Opinião

OPINIAO 27 03 2015 791

O papel do papel  –  Fabio Arruda Mortara*
A comunicação, em todas as suas formas, tem missão civilizatória fundamental, que é a transmissão de conhecimento e informação e o estabelecimento de um arcabouço cultural que identifica o ser humano com seu tempo, seu espaço e a sociedade da qual faz parte. Nenhuma mídia cumpriu esse papel de modo tão amplo, abrangente e eficaz quanto a impressa, desde a invenção da escrita, na Mesopotâmia, há cerca de 4.500 anos, passando pelos copistas medievais, até os tipos móveis de Gutenberg, que, há cerca de cinco séculos e meio, deram escala, qualidade e velocidade ao processo e desencadearam a tecnologia, hoje de ponta, da indústria gráfica.
A verdade é que toda a história e o conhecimento acumulado pelo homem tiveram a tinta sobre o papel como sua grande base de registro, e tudo indica que continuará assim nesta era da internet, da cibernética e das incríveis mídias eletrônicas. Ao lado destas, o papel continua tendo papel civilizatório fundamental (sim, é uma feliz e emblemática coincidência que, nos idiomas português e espanhol, a palavra também signifique missão!).
Assim, contrariando previsões precipitadas sobre sua extinção, a comunicação impressa segue cumprindo sua missão de transmitir conhecimento, informação e cultura. É o que demonstra, de modo inequívoco, recente pesquisa da Nielsen BookScan, cujos resultados foram publicados pelo jornal britânico Financial Times: o número de livros impressos vendidos nos Estados Unidos em 2014 subiu 2,4%, alcançando 635 milhões de unidades. No Reino Unido, o setor encolheu 1,3%, mas a queda foi muito menor do que em 2013, quando as vendas retrocederam 6,5%. A performance do e-book tem ficado aquém das expectativas.
Segundo especialistas entrevistados pelo Financial Times, o crescimento da venda de livros físicos deverá manter-se nos próximos anos, pois os novos leitores parecem gostar cada vez mais do papel. A Nielsen indica que a maioria dos adolescentes entre 13 e 17 anos prefere livros impressos. Além disso, as vendas de títulos de ficção para jovens adultos cresceram 12% em 2014, mais do que as obras dirigidas aos adultos. Paul Lee, analista da Deloitte, que projeta que 80% das vendas de livros em 2015 serão de cópias físicas.
O estudo da Nielsen BookScan é coerente com pesquisa realizada em 2014 pelo DataFolha, que demonstrou: no Brasil, 59% dos leitores de livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de jornais, 48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46% continuam fiéis às formas tradicionais. É interessante o fato de que  80% dos entrevistados brasileiros afirmaram que ler em papel é mais agradável do que em uma tela.
A pesquisa do DataFolha foi realizada para Two Sides, campanha mundial que chegou ao nosso país em 2014, para difundir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia produtiva do papel e da indústria gráfica. O movimento, surgido na Inglaterra e já presente nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Austrália, conta no Brasil com 42 entidades signatárias, que congregam cerca 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões. Trata-se de um trabalho voltado ao esclarecimento das virtudes e importância da comunicação impressa e à educação, informação e preservação ambiental. 
Intensificaremos as ações no sentido de mostrar aos brasileiros que cem por cento do papel produzido no País para atividades de impressão provêm de florestas plantadas.
Multiplicam-se estatísticas, estudos e pesquisas, em distintas regiões do Planeta, mostrando que a comunicação impressa está mais viva do que nunca. É o papel cumprindo seu papel na história e no desenvolvimento da humanidade. 
*Presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP), coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica e country manager da Two Sides Brasil.
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Quem manda aqui é eu    –   Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A mulher envolve e domina a esfera humana, como safira diáfana do firmamento envolve e domina a esfera terrestre”. (Rui Barbosa)
Desculpe-me se vou de encontro ao seu pensamento quanto à mulher. Mas acredito, sinceramente, que a maior tolice é pensar que somos, enquanto homens, superiores a elas. Certa vez, riram de mim porque, numa discussão tola, me perguntaram quem mandava na minha casa. Sem pestanejar, respondi: “Quando a dona Salete não está quem manda é eu”. Se você pensa que é você quem manda, corta essa, cara. É pensando assim que muitos homens são ridicularizados sem saber que são. Mas deixa pra lá. A verdade é que sem a presença da mulher não somos capazes nem de cuidar de nós mesmos. E o mais ridículo é pensar que estamos sendo eficientes. Tá sacando? Você sabe quantos otários estão vivendo um inferno nas prisões porque pensavam que eram superiores ás mulheres que os mandaram para o xilindró? Acorda Mané!
A maneira mais eficiente de você mandar na sua mulher é deixar que ela mande em você. É só você saber usar a artimanha. Mas não se iluda, porque ela sabe exatamente quando você está fingindo. E é aí que a jiripoca pia. Porque se você não for inteligente suficientemente para segurar o remo, vai se afogar. Se quiser realmente ser o comandante, deixe que ela comande. Há muitas maneiras de driblar o problema. E só quando somos capazes de driblar inteligentemente, acabamos vencendo. Mas não deixe que ela perceba que você está mandando. Seja inteligente, cara. E ser inteligente é fingir que é burro. E quando somos inteligentes não somos tão tolos a ponto de querer ser superior. Simples pra dedéu. 
Faz alguns anos, participei de um evento cultural em Brasília. Em nosso grupo havia, pelo menos, seis mulheres altamente cultas e preparadas. A discussão começou e um dos parceiros, sentado ao meu lado, começou uma discussão acirrada com as mulheres. Inteligentes, elas deixaram que ele pensasse que tinha ganhado a discussão. À noite, em conversa particular, percebi que ele estava ciente de que não ganhara a discussão. Quando ele me criticou, alegando que eu não discutira durante a reunião, comentei:
– Cara… Discutir com mulher já é uma tolice. Discutir com seis mulheres altamente intelectuais, é boboquice. 
Ele riu, rimos e continuamos a conversa sem a preocupação de saber se as mulheres estavam certas ou não. Que importância tem isso? Importante mesmo é saber levar a vida ao lado da maior criação na raça humana, que é a mulher. Sem ela não seríamos nem mesmo homens. Porque para sermos homens necessitamos das mulheres. Pense nisso.
*Articulista  –  [email protected]  –  99121-1460
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ESPAÇO DO LEITOR
SEMÁFOROS
O comerciante Edmilson Dutra fez a seguinte observação: “Nos finais de semana, quando a atenção no trânsito deve ser redobrada, vi um fato que me fez refletir e cobrar para que os órgãos de segurança possam corrigir e atentar-se para esta questão: os semáforos localizados no cruzamento das avenidas Ene Garcez e Major Willians, após a meia-noite, começam a ficar apenas piscando como alerta, enquanto que o outro, próximo ao Gressbe, funciona normalmente. Nesta situação, seria melhor deixar todos operantes para um melhor controle do trânsito”.
OBRAS
Nilson Albuquerque enviou o seguinte comentário: “Concordo que o preço do cimento influencia no valor final da obra, mas é importante observar que não há uma regulamentação quanto ao valor cobrado pelo metro quadrado quando contratamos os pedreiros para o início da construção. Recentemente, para fazer uma área externa em minha residência, tive que fazer a cotação do serviço com três diferentes profissionais para obter o menor preço. Acredito que falta uma regulamentação na tabela de prestação destes serviços”.
FRONTEIRA
O internauta Anderson Torres comentou sobre a facilidade no acesso à compra de armas na Venezuela. Segundo ele, o fato retrata a deficiência da fiscalização nas barreiras, onde foragidos do sistema prisional adentram livremente no país vizinho sem sequer serem notados. “Além do contrabando de gasolina e demais itens, armamentos passam pela fronteira com facilidade, e por esse motivo, centenas de crimes são registrados com o emprego de arma de fogo na Capital. Já está na hora de as autoridades tomarem providência contra este assunto”, frisou.
ESTACIONAMENTO
Laerte Ramos escreveu sobre a dificuldade para encontrar uma vaga disponível no estacionamento da avenida Jaime Brasil em qualquer horário. “Esta semana, passei mais de meia hora circulando por todas as ruas próximas e não encontrei nenhuma vaga, o que me fez ir embora e procurar uma alternativa para compra. Mas acabei lembrando que ali existia o Zona Azul, que desafogava, e muito, esta situação. Porém, infelizmente, do projeto restaram apenas algumas placas que estão sendo corroídas pela ferrugem”, comentou.