Opinião

Opiniao 28 08 2018 6816

Preconceito: A calcificação de ideias – Rosita Capelo Fonteles*

Recentemente ouvi de um amigo uma boa definição de PRECONCEITO. “É o tártaro mental”. Entendo como um conceito prévio de algo, ou seja, adquirido antes mesmo do conhecimento, portanto sem o devido fundamento e passivo a erros. O tártaro dentário são placas bacterianas que se formam no pé do dente, é a sujeira que fica e se calcifica prejudicando o dente. Como ocorre com o preconceito, aquela ideia previa de difícil remoção que se “calcifica” e termina por nos prejudicar, dificultando a aquisição de novos conhecimentos e a percepção de novos horizontes.

O preconceito serve também de proteção para as falsas crenças. Observei no Ceará o preconceito sobre o coco velado, na Galícia (Espanha) em relação ao milho produzido naquela região e em vários países em relação às decorações natalinas. “Coco velado não presta” essa falsa crença impede o consumo desse produto não só no Ceará que é grande produtor mas em vários países e favorece o desperdício desse alimento. “O milho dos animais” faz parte de uma falsa crença não só na Galícia que é grande produtora desse produto, mais em varias regiões da Espanha. A crença é que aquele milho não serve para o consumo humano, o milho é só para os animais.

No mundo, vários países alimentam o desperdício de energia no final do ano provavelmente por falsas crenças. Apesar de já existir a consciência de que é preciso economizar energia, ninguém abre mão das iluminadas decorações de praças e avenidas no Natal, costume que é fruto de uma jogada de marketing para vender a lâmpada quando foi inventada. Uma tradição que não se adequa mais a nossa realidade, uma prática que conduz ao desperdício de energia que se calcificou e está difícil remove-la.

É certo que nossas experiências podem servir para evitar sofrimento e gastos desnecessários. Se não aprendemos com elas corremos o risco de repetir nossos fracassos cometendo os mesmos erros. No entanto é importante lembrar que dificilmente as experiências são iguais, pois pequenos detalhes podem fazer uma grande diferença. O olhar crítico exclui o preconceito, exige a contemplação de outras possibilidades, partindo do princípio que ninguém é igual a ninguém e tudo faz diferença. O mundo é uma roda viva em constante mudança.

Na trajetória da vida precisamos de coragem pra tentar novamente e da remoção dos tártaros mentais que trazemos de experiências anteriores para seguirmos em frente e descobrirmos o novo. Assim como precisamos do perdão para tornar o caminho mais leve, da bondade para deixá-lo mais prazeroso e de valores como a honestidade e humildade para evoluirmos como seres humanos.

*Educadora, membro da equipe pedagógica do programa “Cinco minutos de Valores Humanos para a escola”, autora do programa “Cinquenta Minutos de Valores Humanos para o ensino superior.”

Pérolas aos porcos – Walber Aguiar*

“Eu continuo a ser uma coisa só: um palhaço, o que me coloca em nível mais alto do que o de qualquer político”(Chaplin)

Era o dia três de outubro de 2010. O povo estava nas ruas. Também o inconsciente coletivo pulsava na direção do sonho, da utopia, da qualidade de vida.

Um menino vendia balões, outro vendia salgados. Ali perto alguém vendia o voto. A moeda de troca era cesta básica, material de construção, promessa de emprego, dinheiro em espécie.

O vendedor de ilusões também estava lá, com seus “santinhos”, reais e tudo o que pudesse oferecer. Também o cidadão honesto cortava a cidade com seu título de eleitor. Ainda estava indeciso quanto ao voto. Era votar no ético e no justo, ou atirar pérolas aos “porcos”. Certamente, os “porcos” não eram merecedores de tamanha honra, não saberiam usar o diamante lapidado pela verdade, o ouro refinado pela consciência tranqüila.

No chiqueiro de Macunaima, passeavam os “porcos” enlameados. Chafurdavam a dignidade do eleitor, emporcalhavam o voto de confiança depositado nas urnas. Havia ali toda sorte de porcaria. Doidos, ladrões, sanguessugas (evangélicos ou não), aproveitadores, fariseus, malandro candidato a malandro federal, no entender de Chico Buarque. Também estavam os “porcos” detentores de mandato, que queriam continuar se emporcalhando com a lama do poder. Gente sem o menor escrúpulo, indivíduos que enriqueceram às custas do erário público, subindo nas costas da pobreza e parasitando a ingenuidade dos miseráveis.

Ambos atiravam pérolas no meio da sujeira, os que compravam e os que vendiam o voto. Era, por assim dizer, um tempo de engorda e de matança, prevendo, no futuro a fase das vacas magras. O “gado” estava na fila, pronto para o abate. Isso se configuraria em mais quatro anos de tormento, enganação e promessas não cumpridas. Os velhos “porcos”, travestidos de novidade, sorriam para o povo. Receberiam pérolas em troca de migalhas. Construiriam seus “chiqueiros” de luxo, em bairros nobres, suas “pocilgas” de 2 milhões de reais, tripudiando sobre a fome e a miséria dos desgraçados.

Tudo isso era extremamente parecido com a fábula de George Orwell, onde os porcos, depois de tomarem o governo da fazenda junto com os outros bichos, foram constituídos líderes, a fim de representar os interesses da maioria. Tudo ia bem, até começar o reinado tirânico, a mão de ferro sobre todos. A melhor ração ia para os “representantes”, sob a argumentação de que pensariam melhor, planejariam, fariam grandes reformas, gerariam o progresso. A casa da fazenda, confortável, serviria de morada para a bancada suína, os outros ficariam ao relento ou no celeiro cheio de goteiras.

Debaixo de toda aquela opressão e vendo que os porcos não mais se entendiam, veio a revolta dos bichos. Um movimento justo, bonito e extremamente organizado. Depois de sustentar os porcos por um longo tempo, trabalhando de sol a sol e comendo os farelos que caiam de sua mesa, os bichos reagiram.

No dia três de outubro, os “porcos” não receberiam pérolas do povo. Receberiam a justa “recompensa” por aquilo que fizeram e por aquilo que deixaram de fazer. A noite chegou, o dia nasceu de terno azul. O sonho virou realidade…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura, advogado e membro da Academia Roraimense de Letras.E-mail:[email protected]

Chega de corrupção – Marlene de Andrade*

“Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração” (Eclesiastes 7.7).

O Brasil desde sua descoberta está envolvido em corrupção e agora mais essa, Fernando Hadadd que já ocupou vários cargos importantes em São Paulo como membro  do PT e que já foi Prefeito daquele estado entre 2013 e 2016 é o plano B do Partido dos Trabalhadores para ser o candidato a Presidente da República nas próximas eleições, caso o STF, o qual rasgou a Constituição Federal e todas as leis de nosso país e que manda e desmanda de forma ditatorial em tudo que for do interesse dos seus Ministros lhe conceda o “direito” de disputar uma vaga à presidência da República nas próximas eleições.

Haddad foi Ministro da Educação nos Governos do Lula e da Dilma Rousseff e Subsecretário de Finança
s e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo no Governo de Marta Suplicy. Ele foi também o Ministro da Educação quando o kit gay,material escolar elaborado em 2011, foi planejado pelo Ministério da Educação e Cultura e só por esse motivo não deveria ganhar sequer um voto da população de bem e tenho a certeza que os homossexuais concordam comigo, pois escola é lugar de se adquirir formação formal, pois a educação informal é de responsabilidade da família.

Esse candidato  virou réu em um processo que tem a ver com a construção de ciclovias em São Paulo e aí nada a dizer a esse respeito? Essa personalidade nada recomendável como político está fazendo campanha como se nada tivesse acontecendo. É como se ele desconsiderasse o que a Justiça diz ou deixa de dizer e continua  fazendo campanha eleitoral, desonrando e enxovalhando a política partidária. Com certeza ele quer ganhar a des-graça do tal foro privilegiado que inventaram para político corrupto

Que confusão é essa tão grande, ou seja, Lula, o qual encabeça a chapa, mesmo tendo sua candidatura questionada pelo TSE por ser inelegível e  condenado em 2ª instância tem Haddad como plano B dos petistas? A que ponto  chegou o Brasil? Lula é ficha suja e Haddad segundo a mídia, virou réu em um processo que tem a ver com a construção de ciclovias em São Paulo. Aonde iremos parar? Nesse contexto, a Bíblia deixa claro o seguinte: “Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos…” (Salmo 128.1) e é isso que está faltando à maioria dos políticos que não amam a Deus e ao seu próximo e nem têm medo de colher frutos amargos. A esse respeito o livro de Gálatas assevera o seguinte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá”. (Gálatas 6:7).

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-CRM/339 RQE/341

O problema é nosso – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Quanto mais corrupta a república, mas leis.” (Rui Barbosa)

Naquele dia, em 2002, em São Paulo, a televisão iniciou um assunto interessante, sobre os angolanos que atravessavam o oceano, para fazer compras no Brás, em São Paulo. Aí, a televisão entrou no assunto para as eleições – 2002. A Márcia, filhinha do Alexandre, estava conosco, em São Paulo. Aí, ela me perguntou:

– Vô… O que é mofo?

Apontei para o televisor e respondi:

– É aquilo lá.

Ela ficou me olhando, sem entender patavinas. E levei um tempão para explicar minha tolice. É que os candidatos estavam ocupando o horário político obrigatório. E para mim, poucas coisas são mais mofadas do que esses discursos rançosos, de políticos mofados. Você já se deu o trabalho penoso de ouvir esse pessoal, nas campanhas televisivas? Não sei quando esse pessoal vai se mancar e perceber que as coisas mudaram. Que os discursos terão que mudar para que possamos mudar a política. E para mudar, os políticos têm que mudar.

Bem, já que eles não mudam, mudemos nós. O problema é nosso. O importante é que não continuemos alimentando o problema que vimos alimentando, há séculos. O ruim do problema é quando não temos a solução. E nesse caso a solução está no nosso voto. Enquanto ficarmos perdendo tempo com políticos e discursos rançosos e mofados, vamos continuar alimentando e nutrindo a política de espertalhões, desonestos e incompetentes. A boa notícia é: seja você quem for, por mais humilde que seja você tem a força e o poder de corrigir tudo isso num estalar de dedos; tempo de que você necessita para digitar seu voto.

Temos assim, grosso modo, três classes de políticos atuando no cenário político brasileiro: Os grandes políticos que realmente nos dignificam; Os corruptos e os exibicionistas que estão sempre na mídia porque precisam dela; e os incompetentes que não fazem nada a não ser atrapalhar os que realmente querem fazer.  E esses são em número bem superior, e com uma característica assustadora. Já pela desonestidade de assumir um cargo para o qual não têm competência, acabam naufragando no pantanal da corrupção. E eles são responsabilidade nossa; estão lá porque nós os mandamos pra lá. Foram eleitos, por nós, como nossos representantes. Vai daí a máxima de que “Cada povo tem o governo que merece”. Nem mais nem menos. Vêm aí as próximas eleições. Você sabe quantas maneiras há de você vender seu voto? São inúmeras. Procure conhecê-las e as evite. Só assim você estará votando com responsabilidade, e certamente elegerá candidatos responsáveis. Eles são poucos, mas existem. E o que nos interessa é a qualidade. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460