Opinião

Opiniao 28 07 2015 1259

Aprendizes de seu Rafael – Walber Aguiar*Fui à floresta porque queria viver intensamente…                                                      Henry David ThoreauSeu Rafael estava ali, no seu canto, na sua quietude, no seu lugar de merecido repouso. Vivia, à semelhança de Thoreau, o filósofo americano, na geografia da solidão, no insulamento da alma, na existencialidade do ser em busca de si mesmo.

Ora, há momentos em que cansamos das nossas urbes cheias de neurose, da correria da cidade, do concreto armado da indiferença, do asfalto sem flor, dos ruídos sem nexo, do tempo governado pelos relógios, da insegurança, da insensibilidade individual de quem deveria abraçar, servir, dialogar.

Desse modo, passamos a entender a vida como algo mais, feito pétala que orvalha, galo que canta, canteiro que alimenta, ovo caipira, doce caseiro ou uma plantação de rosas, no entender de Cora Coralina, a poeta do Goiás Velho. A alma se enche do cheiro do mato, o serviço não nos é imposto por um estado opressor, por um patrão inflexível ou pela tirania da mecanização das horas.

Assim fez Thoreau, ao entrar na floresta com o desejo de viver intensamente, com a vontade revelada no filme “sociedade dos poetas mortos”, de quem queria sugar a essência da vida, o significado mais profundo do existir, como que reinventando tudo aquilo que lhe fora entregue para ser administrado. Por isso seu Rafael também entrou na floresta, no lote, no espaço rural; ele queria se encher de vida, alimentar o encanto, buscar algo ainda melhor que a simples saúde: o desejo e a capacidade de mergulhar em si mesmo, de engolir a vida com voracidade, de amar a si mesmo, a Deus e ao outro.

Infelizmente, o estado opressor dos dias de Thoreau, que lhe cerceava em busca de receber impostos que o mesmo “sonegava”, também “produziu” a fome e a fúria, a vagabundagem e a potencialização da natureza humana, perversa, má, pecaminosa, que acabou por tirar a vida do patriarca da família Leite.

Seu Rafael foi um promotor da vida sadia e da responsabilidade, na criação dos filhos e na manutenção da família. Foi um homem bom e ordeiro, uma figura que só viveu para fazer o bem aos outros e a si mesmo. Um ser humano que, além de ir à floresta para viver a vida em plenitude, também teve o privilégio de conhecer o pai das luzes, em quem não variação nem sombra de mudança.

Ali estava seu Rafael, na grandeza de sua pequena propriedade, de seu refúgio existencial, de seu encontro consigo mesmo. Descanse em paz, meu irmão, um dia todos nos encontraremos nos sítios mais tranquilos, nos lugares de refrigério da eternidade…

*Advogado, ´poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de [email protected] ———————————–

Abaixo a prepotência! – Marlene de Andrade*Quem não se lembra da sensação de superioridade que Hitler tinha em relação aos judeus? Devido sua arrogância, acabou se tornando responsável direto pela morte de milhões de pessoas desse povo. Esse perverso homem teve um final trágico e tal fato me lembra o livro de Gálatas, o qual afirma que de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. (Gálatas 6:9).

Nesse mesmo viés, lembro-me de Jhonn Lennon. Ele afirmou, devido sua exacerbada vaidade e sensação de superioridade, que o cristianismo iria desaparecer. E ainda asseverou que os Beatles, no caso também ele, eram mais populares que Jesus. Dias depois, ele foi assassinado por um fã, em frente da sua mansão, alvejado por vários tiros.  

Cazuza, em um de seus shows no Rio de Janeiro, fumando um cigarro de maconha, soltou a fumaça para cima e disse: “Deus, esta é para você”. Depois disso, ele adoeceu gravemente e morreu de Aids. A Bíblia nos explica que não deve sair nenhuma palavra torpe de nossa boca, mas apenas a que for boa para promover edificação.

Cito ainda Tancredo Neves. O mesmo na ocasião de sua campanha presidencial, afirmou: “Se eu tiver 500 votos do meu partido (PDS), nem Deus me impedirá de ser o presidente da República”, Os votos ele conseguiu e acabou ganhando as eleições, mas apesar de tê-la ganhado, adoeceu inesperadamente e morreu um dia antes de tomar posse. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Talvez Tancredo Neves não soubesse disso.

Neste contexto, a Bíblia nos adverte: “Revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e paciência. (Colossenses 3:12). A Bíblia também ensina que não deve sair nenhuma palavra torpe de nossa boca, mas apenas a que for boa para promover edificação. Somos frágeis e dependentes de Deus. Portanto, devemos deixar nosso orgulho e “autossuficiência” de lado e entender que sem Deus não podemos viver.

Pensando na nossa temporalidade, quem sabe deveríamos vez por outra ir a um cemitério, para ali, dentro daquele local tão silencioso, refletirmos sobre a finitude de nossas vidas? Hoje e cada vez mais, as pessoas, em geral, vivem em uma sociedade hedonista e severamente egoísta. Os indivíduos, hoje em dia, na maioria das vezes, não se lembram de Deus, são indiferentes aos seus semelhantes, se acham “autossuficientes” e por isso só pensam nos bens materiais que logo passam.

“Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens…” (Eclesiastes 7:2)       

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47———————————–Entre o céu e a terra – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A alegria evita mil males e prolonga a vida”. (Shakespeare)Foi no sábado à tarde. Cuidando dos afazeres nem me dei conta da tarde lá fora. Chegava às seis da tarde e ela parecia meio dia. Saí para comprar o pão para o café da tarde. Quando saí pelo portão olhei para o céu. Verdadeiro esplendor. Uma formação de nuvens coloridas misturava as cores de uma maneira deslumbrante. Parei no meio do asfalto e contemplei o espetáculo celeste. E como o deslumbre se estendia pelo horizonte de um céu, que nem é céu nem é azul, ele estava esplendorosamente azul. Sem nuvens e bem no centro, arrastava-se aparentemente lenta, a lua formando um meio círculo encantador. Novamente dei uma de desocupado e parei contemplando o espetáculo: um arco-íris fantástico, e estranhamente cortado pelo volume de nuvens coloridas. Fim de sábado, rua totalmente sem movimento, nem mesmo as pessoas saíam para ver a lua livre, leve e solta, num fim de tarde iluminado.

Virei, na esquina, e segui para a direita. Logo dobrei para a esquerda e foi aí que parei novamente. Ainda bem que ninguém me observava. Eu parecia mais um sei lá o quê. Parei e fiquei, de boca aberta, observando um espetáculo nunca imaginado por mim, e nem por você. O sol batia forte e iluminava encantadoramente aquela torre de comunicação no centro da cidade. Espetáculo inédito. Segui em frente. Comprei o pão e voltei para casa. A torre já não estava tão esplendorosa, mas do lado norte, outra formação de nuvens não era inferior à do sul. Mirei-a embevecido.

Lá na esquina, entre as plantas verdes e viçosas da calça, uma criancinha se deleitava. Um cidadão cuidava da criança e, com um celular fotografava a formação de nuvens, iluminada pelo sol já quase escondido. Não resisti e fiz uma das coisas mais difíceis de minha vida: provoquei o cidadão para um papo de ponta de calçada, sobre a beleza que eu gostaria de estar fotografando. O cidadão foi muito atencioso, mas foi lentamente se afastando em direção à criança. Agradeci-lhe pela atenção e retirei-me sorrindo. Lá na frente lembre-me da lua. Olhei e ela continuava lá e sozinha. Levantei bem a cabeça e sorri, porque quando eu ia, ela era côncava, e agora era convexa. Concluí que ela tinha caminhado alguns milhares de quilômetros enquanto eu caminhara poucos metros até ao supermercado. Saí sorrindo pelo asfalto, onde fica minha Universidade. Lamentei que você não tivesse vivido os momentos agradáveis que eu vivi no asfalto, observando um dos mais extraordinários espetáculos da natureza. Se eu fosse poeta certamente escreveria um poema legal. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460————————————

ESPAÇO DO LEITORLIXO Moradores do Residencial Cruviana, no bairro Cidade Satélite, enviaram a seguinte reclamação: “Gostaria de alertar que os próprios moradores estão, na madrugada, jogando o lixo de forma inadequada e assim sujando toda a parte externa do conjunto, acumulando nas calçadas e no meio da rua muita sujeira. Os próprios moradores deveriam ter um pouco mais de educação e, desta forma, contribuem para que o lixo se espalhe por toda parte do conjunto. É pura falta de consciência, já que o caminhão do lixo não passa regularmente pelo bairro”.ROUBOA comunidade do bairro Caranã relatou a seguinte situação: “Estamos apreensivos quanto à onda de assaltos que tem se intensificado no bairro. Na Rua Rui Baraúna, na semana passada, inúmeros assaltos e arrombamentos aconteceram nas residências, deixando a população em pânico, já que próximo ao local existe um terreno baldio, e a maioria dos produtos de roubo fica escondida neste local, vigiado pelos assaltantes. Já solicitamos pelo menos a limpeza deste terreno, mas nenhuma das solicitações, até o momento, foi atendida”.CENTENÁRIOMoradores do bairro Centenário comentaram que a Rua Constância Monteiro Guedes requer providências urgentes, pois caso ocorra uma chuva semelhante a do fim de semana, as casas irão alagar. “A própria rua se encontra intrafegável, sem condições nenhuma de um transporte que não seja tracionado. Esperamos que seja enviada uma equipe do município o quanto antes para verificar a situação pela qual estamos passando”, frisou um dos moradores.INTERCÂMBIOSobre a parceria comercial entre Roraima e Venezuela, o leitor Rodrigo Costa comentou: “Sem dúvida, é uma ótima iniciativa, porém resta saber se haverá algum entrave tributário por ocasião da Receita Federal quando da entrada de mercadorias compradas no país vizinho. Acho interessante a análise prévia da legislação aduaneira para evitar problemas com o fisco. Fica a dica”.