Opinião

Opiniao 27 02 2016 2089

Meus motivos para acreditar – Erasmo Sabino* As notícias sobre economia não andam muito boas, por isso, é normal que as pessoas não estejam animadas. Mas não há razão para preocupação, pelo menos no mercado imobiliário em 2016. Este tem tudo para ser um ano positivo para o setor de imóveis. Empreendedor em Boa Vista há mais de 35 anos, responsável pela criação de mais de 40% dos bairros da capital, estou otimista com as possibilidades de 2016 ser um ano com excelentes resultados para a empresas imobiliárias e para quem quer e precisa comprar um lote de terreno .

Embora ainda não haja informações concretas sobre quando de fato os novos valores de teto do Minha Casa, Minha Vida entrarão em vigor, isso deve ter um impacto positivo no mercado em 2016. Esse aumento no teto vai fazer com que mais imóveis possam ser incluídos no programa e atendam uma grande demanda por moradia popular que existe em Boa Vista.

As mudanças nas regras de financiamento dos bancos públicos em 2015 pegaram muitas pessoas de surpresa e levaram os compradores a buscarem novas fórmulas para financiar seus imóveis. Com isso, linhas alternativas de crédito, como o financiamento em bancos privados e os consórcios, ganharam destaque no mercado e devem continuar crescendo em 2016.

Embora a construção civil tenha diminuído suas atividades em Roraima, o fato é que 2015 foi um ano com resultados abaixo do esperado na economia e isto refletiu no mercado imobiliário. As mudanças nas regras de financiamentos afetaram muitas pessoas que pretendiam comprar imóveis. Muitas precisaram mudar o planejamento e buscar novas alternativas, ou mesmo adiar os planos. Com isso, muitos consumidores que gostariam de ter comprado no ano passado, vão acabar fechando negócio a partir de agora.

Há também uma nova variante. Com o real desvalorizado, os investimentos se tornam baratos e bastante vantajosos para quem, por exemplo, quer tirar seu dinheiro de Venezuela ou da Guiana e investir em imóvel no nosso mercado. Portanto, é preciso estar preparado para atender esse novo nicho se ele se confirmar.

Ou seja, diante de todas essas expectativas, eu já não tenho dúvidas: o mercado imobiliário de Boa Vista tem um amplo e vasto horizonte pela frente e seu crescimento vai depender única e exclusivamente de alguns fatores básicos. Como o destravamento, pelo poder público, das condições necessárias para que os empresários possam lançar novos empreendimentos e das condições oferecidas pelos bancos públicos e privados para a sustentação do volume de crédito. Eu penso assim.

*Empresário

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O moderno e o primitivo – Jaime Brasil Filho*

Ao olhar para trás, a maioria das pessoas tem a sensação de que somos mais avançados que nossos antepassados, de que somos modernos, que as conquistas científicas nos fazem, de alguma maneira, superiores a eles. Toda a tecnologia disponível e seus mecanismos de divulgaçãode idéias disseminam e reforçam esse sentimento. Já o livro, enquanto instrumento de conhecimento, neste contexto, apesar de algumas pontuais campanhas institucionais a seu favor, é visto como coisa enfadonha, antiga, chata.

Ler é importante. Os bons livros nos dão a possibilidade de nos elevarmos como seres humanos, evitam que percamos tempo com dúvidas que outros já responderam e impedem que reflitamos muitas horas e dias sobre temas já desenvolvidos. Quase tudo o que sentimos e pensamos já foi, em algum momento, abordado por algum pensador. Não que a originalidade não seja possível, mas ao termos uma idéia “inédita” provavelmente estaremos apenas atualizando, ou dando seguimento, a alguma opinião já levantada outrora.

Apesar de todos os instrumentos midiáticos disponíveis para que possamos adquirir conhecimento, a palavra escrita ainda guarda a virtude de respeitar a velocidade mental de cada um, o ritmo de absorção, diferentemente da televisão e dos filmes que impõem, dentro de um tempo adequado ao mercado, o compasso do autor. Com o livro pode-se ler várias vezes o mesmo trecho, parar e pesquisar cada tópico, cada idéia ainda não compreendida.

Acho estranho quando encontro leitores que encaram os livros como objetos e não como sujeitos em suas vidas, o conhecimento deve transformar, um livro deve servir para que as pessoas sejam um pouco mais quando se lhes findam as páginas. É o mesmo que sinto com relação a pessoas que viajam o mundo, tiram fotos, falam de regiões remotas, têm acesso a culturas diferentes, mas voltam de suas viagens sendo as mesmas de antes da partida.

Quando li Marx e tive os primeiros contatos com suas análises, fiquei impressionado com a maneira de como o mundo se tornava, dia a dia, mais claro para mim. Ao afirmar no início de “O Capital” que a nossa sociedade era a “sociedade da mercadoria”, compreendi que nem sempre a humanidade viveu como agora, que a vida das pessoas na Roma antiga ou no período medieval era voltada para outras prioridades, e que o modo de produção capitalista resumia a existência humana em uma busca incessante por acumular bens e riquezas e que, portanto, tudo era voltado para isso: o conhecimento já não deveria servir para o crescimento interior e sim para a produção, e a família, a escola, tudo afinal, fazia parte de um grande esforço para tornar o homem uma peça de trabalho e de consumo, e que na ponta final desse sistema uma pequena minoria se aproveitava de todo esse esforço para ficar mais rica e ter mais poder. Sei que muitos não vêem nada de errado em o mundo ser assim. Mas alguém se arriscaria a dizer que essa avaliação está completamente errada?

Esse mesmo capitalismo roubou do ser – humano a sua individualidade, e ao mesmo tempo o tornou mais individualista. Individualista porque a competição e a comparação com o seu “vizinho” na luta pelo consumo fazem com que o “próximo” seja um adversário em potencial e, portanto, a solidariedade é confundia com uma caridade eternamente paliativa, ou, como diria Zizek: aquele que dá esmola não o faz por amor ao próximo, mas sim para manter o próximo distante, no lugar dele. Pois bem, enquanto o individualismo se exacerba, as pessoas não têm individualidade: pensam de maneira semelhante, se comportam e se vestem segundo a indústria da moda, se igualam como robôs, não conseguem ser protagonistas do seu tempo histórico, do seu espaço físico, sequer protagonizam as próprias vidas. Então me lembro de outra leitura da minha adolescência, Jean-Paul Sartre no seu “O Existencialismo é um Humanismo” em que defendia a liberdade humana a partir da tomada de decisões e atitudes diante de sua própria vida e da história. Sartre dizia que quando tomamos consciência de nós mesmos podemos nos inventar, e, assim, transformarmos a nós mesmos e conseqüentemente o meio.

Mas não só os livros de filosofia e congêneres são importantes. Grandes poetas e romancistas trazem importantes idéias e motivações em seus textos. Lembro-me de Hermann Hesse com seu famoso “O Lobo da Estepe”, nele o personagem principal era um homem que escolheu ser protagonista de sua própria vida, que não se rendeu ao sistema que “tritura almas”, é alguém diferente, que não virou “peça” do mecanismo. O livro faz uma excelente abordagem sobre os dilemas, sofrimentos e esperanças por que passam as pessoas que escolheram um caminho “alternativo” na sociedade e faz sérias críticas à sociedade pequeno-burguesa (grosso modo: classe média).

Em um mundo em que as grandes decisões políticas não são tomadas nas esferas políticas tradicionais, mas são os grandes grupos financeiros e corporações que as tomam; em um mundo em que a juventude busca na indústria cultural os seus efêmeros heróis para justificar a sua apatia e acomodação; em um mundo em que o equilíbrio natural do planeta está ameaçado pela ganância de uma produção crescente, por um consumo de energia desmedido e por uma geração de lixo descomunal, é imprescindível, pois, o contato com os livros, com as idéias e reflexões daqueles que nos antecederam e daqueles que ainda hoje continuam a buscar uma forma para que neste mundo a nossa existência não permaneça, ainda, tão primitiva.

*Defensor Público

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Encare, cara – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A vida está para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada”. (Bob Marley)

Sabemos que ninguém vence uma luta sem lutar; e ninguém luta sem encarar o adversário. E pra que lutar se a vida já é uma luta renhida? Por que não aprender a viver cada momento da disputa como se fosse um espetáculo? Talvez seja esse o grande golpe dos vencedores. Os realmente vencedores sabem, porque aprenderam, que não devem entrar na arena para disputar e sim para vencer. E a melhor maneira de fazer isso é respeitando o adversário. Comece por considerá-lo como adversário e não como inimigo. Vença a disputa não disputando, mas fazendo o que faz como deve fazer. E por isso você deve estar sempre preparado para a vida. Afinal, vivemos a vida que construímos para nós mesmos. Somos responsáveis tanto pela nossa felicidade quanto pela nossa infelicidade. Os buracos e elevações estão aí o tempo todo, cabe a cada um de nós saber evitá-los. Não podemos parar na topada e ficar amaldiçoando o obstáculo. Massageie o pé e siga em frente. É assim que aprendemos a cruzar o campo minado.

Nenhum obstáculo é maior nem superior à sua capacidade de encará-lo e ultrapassá-lo. Tudo vai depender do respeito que você tem por você mesmo. Reconhecer-se é uma saída extraordinária. É quando nos conhecemos que nos reconhecemos no que somos. E é aí que descobrimos que sempre podemos ser melhor do que somos, por melhor que sejamos. Vencemos mais quando sabemos mais. E quando sabemos o que somos procuramos ser sempre melhor. E acabamos descobrindo que nunca atingiremos a perfeição; e nossa bravura está exatamente em, mesmo sabendo que não a atingiremos, não desistimos de procurá-la. Caminhe em direção ao seu horizonte. É na caminhada que você arquiva os conhecimentos de que necessita para a vitória. E quando se sabe preparado sabe que não precisa disputar, mas apenas fazer o que sabe e deve fazer; porque o fará melhor do que seu adversário não importa o quão preparado ele seja.

Somos todos de origem racional. Foi de lá que viemos e é para lá que voltaremos. Mas o preparo é longo e requer dedicação e perseverança. Mas nada de cabeça baixa nem submissão. Você é a única pessoa sobre a Terra, com capacidade para preparar sua volta ao seu mundo de origem. E só conseguirá isso com superioridade. E ser superior é ser igual nas diferenças. E o ingrediente para seu aprimoramento é o amor. Quando amamos nos sabemos superiores, considerando a superioridade dos que amamos. Estamos todos saindo de um progresso a regresso, encarando as topadas e os tropeços da vida. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR 

ATENDIMENTOA leitora Fernanda Souza comentou sobre o atendimento no Hospital Santo Antônio: “Gostaria de deixar como sugestão que fossem colocados mais médicos para dar conta da demanda em relação a várias crianças que estão lotando a unidade neste período, por conta de uma virose que está causando vômito e febre. Na quinta-feira, cheguei às 20h e só consegui ser atendida com minha filha de 02 anos, com estes sintomas, às 22h20. É um sofrimento para as crianças e também para as mães que ficam aflitas”.

LEI “Temos uma lei em vigor que combate o fumo em locais fechados. Mas, ao que parece, não está sendo fiscalizada como deveria. Esta semana, para minha surpresa, me surpreendi ao flagrar uma senhora em um restaurante no Centro da cidade com o cigarro acesso e não dava a mínima. Solicitei que o garçom comunicasse que é proibido o uso de cigarros em ambientes de grande circulação, mesmo que não seja totalmente fechado, e ainda assim a pessoa reclamou. Não custa nada ser educada e admitir que está errada”, comentou a internauta Marcela Matos de Menezes ([email protected]).

COMUNICAÇÃOMoradores do Município de Amajari estão novamente denunciando a precariedade dos serviços das duas operadoras de telefonia móvel. “Temos a prestação de serviço das operadoras TIM e Claro, mas passamos mais tempo com os celulares inoperantes do que funcionando. Na semana passada, ficou oscilando o sinal da TIM e da outra operadora nem sequer conseguíamos fazer chamadas. É um desrespeito com o consumidor”, relatou um morador que preferiu não se identificar.

CONTRATAÇÃOSobre a aprovação pela Câmara de Vereadores do projeto que garante a contratação temporária de servidores para a Educação, a leitora Valdene Barbosa Conceição escreveu: “Ao invés de os vereadores aprovarem mais um projeto que autoriza o seletivo, deveriam cobrar a convocação dos assistentes de alunos do cadastro de reserva para a posse. Até agora só foram convocados sete dos vinte e cinco do referido cadastro”.