H1N1: o risco de um novo surto em Roraima – Flamarion Portela *
Um surto de Influenza A (H1N1), que deixou em torno de 25 vítimas fatais no nosso vizinho Amazonas, deixou as autoridades de saúde de Roraima em alerta, com a possibilidade de a doença se proliferar aqui no Estado.
Até agora, apenas dois casos de infecção pelo vírus H1N1 foram registrados em Roraima, sem vítimas fatais, mas o alerta serviu para que o governo pedisse a antecipação da campanha de vacinação no Estado, que deverá se iniciar em 10 de abril.
Há tempos não tínhamos casos da gripe A em Roraima, doença que ficou amplamente conhecida após a pandemia de 2009, em todo o mundo. O vírus Influenza possui genes do vírus Influenza A humano, suíno e aviário e desencadeia um quadro de gripe mais grave quando comparado com os outros tipos, necessitando, portanto, de uma prevenção eficaz.
É importante que as pessoas saibam os principais sintomas da gripe H1N1, para que possam diferenciá-la de uma gripe normal. Na gripe A, os principais sintomas são febre alta, dores musculares, dores de garganta e de cabeça, prostração e tosse seca, podendo ocorrer em algumas pessoas outras complicações como bronquite, sinusite, pneumonia, além de problemas extrapulmonares.
A gripe A é uma doença que pode causar a morte, por isso, é fundamental que se conheçam as formas de prevenção contra ela. A principal delas é a vacinação, que é o meio mais eficiente de proteção contra a gripe.
Em Roraima, a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) vai priorizar na campanha de vacinação deste ano alguns grupos de risco que deverão receber atenção especial, como as grávidas em qualquer idade gestacional, as puérperas (mulheres até duas semanas após o parto); pessoas com mais de 60 anos, além de crianças com menos de 5 anos.
Também deverão fazer parte do público-alvo da campanha a população indígena aldeada, pessoas menores de 19 anos que fazem uso prolongado de ácido acetilsalicílico (conhecido popularmente como AAS), pessoas que apresentam comorbidades (existência de duas ou mais doenças simultaneamente); além dos reeducandos e profissionais da saúde.
Mas, independentemente da vacinação, é importante que a população tome outras precauções para evitar ser contaminada pelo vírus H1N1.
Ações simples como lavar sempre as mãos, principalmente após tossir e espirrar; utilizar lenços descartáveis; deixar o ambiente sempre ventilado; cobrir boca e nariz sempre que espirrar ou tossir; não tocar na região dos olhos, nariz e boca sem que a mão esteja limpa; não compartilhar objetos de uso pessoal como garrafas, copos e talheres; evitar contato com pessoa doente, evitando abraços, beijos e apertos de mão; e evitar aglomerações em épocas em que o número de casos da doença for alto, podem diminuir os riscos de a pessoa contrair o vírus.
Todo cuidado é pouco. O governo e a população devem fazer cada um a sua parte para evitar que tenhamos um surto dessa doença terrível em nosso Estado.
*Ex-governador de Roraima
O serviço público e a PEC 06/2019: ataque à aposentadoria e pensões de servidores – Fábio Almeida*
O PSL ataca o serviço público, a grande maioria dos salários do serviço público equivale ao do setor privado e as tabelas remuneratórias dos diversos entes não são iguais. Um dos entraves em relação à balança atuarial dos regimes próprios consiste na terceirização e contratações precárias que lastreiam a administração pública, principalmente em Estados e Municípios. Essa realidade inibe a receita dos RPPS, pois servidores terceirizados e cargos comissionados contribuem para o RGPS.
A proposta começa no artigo 39, da Constituição Federal (CF), incluindo um parágrafo que veda a complementação de aposentadorias e pensões, em que não haverá na previdência complementar contrapartida do governo. Logo após, no artigo 40, que trata do RPPS para servidores públicos federais, estaduais e municipais, estabelece-se a obrigatoriedade das alterações propostas no artigo 149: criação de contribuição extraordinária, inclusive para quem recebe um salário mínimo de aposentadoria ou pensão e para servidores da ativa.
A desconstitucionalização das condicionantes e direitos estabelecidos nos 21 parágrafos do artigo 40 da CF impõe uma indefinição permanente ao servidor público. A proposta do PSL estabelece que lei regulará todas essas condicionantes e direitos. Esta consiste na principal alteração, ao estabelecer maioria para mudança das regras e não quórum qualificado como é hoje. Prevê inclusive que os RPPS poderão ser extintos e os servidores enquadrados no RGPS.
O § 3 da proposta prevê que as idades mínimas serão ajustadas a cada quatro anos. Por lei, hoje é 65 homem e 62 mulher, conforme quer o PSL. Amanhã, será qual idade? A pensão por morte terá como valor principal 50% da aposentadoria, mais 10% por dependente, respeitada a normatização de idade do cônjuge, regra já vigente. É um golpe imenso na família. Aposentadoria por invalidez será de 60% da média de 100% dos salários. Lembro que era 100% da média dos 80 maiores salários, inclusive para aposentadoria, a qual, para ser integral, o servidor deverá contribuir por 40 anos. Opa! Isso pode mudar amanhã.
O abono permanência aos servidores que continuarem na ativa após cumprir as condições de aposentadoria é mantido, inibindo concursos e retirando receita do sistema. Prevê ainda que deverá haver ressarcimento quando o servidor usar tempo de serviço do RGPS para aposentadoria, a fim de equacionar as diferenças de alíquotas. Impõe a obrigatoriedade da criação de regimes de previdência complementar, e o estabelecimento do teto da aposentadoria ao RGPS, permitindo que estes regimes possam ser públicos ou privados. Hoje o caráter é público. Determina ainda que
Estados e Municípios, ao não implementarem as mudanças, ficarão sem receber transferências voluntárias da União.
A proposta do PSL propõe diretrizes que serão perenes e retiram conquistas dos trabalhadores, abrangendo todos os entes federados. A unidade dos servidores públicos federais, estaduais e municipais é essencial. O problema do Brasil não é a Previdência ou os trabalhadores, como fala o governo, mas sim o sistema financeiro. Bom dia.
*Historiador; Especialista em Gestão Ambiental; Candidato ao Governo em 2018 pelo PSOL.
Descola e cola – Vera Sábio*
Crianças pequenas serão adultos, de acordo com o que os pais e educadores colarem nelas.
Nossos pequenos não precisam de grandes estímulos, pois, ao contrário, se o quanto antes tiverem celulares, tablets e muita luminosidade, muito barulho e muitas cores, agitações e novidades, o que descobrirão depois?
É necessário colar em nossas crianças. Elas precisam de companhia, atenção e brinquedos simples. Afinal, elas mostram a simplicidade presente em todos os gestos e muitas vezes trocam um brinquedo sofisticado por algo que para os adultos não teria a menor graça.
Estes dias descobri algo muito interessante para as crianças brincarem e resolvi compartilhar.
Fita gomada ou fita adesiva. A criança ao puxar gosta do barulho, ao colar descobre seu poder, ao descolar sente o efeito, na pele, ao colar em outra coisa, aprende que pode unir, pode criar, pode juntar e separar, e isto prende muito a sua atenção sem riscos maiores, principalmente após o período em que a criança já sabe que não deve colocar qualquer coisa na boca.
Assim, descole um tempo para os pequenos e desperte neles a criatividade de inventar; cole seu amor e receba com entusiasmo a alegria da descoberta, do aprendizado e do quanto as coisas simples podem ser interessantes aos inocentes que precisam muito mais de carinho do que de presentes caros.
Crianças são tesouros colados no coração. Merecem toda atenção para que aos poucos descolem para o mundo, tornando-se pessoas boas e nos trazendo um futuro melhor.
*Escritora, psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna. Adquira meu livro Enxergando o Sucesso com as Mãos. Cel 991687731 Blog. Enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
Buscando a perfeição – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Na arte, as insignificâncias causam a perfeição, e a perfeição não é uma insignificância.” (Miguel Ângelo)
Não sei por que chamamos de perfeccionistas pessoas que procuram o esmero no que fazem. E quem entende isso entende porque a Educação aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira. E daí para frente não vão deixar de educar, porque se educando não se melhora madeira. Um problema que viemos alimentando, há séculos, no Brasil. E por isso, as autoridades responsáveis pela Educação no Brasil nunca se atentaram para fala de Miguel Couto: “No Brasil, só há um problema nacional: a educação do povo.” Assino embaixo o pensamento de Miguel Couto. Enquanto as altas autoridades não entenderem que tanto os marginais de terceira categoria, quanto as altas autoridades da política vão para o xilindró. Só que o marginal despreparado vai para o chiqueiro, enquanto o marginal preparado vai para um ambiente digno que deveria ser para ambos. Aí ninguém se atentou que os dois, marginais de rua e marginais da política, são exatamente iguais, na condição de madeira da obra.
Ficou meio enrolado, aí? Mas é simples pra dedéu. Enquanto o político está na cadeia, confortavelmente, assistindo à televisão, deitado em colchão confortável, o marginal comum, que votou nele, está encarcerado num ambiente degradante e hipocritamente listado como reeducando. Quando, na verdade, ninguém tá nem aí para reeducá-lo. Vamos aperfeiçoar nossa arte dando mais importância às insignificâncias que a compõem. Só quando as autoridades entenderem que a educação é a base fundamental para a democracia, sairemos desse poço de ignorância política.
Mas devemos levar em consideração que somos nós, em cada um de nós, responsáveis por essas mudanças. Então, vamos fazer nossa parte no que fazemos, seja lá o que for. Até mesmo o dia a dia é uma tarefa que não devemos ignorar. Podemos estar fazendo o que devemos fazer, com nossa simples postura.
Estou gripado pra dedéu. O tempo na Ilha está maroto. E nada maroto, caí na da dona Salete. Ela me levou para admirar o mar, com uma neblinazinha chata. E parecendo um tolo, fiquei um tempão ali, na passarela, sorrindo com o mar e rindo com a irritação das ondas. Só que quando acordei, na manhã seguinte, o corpo estava em pandarecos. Tô passando por um perrengue. E o pior é que a dona Salete também gripou. Mas com ela sou mais cuidadoso. Já a levei ali ao posto de atendimento, ali bem em frente. E o atendimento foi supimpa. E ela está bem. Mas está me ameaçando de me levar ao posto de atendimento. Sei não… Acho que vou sair pela tangente. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460