais. Quando sabemos, conhecemos e respeitamos os limites da racionalidade, que não tem limites. As relações humanas são fundamentais para o bom relacionamento profissional. E não há um bom relacionamento profissional sem um bom relacionamento familiar; um ponto básico no bom relacionamento dentro das empresas, e nem todas observam e respeitam.
Mas é na vida particular que desempenhamos melhor nossos conhecimentos nas relações humanas. Tenho um zilão de bons exemplos dentro das relações humanas. Eu estava em São Paulo e mandei a matéria para a Folha, dizendo como eu me desviava quando o Governador chegava a um evento onde eu estava. E isso porque não me sinto bem, chamando alguém de senhor, excelência ou coisa assim.
No final do ano vim a Boa Vista, visitar a família. Na Casa da Cultura festejava-se o encerramento das atividades do ano. Fui até lá, necessitando de um contato com a então Primeira Dama, Ângela Portela, por quem tenho e sempre tive respeito e carinho do tamanho do mundo. Mas quando cheguei lá, ela não estava. Fiquei olhando uns quadros expostos na parede, quando de repente alguém tocou no meu ombro. Virei-me, e ele falou alegre:
– Pode me chamar de você.
Era o então Governador Flamarion Portela. Rimos e nos cumprimentamos. Estávamos numa sexta-feira e o governador, me convidou para conversarmos no dia seguinte, no Palácio. Uma demonstração de respeito mútuo, dentro das relações humanas.
Não são poucas as grandes amizades que tenho em Roraima e em grande parte do Brasil, como fruto do respeito que mantenho pelas pessoas, independentemente das diferenças que possam existir entre mim e elas. Porque é por isso que elas me respeitam. Não estou nadando no exibicionismo de querer servir de exemplo para você. Estou apenas sugerindo que não despreze a importância que há no relacionamento humano.
Seja cordial. O importante é que você seja sincero. E nunca se magoe se sua sinceridade não for correspondida. Porque é nesse entendimento que você se valoriza e é respeitado. O elogio é uma ferramenta para o respeito, mas tem que ser sincero e profissional. Nada de exagero nem banalidade. Pense nisso.