Falta pouco – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A verdadeira revolução não é a revolução nas ruas, mas na maneira revolucionária de pensar”. (Charles Maurras)O que ainda vemos, mundo afora, é o despreparo do cidadão, mesmo onde a cidadania está sacramentada. Mas como já aprendemos que devemos aprender com os erros dos outros tanto quanto com os nosso, vamos aprender. Na verdade, quando saímos para as ruas, gritando, bagunçando, reclamando pelos nossos direitos é porque ainda não aprendemos a defender nossos direitos. Isto está mais claro do que a luz. A verdadeira revolução a fazemos com o pensamento revolucionário. E não seremos capazes de pensar revolucionariamente enquanto pensarmos e fizermos revoluções de rua. Quando vamos para as ruas brigar pelo nosso salário podemos estar prejudicando o cidadão que é quem paga nosso salário. As verdadeiras revoluções, fazemo-las na política. Mas é preciso, primeiro, que aprendamos a fazer política. E não vamos aprender enquanto não nos ensinarem. E já estão tentando jogar no eleitor, o dever de corrigir o que ele não aprendeu a fazer.
Estamos chegando à reta final de mais uma vivência política que está sendo forçada a mudanças. Mas precisamos tomar cuidado. Não podemos mudar assim, de uma hora para outra, sem aprender a mudar. Para que elejamos bons políticos é necessário que tenhamos candidatos realmente políticos. Senão não seremos capazes de garimpar ouro em minas de prata. Mas a verdade é que estamos sentindo certas mudanças; só ainda não percebemos em quê. Mas vamos nadar no córrego do impossível possível. Estou confiando em você, jovem. Vocês estão me parecendo mais imbuídos da necessidade de mudanças do que os mais velhos, velhos engessados. Mas não nos esqueçamos que não estamos numa guerra. Não venceremos se não lutarmos lado a lado, na intenção de mudar para melhor. A luta não é entre nós, mas pelo que, juntos, queremos para nós.
Cultura e educação não existem sem política. Esta está em todas as atividades sociais. Quando não entendemos isso não progredimos. E só quando entendermos, seremos capazes de não eleger o candidato por motivos fúteis e interesseiros. Estamos nos aproximando de movas eleições e não sei se estamos realmente preparados para o nosso dever que ainda é confundido com obrigação. E só cumpriremos nosso dever quando tivermos a consciência do dever que temos. E enquanto formos obrigados não reconheceremos o dever. Por que a política não faz parte da educação? Enquanto não formos conscientizados continuaremos elegendo por obrigação e não por dever. E continuaremos nos, chiqueiro, baia e curral; todos eleitorais. Pense nisso.*[email protected]—————————————-ESVAZIE A FOSSA – Vera Sábio*Já dizia a minha avó: “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
Existem pessoas que são verdadeiras fossas ambulantes.No entanto cobertas com granitos reluzentes e perfumes franceses. Elas assumem cargos de grande escalão, tendo colarinhos limpos epossuindo espíritos imundos.
Transbordando, estas fossas já não conseguem manter o cheiro escondido; acabando por vazarem por qualquer brecha e mostrarem suas verdadeiras essências.
Portanto lhes afirmo: não adianta tampar o sol com a peneira, ignorar os fatos, justificar o injustificável e continuar empurrando a realidade com a barriga, onde os umbigos reluzentes revelam marcas e mais marcas da imundice da corrupção.
Partidos, como bem revela a palavra, são rachaduras, frestas pelas quais escorrem o esgoto da corrupção, onde somente aquele que não quer, não enxerga; mas mesmo assim sente seu efeito.
Estamos em total caos, e por isto pergunto:
– Como a verdadeira justiça vai agir nessas situações?
Como esvaziar a fossa que impede o fluxo do sucesso, honestidade, amor à pátria e solidariedade mútua. Para que tenhamos esperança em dias melhores?
“Um caipira rural, ao visitar suas poucas vaquinhas que eram o sustento da família, encontrou um pedaço de chifre no chão, o que lhe deixou bem preocupado, pois era sinal de uma doença que fazia cair o chifre das vacas, até leva-las a morte. Para verificar isto melhor, o caipira colocou o chifre no bolso e continuou seu trabalho.
Logo encontrou o filho que lhe ajudava na lida e começaram a andar pela mata ao redor; porém um tempo depois o caipira desassossegado dizia ao filho que ficasse de olhos bem abertos, pois a onça deveria estar por perto. Até seus rastros acharam facilmente e o cheiro de onça era demais. Já sabiam que onça bicho esperto e traiçoeiro, seguia as escondidas até atacar, por isto não conseguiam enxerga-la, mas o percurso de meia hora, durou para pai e filho uma eternidade de medo e apreensão.
Ao chegar na humilde casa, qual não foi a surpresa, quando retirou a camisa e verificou que o cheiro de onça era somente um pedaço de chifre em decomposição…”
Porém não quero ser eu a dona da verdade e acusar ou inocentar alguém.O que sei como os demais cidadãos é que há muito cheiro de onça pelo ar, muita fossa abafada, muita grana desviada e muita sujeira que já não cabe mais debaixo do tapete.
O que precisamos é de órgãos fiscalizadores, responsáveis, justos e capazes de esvaziar tantas fossas, retirar tantas camisas e deixar que o bom ar da justiça prevaleça…
Não tem como vivermos desconfiados e com tanto medo, é preciso que a justiça prevaleça, nos dando esperança e nos fazendo acreditar que ainda vale a pena sermos bons…
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]. 991687731—————————————————–A última justiça – Tom Zé Albuquerque*Ultimamente a cidade do Rio de Janeiro tem sido campo de mais uma requentada modalidade de violência: os arrastões nas praias mais badaladas. Mesmo não sendo algo novo (tal qual os recentes assaltos munidos à faca), a cidade maravilhosa recebe mais esse status negativo, acumulando inúmeros e corriqueiros problemas ao povo fluminense.
Entretanto, para mais essa mazela social, surgiram dias atrás grupos intitulados de “justiceiros de Copacabana”; jovens, a maioria lutadores de artes marciais que, inconformados com a incapacidade do poder público de conter a vagabundagem cada vez mais crescente no país, sobretudo se tratando de menores de idade, resolveram fazer justiça por conta própria. O argumento reside no fato de, segundo um deles em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, “moleques tocam o terror, vamos tocar também. É legítima defesa”.
Na quadrilha que provoca os arrastões tem de tudo, mas o requisito-mor é que seja menor de 18 anos, causa para um dos mais escabrosos formatos de impunidade no país, mesmo se tratando de jovens musculosos, hábeis com armas, meticulosos e experientes no crime. Sim, para a maioria do Congresso Nacional (encabeçado, óbvio, pelo PT), esses bandidos são crianças indefesas e requerem carinho, mesmo que estuprem ou assassinem com requintes de crueldade. Nesse diapasão é que se ancoram os justiceiros cariocas, que fazem blitze para conter a violência juvenil, argumentando que “Não temos líder, é uma revolta coletiva. Tem lutador de jiu-jítsu do asfalto e lutador de boxe do morro”.
O crescimento dos furtos por infratores menores de idades, no Rio de Janeiro, acresceu devido a, pasmem, uma liminar de um magistrado da 1ª. Vara da Infância e Juventude, tolhendo que a polícia faça uma triagem a partir de suspeitos, ou seja, depois que acontecer o crime é que a polícia tem que correr atrás. E os cidadãos ficam inermes assistindo a essa novela pastelão. Segundo o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, “Conseguiram constranger a polícia. Se atua, abusou de poder. Se ela não atua, prevaricou”. A população – empreendedores e frequentadores dos espaços públicos – aprovam a iniciativa dos justiceiros.
Está cada vez menos raro ocorrências das quais a população se revolta contra criminosos. Ladrões pegos em flagrante são muitas vezes alvos de linchamentos; estupradores são vitimados de morte a sangue frio, dentro ou fora do ambiente carcerário. Esse tipo de comportamento social é fruto de uma estafa da população quanto à impunidade. Rouba-se aqui, a polícia prende, e a “justiça” libera; mata-se acolá, a polícia encarcera, a “justiça”, solta; estupra-se às claras, policiais enquadram o meliante em flagrante, a “justiça” manda pra casa. A justiça no Brasil precisa, sem contraditas, ser urgentemente revista.
Em verdade, quando a população aplaude a atuação de “justiceiros” é porque se chegou num nível caótico, sem perspectivas, num país que transborda de injustiças e peca pela falta de políticas públicas que retenham crianças e pré-adolescentes em atividades integrais, permitindo que os jovens de hoje – crianças na década passada – enveredem para a forma mais canalha de se obter bens de consumo… pelo crime.
Enquanto isso o poder público joga os problemas pra debaixo da areia da praia, tapando o sol com o dedo e fabricando mais marginais para a década que se avizinha. Ainda há quem discorde que o Brasil é um país avacalhado, sem rumo.*Administrador – email: [email protected]————————————————–Fogo cruzado – Renato Braga*Em cada esquina, em cada acostamentoEm cada sonho exauridoVoam balas pelas ruasSobe o risco do trajeto interrompidoNo encontro das três naçõesNa bola do trevo da sorteSoam os tiros dos pistõesAnunciando o perigo de morteEm Ataíde, Mario Homem e Ville RoyQuem se arrisca, põe-se em risca e se destróiNum disparo fundo acionado pelo pé direitoAté o escudo listrado perde seu efeitoA mira certa e ofuscante dos faróisO cheiro entorpecente do óleo escurecidoÉ o prenúncio do fim da vidaPela arma que não tem um alvo preferidoNem o amarelo, nem o vermelhoE nem a blitz controlarão o fogo cruzadoDa aurora à outra madrugadaQualquer cidadão pode ser alvejadoVai! Vai em paz e com sua prece!Sem saber que poderás ser vilãoDeus queira que não!Ou mais um na estatísticaDeus queira que não!Só se inventarem uma arma novaQue ande a vinte por horaQue respeite sua senhoraSeu pai, seu avô, seu gato e seu cãoAs estatísticas estão aíA arma que mais mata por aquiTem cinco marchas e três pedaisCom ou sem drogasSomos simples mortaisSomos vilões, suicidas,Kamikazes, vítimas fatais*Acadêmico do quarto semestre do Curso de Direito da Faculdade Cathedral. É cantor, compositor e poeta nas horas vagas.
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ESPAÇO DO LEITORJUDICIÁRIO 1″Engraçado é nunca se ouvir falar em mutirões ou projetos para finalizar os processos engavetados há anos no poder judiciário. Só vemos essas ações para libertar presos! Não devemos deixar de questionar qual o motivo da grande quantidade de presos provisórios. É culpa da polícia? Ou do poder judiciário?”, questionou o internauta Carlos Santos.JUDICIÁRIO 2Ele continuou: “Devo esclarecer que a partir da prisão preventiva, a polícia é obrigada a finalizar o Inquérito Policial, em regra, em dez dias. Ou seja, dez dias após a prisão o acusado está apto a ser julgado. A prisão preventiva, mesmo que solicitada pela polícia, sempre é avaliada por um promotor de justiça e por um magistrado. Por que, então, no Estado, cerca de 400 presos estão encarcerados de forma provisória? Fácil concluir que a atuação do poder judiciário e não, nesse caso, da polícia é extremamente lenta e ineficaz! É a polícia que prende muito? Ou será que é o judiciário que julga pouco”.GRATIFICAÇÕESSobre o pagamento indevido de gratificações pela prefeitura de Alto Alegre, o internauta Nazário dos Santos comentou a atuação do Ministério Público do Estado de Roraima: “Parabéns ao MP, na pessoa do promotor Igor Naves! As prefeituras do interior quase sempre agem ou, pelo menos, tentam agir ao arrepio da lei. Tem que haver uma vigilância constante. E, afinal de contas, o portal da transparência vai ser implantado quando? Vi na Folha que os salários de concursados estão com atrasos de até três meses. Cadê o dinheiro que tava ali? O rato comeu?”VILA JARDIMO internauta identificado como Joy Kjaer questionou o sorteio dos apartamentos do residencial Vila Jardim. “Onde podemos ter um esclarecimento sobre o motivo da reprovação pela Caixa? Minha documentação estava toda certinha, e o que estava faltando, eles me ligaram e fui lá deixar. Eles me disseram que era só aguardar para receber o imóvel”, relatou.