O papel da educação na logística – Eduardo Banzato*Já que o Governo e o Congresso estão em plena discussão da reforma educacional no Brasil, abordando filosofia, religião, educação física etc., por que não destacar a importância da logística?Segundo o professor Daniel Belluci Contro, diretor do Colégio Liceu Jardim, em Santo André (SP), uma das principais referências na formação educacional do País (Ensino Fundamental e Médio), as duas primeiras grandes áreas da inteligência humana, que se desenvolvem entre dois e sete anos e que impactam diretamente na formação de um profissional são: • a inteligência linguística e • a inteligência lógico-matemática.“O ensino fundamental tem justamente este nome pois é neste período de ‘exuberância sináptica’ em nosso cérebro que se lança, principalmente por meio de estímulos, os fundamentos da inteligência, da personalidade e dos valores. Atualmente sabemos que 40% de nossa inteligência deriva de uma carga genética, mas que outros 60% vêm dos estímulos do meio. É a partir dos 12 anos que o cérebro humano já está 90% formado e preparado para encarar qualquer desafio (equações, problemas, abstrações, etc.). As ligações de neurônios (sinapses), que ocorrem durante o aprendizado, são infinitas e por isso que mesmo os mais velhos têm capacidade de aprender”, destaca o professor Daniel.O treinamento após está etapa inicial (ex.: cursos de aperfeiçoamentos, especializações, etc.) é o grande responsável pelo refinamento das habilidades humanas adquiridas.Nesse sentido, o Instituto IMAM defende a tese de que o ensino da “logística”, como um processo, deveria começar nessa fase, por meio de estímulos práticos em disciplinas como física, matemática, português, artes entre outras, integrando o ensino básico de preparo de qualquer ser humano, por meio de exercícios e problemas que os profissionais vão se deparar no futuro. Preparo para a vida, para as diferentes situações que ele possa enfrentar, empresarial ou pessoalmente.Porque? Logística representa processos organizados, lógicos, bem construídos. Embora tenha origem grega, logística também vem do frânces “logistique”, que significa uma arte que trata do planejamento e realização de abastecimento, muito utilizado em operações militares, entre outras. Aliás, a logística sempre esteve relacionada com as áreas que cuidavam do planejamento de diversos componentes de uma cadeia de suprimentos, como armazenagem, distribuição de insumos para manutenção, vestuário, além de alimentos, saúde, transportes e etc.* Diretor do IMAM, empresa que há 37 anos atua na logística e integra os negócios de Consultoria, Treinamento e Instituto——————————————Foro privilegiado é absurdo que precisa acabar – Ângela Portela*As recentes prisões dos ex-governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho e Sérgio Cabral, decorrentes de decisões de juízes federais, deixaram mais uma vez exposto o absurdo do foro privilegiado. Garotinho é acusado de crime eleitoral e obstrução da Justiça; Cabral, de corrupção, entre outros delitos. É difícil crer que estivessem presos se gozassem da prerrogativa de foro, que confere a autoridades dos mais diversos níveis o direito de serem processadas em tribunais superiores, representando benefício, e não raro, impunidade a cerca de 20 mil pessoas Brasil a fora.Levantamento recente do Jornal Folha de S. Paulo, com base em dados disponibilizados pelo próprio Supremo Tribunal Federal, aponta que há pelo menos trinta inquéritos envolvendo autoridades tramitando há mais de seis anos sem desfecho. E mais: muitos deles seguem inconclusos há pelo menos dez anos. Meu estado conhece bem essa situação, já que um dos políticos de trajetória mais nebulosa das últimas décadas, senador por Roraima desde 1995, constitui exemplo gritante de um sistema judicial que não anda quando se trata de processar autoridades. Recentemente indicado líder do governo Temer, Romero Jucá coleciona sete processos em que é investigado por crimes como apropriação indébita, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Nunca é demais lembrar que o mesmo senador foi recentemente flagrado em ligações telefônicas comprometedoras, nas quais defendia abertamente uma operação-abafa para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava-Jato no mundo político. Temos então um senador multi-investigado, flagrado em tramas obscuras, mas que mantém seu poder político. Isso só é possível porque ele, como tantos outros, se protege pela prerrogativa de foro.
E como fica a sociedade diante de histórias como essa? Qual o sentimento que pode advir, senão o da impunidade e o de que as instituições protegem quem tem poder e recursos financeiros? E, quem pode negar que a certeza da impunidade alimenta a corrupção e os desvios na administração pública?Quem pode duvidar do fato de que a impunidade destrói a credibilidade nas instituições, condição fundamental para a construção da Justiça e da democracia?Processos que se arrastam sem decisão definitiva prejudicam a imagem dos políticos inocentes; minam a credibilidade da classe política como um todo, e arranham a imagem do Judiciário. Os únicos beneficiados são aqueles que cometeram malfeitos, que se utilizaram dos mandatos para fazer negócios, e que se aproveitam da prerrogativa de foro para escapar das garras da lei.Essa é uma situação que não pode perdurar. Como bem alertou o ministro Luis Roberto Barroso, o Supremo Tribunal Federal não está dotado das condições necessárias para atuar como corte penal. Sua vocação deve ser funcionar como última instância recursal do Poder Judiciário e como corte constitucional, mantendo suas atribuições de primeira instância em matéria penal apenas para um rol extremamente reduzido de autoridades. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania prepara-se para votar uma PEC que pode solucionar esses problemas e, mais importante, enviar à sociedade brasileira o sinal claro de que o Senado não tolera a impunidade. O texto é de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR) e tem parecer favorável de Randolfe Rodrigues (Rede-AP).Sem prejuízo de eventuais aprimoramentos que possa receber, é importante que ele seja aprovado e que o instituto da prerrogativa de foro enfim seja revisto. O resgate da credibilidade da classe política é fundamental para o avanço da democracia. Do contrário, abriremos espaço para aventureiros, que se declaram não políticos, mas que são capazes de trazer enormes retrocessos à nossa jovem democracia. Mas não há como ter credibilidade com a manutenção do foro privilegiado, que dá aos detentores de mandato vantagens que não são conferidas ao cidadão comum. Pôr fim a esse privilégio é o desejo da sociedade brasileira. Espero que o Senado faça a sua parte.*Senadora pelo PT de Roraima————————————-Cabeça erguida – Afonso Rodrigues de Oliveira*“No dia em que pararmos de nos preocupar com consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com consciência Humana, o racismo desaparecerá.” (Morgan Freeman)Já toquei neste assunto por aqui, há poucos anos. Foi no dia em que eu estava à janela, olhando o movimento lá na calçada do Fórum João Mendes, em Sampa. De repente ouvi uma barulheira lá na Praça da sé. Atentei-me e percebi que era uma manifestação de rua. E como indicava que não era nada alarmante, peguei o elevador, desci, saí e fui até lá. Era uma manifestação de pessoas negras, contra o programa de cotas nas universidades. Adorei a reação do pessoal. Houve várias falas protestando contra as cotas, por julgá-las contrárias à dignidade das pessoas consideradas negras. Voltei para casa, feliz com o que vi. Mesmo porque sempre fui contra o que considero ridículo: cotas para negros nas universidades. Elas expõem os negros como pessoas incompetentes. O argumento dos que defendem as cotas são realmente fora de qualquer principio de dignidade. Foi aí que procurei a frase do Bob Marley para usá-la nos meus trabalhos: “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.” Por que você procura dar tanta importância à cor de sua pele negra, sem se dar conta do brilho dos seus olhos? Por que tem que se aborrecer tanto, com os idiotas que não sabem valorizar você no que você é e sim na cor de sua pele? Veja se você não está se desvalorizando dando tanta importância à cor de sua pele. Se não está, por que se aborrecer com os desvalorizados? Porque precisa ser muito ordinário para tentar avaliar alguém pela cor de sua pele. E se é assim, por que você se sente ofendido, ou ofendida, com quem não merece sua atenção? Veja se você não está valorizando mais a cor de sua pele do que o brilho dos seus olhos. Você não precisa do estilo africano para mostrar que está valorizando suas origens. O nordestino não precisa usar chapéu de couro para se identificar como nordestino. Somos o que somos no que somos. O Victor Hugo nos disse: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. E o que somos é seres de origem racional. Portanto, todos iguais nas diferenças. Não chegamos a este Planeta como seres humanos, mas como energia racional, vinda do mundo racional. Portanto é na racionalidade que devemos nos manter, para que evoluamos para nossa volta ao nosso mundo de origem. E não conseguiremos evoluir, perdendo tempo com a inferioridade dos que se acham superiores. Enquanto você ficar se preocupando com eles, estará se igualando a eles, na inferioridade. Pense nisso.*[email protected]