Opinião

Opiniao 28 11 2014 332

INVISIBILIDADE, ATÉ MESMO, NA PAIXÃO NACIONAL – WaldecirR. de Andrade* Nesta segunda-feira, dia 24 de novembro de 2014, o Brasil ganhou o título mundial no futebol de 5, tornando-se tetra campeão. Poucas foram as reportagens a este respeito, e quase ninguém ficou sabendo deste título tão suado. Afinal, quem de vocês ouviram esta notícia? Sua invisibilidade tem fácil explicação, havendo pouca cobertura do evento, pois foi em Tóquio no Japão. Todavia é claro que não foi por isto não.É certo que pela paixão nacional, sempre que o Brasil conquista um título, a mídia divulga e divulga inúmeras vezes que chega a cansar. No entanto, desta vez foi diferente. Pois foram atletas que carregam consigo a invisibilidade, acostumados a vencer no seu dia a dia o preconceito e o descaso das políticas públicas; precisando matar um leão por dia e barbear outro; impondo-se como cidadãos capazes. Quero corrigir o nome, a eles dado, pois acho errado, “para-atleta”; afinal, não param nunca, e lutam demais para conquistar o que desejam. Conquistaram o tetra no futebol dos cinco e justamente contra a Argentina; saindo assim algumas vezes na mídia. Dois tempos zero a zero e numa prorrogação muito disputada um belo gol garante tão almejado título. Sendo uma grande façanha para os atletas cegos desse nosso país; os quais tão carentes de oportunidades e valorizações pelos esforços e talentos que ultrapassam sua deficiência visual. Uma classe que luta ferrenhamente para mostrar a coisa mais simples do mundo: sua capacidade, seu talento, sua garra. Pessoas, que por não enxergarem; a população que se julga superior, não as veem, nem mesmo quando superam os que enxergam, com títulos nobres e presentes na invisibilidade. Devemos tirar o véu do preconceito e modificar esta situação, pois grandes talentos são perdidos e desprezados, por falta de visibilidade diante do seu enorme valor. Escutamos: Stevie Wonder, Andrea Bocelli e Ray Charles etc. Espalhados mundo afora, e muitas vezes desconhecemos sua deficiência visual. Como também existem jogadores da vida em diversas posições, como: advogados, psicólogos, músicos, terapeutas corporais e etc… Os quais não fizeram da cegueira sua profissão e lutam para mostrar aos que não possuem deficiência visual; que a única deficiência que realmente não tem jeito é a deficiência da vontade. Com vontade e oportunidade pode se ir muito além do que os “olhos” alcançam… Brasil não pode ser Brasil se for nação excludente. Faça nossa pátria mãe ser um país perfeito. *Terapeuta Corporal, Coordenador da Comissão de Políticas Públicas doCOEDE, cego e cidadão consciente. Cel. 991-664-844 E-mail. [email protected] —————————————————————– Sempre em crise – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Só pode ser feliz o Estado edificado sobre a honestidade”. (Aristóteles) Aristóteles falou isso no século IV antes de Cristo. Já no século XIV depois de Cristo, o Tamerlão disse: “A terra deve ter um só dono como o céu tem um só Deus”. E ele queria ser o dono da terra. Foi ele quem mandou seu exército esmagar, sob as patas dos seus cavalos, mil crianças, usadas como meio de pacificação. Foi ele, o Tamerlão, que depois de invadir Bagdá, mandou decapitar toda a população da cidade e com as cabeças dos mortos, mandou construir cento e vinte pirâmides pelas ruas. Lamento levar este assunto pra você. Mas é preciso que conheçamos o passado para entender o presente. E quando entendemos isso, entendemos por que a violência continua como uma característica do ser humano. Não nos esqueçamos de que no século XX, Hitler tentou ser um Tamerlão, matando os judeus nas câmaras de gás. Só que ele foi menos inteligente. Vamos amenizar o assunto? Mas precisamos primeiro prestar atenção à maneira de como as coisas acontecem, mirando-nos em como elas aconteceram. Não acredito que muita gente pense como pensava o Aristóteles. Mas todos pensam como pensava o Tamerlão. O despreparo dos que assumem o poder faz com que eles passem a pensar que são os donos do mundo. Ainda não aprenderam que eles são apenas servidores a serviço do cidadão. Até sabem, mas sabem que não sabemos que eles, sejam quem forem, estão no poder a nosso serviço. Que cada Real que eles desviam do dinheiro público, caracteriza um roubo do nosso dinheiro; que o Estado não é nosso patrão, mas o dirigente e administrador do nosso dinheiro. Quando o poder público não entende isso, está nos mostrando sua incapacidade em administrar. E isso causa crise de autoridade. Nosso País virou um circo de terceiro mundo. E quem está dando uma de palhaço? Se você é jovem e está pensando que tudo o que está ocorrendo é normal, lembre-se de que se você tiver mais de dezesseis anos de idade, você nasceu no século passado. Já pensou nisso? Deixemos Tamerlão e Hitler como figuras do passado que devem ser esquecidas. Vamos nos instruir para que melhoremos, polindo, nosso quadro político, para que tenhamos um país à altura da nossa dignidade. E não vamos merecer tal correção enquanto continuarmos a eleger políticos desonestos, sobretudo quando sabemos que eles são desonestos. Não nos esqueçamos de que somos o que pensamos. Nossas atitudes são produzidas pelos nossos pensamentos. Enquanto não, não corrigiremos as pantominas de fugas nos presídios, roubos na política, e por aí. Vamos fazer bem nossa parte. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————————————————- 300 anéis roubados – HELDER CALDEIRA* Certa vez, no início da década de 1990, um ex-deputado federal, investido na fantasia de ferrenho defensor dos trabalhadores pobres e oprimidos do Brasil, cunhou uma frase oportunista que se tornaria parada de sucesso — os memes de antigamente — e atravessaria o século como símbolo de uma suposta indignação política. Referindo-se ao Congresso Nacional, disse o travestido mocinho: “Há uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns 300 picaretas com anel de doutor que defendem apenas seus próprios interesses”. À época do advento do epíteto congressista — alguns vocais midiáticos pareciam celebrar a descoberta da pólvora —, a nação vivia uma espécie de ressaca, após deleitar-se com o vento forte que ousava desgrenhar as melenas do esguio presidente da República defenestrado, ao embarcar em sua última viagem no helicóptero oficial rumo à mansão comprada da madrinha numa das penínsulas de Brasília. Grosso modo e em última instância — porque nos tribunais fora absolvido de todas as demais acusações —, sofreu um impeachment pelo Fiat Elba “por fora”. Os cabelos “coloridos” continuam iguais, mas os escândalos… quanta diferença! De lá pra cá, os “doutores” são quase os mesmos, alguns envelhecidos, alguns plastificados, outros transformando seus gabinetes em capitanias hereditárias. Já o fantasiado Robin Wood dos trópicos ascendeu aos píncaros do poder, apaniguou com cargos e altos salários sua plebe rude, distribuiu benesses aos famélicos e deu cria palaciana. A picaretagem cantada de outrora tornou-se liturgia institucional. A aula inaugural deste modus operandi de construção de alianças políticas foi o Mensalão, quando o Poder Executivo decidiu oficializar o pagamento de mesadas, com dinheiro desviado dos cofres públicos, aos “doutores picaretas” do Poder Legislativo em troca de apoios e tapinhas nas costas. Como os ladrões, por sua natureza envergada, não sabem fazer uso da isonomia para repartir o pão roubado, o esquema rendeu alguns meses de xilindró à intrépida trupe. Já que os brioches mofados continuam caindo à mesa dos famélicos, ainda que aos trancos e barrancos, chegamos ao tempo do reinado de nossa vermelha Maria Antonieta. Enquanto Sua Majestade rega com azeite de dendê a bacalhoada econômica, o cacique mato-grossense da Corte Suprema anuncia, tal qual arauto da desgraceira: “Agora, a Ação Penal 470 [o Mensalão] terá que ser julgada em tribunal de pequenas causas pelo volume que está sendo revelado nesta demanda [a Operação Lava Jato]”. O assalto aos cofres da Petrobras — e, provavelmente, extensivo às outras estatais brasileiras — é algo sem precedentes. Talvez por considerarem bagatela o roubo estimado em R$ 10 bilhões inicialmente, a maioria dos eleitores decidiu dobrar a aposta na cumplicidade com o descalabro. Gozando de tal anuência qualificada, vimos o assalto à Petrobras ganhar contornos mafiosos e elevar à 13ª potência o volume de recursos desviados apenas na petrolífera. Ainda temos pela frente Itaipu, Furnas, Correios, Eletrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e outros alvos da gafanhotagem política defendida pelos ex-trabalhadores. Hoje, pouco mais de duas décadas depois daquele memeparalamístico, já sabemos exatamente o que o tal mocinho travestido fez com sua indignação contra aqueles que chamou de picaretas: instalou na República um esquema de corrupção de tal ordem, que até os trezentos anéis foram roubados. *escritor e jornalista. www.heldercaldeira.com.br – [email protected] ———————————————————————— DOADOR DE VIDA – Vera Sábio* Só entende a necessidade de receber sangue, aquele que está perdendo a vida; ou seus familiares que enfrentam esta perda, visto que o vitimizado não tem vida se quer para dar um grito de socorro. Existem muitas datas comemorativas em nosso calendário, no entanto, nenhuma delas teria importância se em um leito de hospital há desespero pela sobrevivência de alguém pálido, desenganado e carente de uma doação vital. Divulga-se pouco e por muitos fica esquecida a necessidade de haver constantemente doadores de sangue, para que a vida seja restabelecida. Há também religiões que defendem a não doação de sangue; algo difícil de compreender, visto que Jesus pregou que fizessem como ele, e ele foi capaz de doar sua vida sem quaisquer restrições. O que é para nós, pobres mortais, que voltaremos ao pó, doar algo que rapidamente o organismo repõe e que tem uma função tão indispensável em diversos casos, nos quais somente o sangue pode restabelecer a saúde? Ninguém sabe do dia de amanhã; o que verificamos é que o trânsito vitimiza mais e mais pessoas a cada dia. E muitas delas, as quais a vida poderia ser poupada, estão em enormes filas de espera por um doador, podendo morrer a qualquer momento. Portanto é uma questão de empatia, de solidariedade e mesmo de sentirmos humanos e dependentes uns dos outros; que a doação de sangue existe e é indispensável; proporcionando ao nosso semelhante, o direito de continuar vivo. É melhor prevenir do que remediar; tendo uma conscientização maior no trânsito e perdendo minutos na vida, em vez de perder a vida em um minuto. Todavia, sabemos que independente de qual foi o motivo, iremos uma hora adoecer, e o que fizermos de boa vontade hoje, colheremos bons frutos amanhã. Pense nisto e aproveite sua saúde boa, para dar a oportunidade de outros recuperá-la. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] 991-687-731 ——————————————————————— ESPAÇO DO LEITOR PRISIONAL 1 Sobre as fugas registradas na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, o internauta Francisco Costa disse: “Isso é o resultado dos desmandos políticos em nosso Estado. É incompetência gerando incompetência, sai um e entra outro e a vida continua. Quando nossos gestores vão ter coragem de realmente resolver a situação? Não adianta remendar tapando buraquinhos. A reforma é mais abrangente. Passo a palavra para os gestores do sistema”. PRISIONAL 2 “Pessoal gosta de reunião. Mas não sei o que estão resolvendo, porque aquela penitenciária vive de portas abertas e todo preso foge. Chamaram a Força Nacional e nada foi resolvido. Tem que ter uma investigação para saber se está havendo facilitação de fugas”, comentou o internauta identificado apenas como Marcos. PRISIONAL 3 A internauta Altamirce Coutinho de Melo acredita que o Estado é que deveria fornecer uniforme da cor exigida para os reeducandos. “As famílias dos presos, muitas vezes, não têm dinheiro para pagar a própria passagem para ir visitá-los”, afirmou. SONEGAÇÃO Sobre a Operação Face Oculta, realizada pela Receita Federal, que aponta a sonegação de mais de R$ 20 milhões, o internauta Adailton Silva Oliveira afirmou: “Quem encontrar os verdadeiros donos (larápios) e a justiça punir, ganha um doce”. ESTOURADO Um leitor, que pediu para não ser identificado, denunciou a demora para o conserto de um cano em frente ao posto de saúde Jorge André G. Vieira, no bairro Conjunto Cidadão. “Já faz praticamente um ano que o cano da rua está quebrado e ninguém toma providência. Conversei com o diretor da unidade de saúde e ele disse que o problema não é dele”, relatou o leitor, pedindo providências. INELEGIBILIDADE “Será que só tem essa ação? Ou essa é apenas a primeira de inúmeras que vem a seguir”, perguntou o internauta Sérgio Pereira sobre o pedido de inelegibilidade do empresário Alessandro Magalhães, dono da empresa Vale Serviços Terceirizados Ltda. CARTINHA “Achei um absurdo um policial militar e uma professora não poderem comprar material escolar para a filha. Pensei que a campanha Papai Noel dos Correios fosse filantrópica. Eu também sou professor e adotei uma cartinha”, comentou o internauta Sabá Moura na página da Folha no Facebook.