Sobre a cultura do estupro – Emerson Rodrigues*Aos interessados. E espero que interesse a todos, inclusive aos meus amigos do meio artístico.
Bom… Eu li várias postagens sobre essa tal cultura do estupro e não entendi o porquê deste termo ligado a essa atrocidade que é o estupro como definição social. Pois bem, fiz uma muito pequena pesquisa sobre o que é cultura.
Vamos lá!
Verificaremos o que o nada confiável Wikipedia (sim, vou usar o Wikipedia como exemplo) diz a respeito:
A definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Embora a definição de Tylor tenha sido problematizada e reformulada constantemente, tornando a palavra “cultura” um conceito extremamente complexo e impossível de ser fixado de modo único.
A cultura é também comumente associada às formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade, como a música erudita europeia. (Wikipedia).
Bom, meus amigos, ainda que essa definição tenha sido retirada do Wikipedia, não importando de onde se tire outros argumentos, eles muito pouco irão se diferir deste.
Então… Diante da definição de cultura acima citada, quem se atreve a dizer-me que estupro é uma forma de manifestação artística ou técnica da humanidade?
Quem será capaz de convencer-me que estupro tem a ver com conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade?
Senhores, estupro não é cultura, é crime, é uma aberração.
Quem aqui paga do seu dinheiro para ir ao teatro para assistir a uma sessão de estupro? Quem aqui se manifesta em praça pública estuprando alguém em nome da arte?
Não vivemos o estupro, convivemos, infelizmente, com essa realidade.
Estupro é crime! E, como tal, precisa ser combatido e punido.
P.S.: Meus sinceros lamentos à adolescente de 16 anos que foi brutalmente estuprada por 33 monstros repulsivos e a todas as mulheres vítimas desta agressão inconcebível e atroz.
*Estudante de Direito—————————————Fora com todos eles! Já! – Jaime Brasil Filho*
Não dá mais. Essa democracia que está aí não serve para mais nada.
As gravações que vazaram nesta semana em relação à Operação Lava Jato deixam claro o que a gente já desconfiava: de que as leis e instituições da República são aparatos de mera aparência, que servem apenas para enganar o povo, dando-nos um aspecto de legalidade e de que vivemos em um Estado Democrático de Direito. Não vivemos.
A não ser pela brecha histórico-dialética que é a Operação Lava Jato ou um contraponto aqui e ali dentro de um sistema quase todo viciado, temos a clara impressão, senão certeza, de que todas as instituições são manipuladas por uma dúzia de pessoas. Pessoas frias, que olham o povo apenas como um detalhe no jogo que eles montaram.
O que mais chama atenção em relação às gravações trazidas ao público pelo Sr. Machado, é a reação dos envolvidos. Todos se limitam a dizer que não disseram o que disseram ou que em nenhum momento atrapalharam a Lava Jato. Nenhum deles tenta explicar, ou se justifica, quanto à forma e a maneira como enxergam e tratam as instituições republicanas. As conversas se desenrolam como se o STF, o Senado, Câmara e a Presidência da República fossem meros clubes sociais, ou mesmo fizessem parte dos quintais das casas deles. O que estarrece ali, mais do que o que é dito, é a maneira de como é dito, é que podemos perceber nas gravações o nível de intimidade que todos parecem ter com os mecanismos de manipulação, é vermos que isso parece ter sido feito desde sempre. De que não temos o menor controle sobre nossas vidas, e de a existência de cada um de nós faz parte apenas da realização dos desejos desse ou daquele político poderoso.
As gravações mostram que o povo não tem poder nenhum na República brasileira, e que todos os principais partidos e quase todos os principais atores de todos os poderes estão, ou foram, envolvidos nessas insondáveis manipulações de bastidores.
Que Judiciário é esse em que o STF parece ser o sonho de consumo da maioria dos acusados, os mesmos que morrem de medo de um Juiz singular? Não era para ser o contrário? O que se pode interpretar das respostas a estas perguntas?
Quanto ao executivo e o legislativo, não é preciso comentar, é chutar cachorro morto. Ninguém acredita neles.
O sistema político que se baseia em desviar dinheiro público para financiar campanhas eleitorais, que transformam políticos que ganham salários em milionários, que enriquece bancos, empreiteiras e corporações.
Todos unidos e cúmplices em um grande esquema de manipulação e corrupção, esse sistema, digo, não pode continuar, sob pena de uma séria e irreversível ruptura no tecido social brasileiro.
As democracias somente funcionam quando o povo percebe e sente que dentro de suas regras é possível encaminhar as bandeiras de lutas e, assim, avançar. Quando essa percepção e sensação já não existem, a violência, a luta armada, os confrontos físicos se tornam inevitáveis. E, neste momento, o que se vê é que não há nenhum espaço para o povo no atual sistema.
A nossa democracia está morta, ou, talvez, nunca tenha nascido.
Precisamos recriá-la, ou criá-la, antes que os agentes do totalitarismo e do pensamento único lancem mãos dos seus mundos feitos de falsas perfeições em que não se admitem a pluralidade e a diversidade, sempre em nome de uma ordem intolerante e de um progresso que só enriquece os de sempre.
Não há dentre os principais grupos e atores que hoje comandam o Brasil nenhum que seja insuspeito. Todos estão envolvidos direta ou indiretamente com esse sistema que já não nos serve mais. Nunca serviu.
Chamar eleições diretas e gerais imediatamente é o único caminho para restabelecermos alguma legitimidade política nas esferas de representação. Mas não podem ser eleições como as que já tivemos, subordinadas ao poder econômico e midiático. Precisamos de eleições populares e democráticas, realmente.
Parece-me que os tribunais superiores, os partidos políticos tradicionais e a grande mídia manipuladora não perceberam a gravidade do momento. Sei que há processos históricos em que a velocidade dos fatos atropelam a capacidade de análise, elaboração e encaminhamento. Este parece ser o caso.
Uma profunda reforma política é necessária para que todo esse sistema mude. Mas, claro que essa reforma não será encaminha pelos que hoje estão encastelados no poder e protegidos por seus mandatos.
Se os manipuladores querem um “pacto”, um “acordo”, podemos propor a eles que concordamos, o povo inteiro, com o desaparecimento de todos eles da vida pública brasileira, concordamos que fariam um grande favor ao país se sumissem de nossas vistas. E avisá-los de que se eles não sumirem rapidamente o povo poderá atropelá-los de maneiras que nenhum de nós é capaz de imaginar.
O que ainda resta da nossa República, o que ainda não caiu em desgraça, tem que encaminhar novas eleições urgentemente e criar estratégias para impedir que essa gente chegue novamente perto do poder.
Não tem Dilma, nem Temer, nem nenhum desses que estão aí. Fora com todos eles. Precisamos do povo no poder.*Defensor Público————————————Cuidado com o que diz – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Muitas palavras não indicam muita sabedoria”. (Tales de Mileto)Dona Vitalina, (minha mãe) sempre que os filhos discutíamos muito, ela falava: “Cuidado, quem muito fala, muito erra”. Cuidado você também. Há também um provérbio árabe que diz: “Os olhos falam mais do que a boca”. Quando aprendemos a viver, aprendemos a olhar mais nos olhos dos que falam, do que ouvi-los. É legal pra dedéu. Quando ficamos mais atentos aos olhos de alguém, lemos mais suas intenções. Por isso não caia na esparrela de ficar falando mais do que a boca, para alguém a quem você quer ludibriar. Repare se a pessoa não está olhando para seus olhos. Então seja esperto e não tente enrolar se ela, a pessoa, estiver com os olhos fixos nos seus olhos. E não adianta você tentar desviar o seu olhar. Porque é aí que você cai do cavalo. O importante é você ser sincero e ir direto ao assunto, com honestidade. É um ponto forte a seu favor.
Nós aprendemos mais com o que ouvimos do que com o que dizemos. Por isso é mais inteligente ouvir do que falar. Preste mais atenção ao que ouve. Se não lhe interessar, você aprende mais, não gravando no seu cérebro o que não lhe interessou. Não perca seu tempo aborrecendo-se com o que lhe foi dito e não lhe interessa. Na verdade, é com os erros que aprendemos, mesmo eles, os erros, não sendo nossos. Quando prestamos atenção a isso como um ensinamento, aprendemos a não nos aborrecermos com os tolos. Eles sempre nos ajudam quando não somos tolos. Lembra-se da fala do Jaime Costa, na peça teatral, “Compra-se um marido”? O noivo cabisbaixo, quando foi criticado, pelo colega, por estar dando uma de bobo, respondeu: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo’.
Muitas vezes você pode estar dando uma de bobo, aborrecendo-se com os bobos. Então aprenda e acostume-se a olhar nos olhos de quem fala com você e você sente que ele está tentando lhe ludibriar. Seja mais esperto. Na década de cinquenta conheci um delegado de polícia em São Paulo que certa vez me disse, referindo-se às vítimas dos vigaristas, em sua delegacia: “Não existiria vigaristas se não existissem os otários”.
Aprenda a ler nos olhos, cara. É mais seguro e discreto. E você vai se sentir muito mais você. Mais seguro, no meio do circo dos palhaços que pensam que você é palhaço. Faça uma reflexão sobre isso. E quando alguém enganar você e você ficar aborrecido, pergunte a você mesmo: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Se se enganou, o tolo foi você. Então sorria pra você mesmo, e da próxima vez olhe nos olhos do vigarista e descubra o que ele é. Pense nisso.
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