A ética na era da revolução genética – Sebastião Pereira do Nascimento*Muitos pensadores definem a ética como um conjunto de normas que devem ser seguidas no exercício de natureza humana, a qual regula o dever moral da sociedade em geral, visando à virtude acima de qualquer interesse no exercício individual ou coletivo. Na prática, a ética é uma reflexão sobre a moral, onde segundo Jonine Ribeiro, ela “…liga com a prática e com o modo em que as pessoas vão agir. Ela não pergunta como as coisa são. Ela pergunta simplesmente como você age”.
Em seus tratados sobre virtudes e vícios, Aristóteles coloca que toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honras, e sim de uma vida virtuosa pautada na ética.
Assim, como cita Janine Ribeiro, a ética é necessária ao exercício do bem comum, uma vez que dentro da esfera humana ser ético é também fazer coisas positivas que possam interessar a vida como um todo, pois todo homem tem o dever de praticar a ética, seja ela de direito prático ou filosófico, onde ele tem a “obrigação” de procurar durante sua vida, a contemplação das ideias, e principalmente da ideia mais importante, que é a escolha do bem.
No caso do emprego da ética na era da revolução genética, alguns pensadores têm mostrado certo interesse no que podemos chamar de “ética evolucionista”, principalmente por suas implicações em relação ao problema da justificação ou objetividade da moral. Quanto à ética evolucionista, podemos compartilhar a dizendo que é um rótulo utilizado na ciência para se referir às atividades de cunho científico e tecnológico, que requerem limitações e arranjo morais no seu desenvolvimento, principalmente quanto às questões genéticas.
Um exemplo disso é o uso da célula tronco, a qual tem entre os muitos benefícios a perspectiva de cura do câncer e de outros males decorrentes de casos diversos. Nesse caso, embora as células tronco exerçam boas expectativas de cura, é observável que o seu uso biogenético ainda implica-se em muitos “ajustes”, principalmente no que diz respeito a conduta ética. Outros exemplos de como a ética participa das questões genéticas, condiz com os efeitos sobre a clonagem e a reprodução humana e, noutros casos, embora de forma latente, sobre o uso maciço dos produtos transgênicos.
Assim, a partir dessa breve contextualização é possível visualizar o emprego da ética às mais diferentes acepções da biotecnologia, onde são empregados inúmeros meios de cultura, ensaios e manipulações nos organismos biológicos – plantas e animais, incluindo o homem –, com intuito de beneficiar a humanidade ou até mesmo, algumas vezes, com objetivo de destruir ela própria. Este último sem o emprego da ética.
Casos como esses movidos pela incoerência das convicções morais, guiados pela desconstrução da ética, trás a tona o emblemático caso que remonta a história da descoberta da estrutura molecular do DNA (ácido desoxirribonucleico), em 1953, pelos cientistas James Watson e Francis Crick.
Durante o longo e tumultuado caminho dessa descoberta, aconteceram inúmeros fatos impregnados de vaidades, tendo alguns chegados ao máximo do egoísmo humano por absoluta falta de ética.
Um desses fatos condiz com a importante participação da química Rosalind Franklin e o físico Maurice Wilkins (ambos ingleses), reconhecidamente como dois dos principais responsáveis pelo deciframento do código genético. Franklin e Wilkins, no inicio dos anos 50, foram responsáveis por gerar as primeiras imagens da dupla hélice a partir da técnica de difração de raios-X. Assim, com o aprimoramento dessas descobertas sedimentou-se a base para o trabalho de Watson e Crick, onde com base nessas imagens é que eles reconheceram que o modelo da “dupla hélice” era compatível com os resultados de Franklin e Wilkins.
Uma vez consolidada a descoberta da estrutura molecular por Watson e Crick, ambos publicaram o famoso artigo intitulado “Molecular Structure of DeoxypentoseNucleicAcids” (Nature, Vol. 171, april 25, 178-140, 1953), sem, contudo considerar as coautorias de Franklin e Wilkins.
Um pouco mais tarde, em 1962, Watson e Crick foram laureados com o Prêmio Nobel, que embora fosse concedido também a Maurice Wilkins e In memoriam a Rosalind Franklin, Watson, principalmente, inflado de egoísmo e tamanha vaidade, não aceitou dividir o prêmio, numa profunda renuncia aos relevantes trabalhos prestados pela colega.Atitudes como essas ajudam exemplificar as condutas nocivas no contexto emblemático das demandas genéticas, onde, no caso de Watson e Crick, o fato se passa sem a mínima antecipação da ética, evidenciando um intencional descuido por parte de Watson e Crick, com os princípios básicos da moral e da ética profissional.
*Filósofo [email protected]———————————————Não fuja da luta – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Os pontos culminantes na vida dos bem sucedidos geralmente chegam no momento de alguma crise, através da qual são apresentados ao seu “outro eu”. (Napoleon Hill)A grandeza da sua vitória depende do valor do seu adversário. Quanto melhor, maior e mais valioso seu adversário, mas importante é sua vitória. Portanto nunca tema seu adversário nem seu inimigo. E só os maiores inimigos nos levam à luta renhida. E é aí que devemos mudar o nosso eu. Não adianta ficar dormindo debaixo do parreiral esperando que a uva lhe caia na boca. Você tem que agir e trabalhar para colher o fruto. Assim é sua luta no dia a dia. E quando sabemos o que queremos e fazemos o melhor para alcançar, geralmente o sucesso vem. E o valor dele vai depender do valor que você deu ao seu trabalho.
A vida está sempre em evolução. As mudanças acontecem a todos os instantes. As diferenças estão nas diferenças da visão de quem as vê. E porque a vida está em evolução nós evoluímos com ela. Mas nem sempre acompanhamos sua evolução. Que é o que acontece com frequência nas consideradas mudanças, e sofremos com elas, por não acompanhá-las. Ainda não aprendemos a enfrentar e encarar os maiores problemas do dia a dia. Observe sempre os minúsculos detalhes no problema que está azucrinando sua vida. Meça-os e veja se eles são maiores do que você. Não, não são. Porque se forem é porque você está se sentindo inferior. E é aí que a jiripoca pia.
Não complique seus pensamentos. Comece por não acreditar que isso é complicado. É simples pra dedéu. É só você acreditar e dar mais importância às coisas mais simples à sua volta. Quando você vence um problema geralmente vê o quanto ele era inferior ao que mostrava ser. Porque é assim que os vencedores chegam ao pódio mais alto. E você só é um vencedor quando vence. Mas a luta tem que ser pacífica. Não é com violência que vencemos. Se fosse não teríamos tantas guerras que marcam nossa história universal.
Lembre-se de que violência gera violência, mesmo quando pensamos que estamos em paz porque vencemos a guerra. Se a violência tem marcado, e vem marcando, a história da humanidade é porque ainda não aprendemos a viver com racionalidade. E só seremos racionais quando formos capazes de dirigir a nós mesmos. Porque ainda não somos. “Ainda somos e vivemos como nossos pais”. E o ritmo da vida muda a todo instante. E no mundo para onde iremos, quem sabe quando, não há unidade de tempo. Por isso temos que viver racionalmente, e com conforto, a vida no mundo em que vivemos. E isso depende, única e exclusivamente, de cada um de nós, para consigo mesmo. Pense nisso.