Mesa posta – Vera Sábio*”Há mesa tão farta e vazia de amor e de paz” (Canção católica). Esta frase remete muitas reflexões as quais poucos param para pensar. Diante de tanta fartura, inutilidades, vaidades, luxúrias, esbanjamento e várias coisas superficiais que enchem aos olhos, mas não produz paz nos corações.
Sentimos o ser humano cada vez mais desumano e vazio. A mesa está posta, as igrejas estão abertas, Cristo está pronto a te acolher; no entanto, a decisão é sua…
O mês de agosto para a Igreja Católica é dedicado ao imenso valor de ouvir o chamado de Deus. Ou seja, mês vocacional, onde Deus nos chama para servi-Lo, o que precisamos é estarmos aberto a escutar seu chamado. Aceitarmos o desafio de atendê-lo e assim exercer nossa vocação.
A vocação é muito mais do que um curso, uma faculdade, um diploma e uma profissão que diversas vezes não é vocacional e sim puro interesse financeiro. Aquele que é vocacionado a ser pai não precisa de diplomas, e sim de amor, de dedicação, de sacrifício e tudo que um filho deve receber de seus pais, em toda sua vida.
Aquele que é vocacionado a ser médico entende o sacerdócio da medicina e acima dos recursos que esta profissão proporciona; compreende que salvar vidas é o maior prêmio que seu trabalho lhes concede.
Aquele que é vocacionado a ser professor ensina por prazer, doa-se a aprendizagem dos seus alunos e muitas vezes enfrenta os descasos atribuídos a sua nobre profissão, pai e mãe de todas as outras.
Já os administradores, os governantes por vezes esquecem a vocação e o enorme chamado que lhes foram feitos, o de servir, o de reconstruir uma nação farta e em paz; o de fornecer uma pátria mãe que acolhe, conforta e valoriza seus filhos.
Não tem como pensar em um mês vocacional sem verificar qual a vocação de políticos que tanto desviam, que fazem muitos morrerem nos hospitais, que não valorizam a educação, que deixam jovens morrerem e matarem pelo vício, que são desumanos, gananciosos e corruptos. Não fazendo nada do que seu cargo lhes permite.
Será que foram chamados, ou será que erradamente foram colocados em postos que nunca deveriam ocupar? Porém, cadê nossa responsabilidade de cidadãos votantes? Cadê nossa vocação de agentes do bem e reconstrutores da história?
Quero levar minha gota de esperança e propor aos organizadores de sindicatos, de partidos honestos, de pessoas que gostam de alegria, de paz, de fraternidade; os organizadores de torcidas, de grupos religiosos, de associações, etc… Que unam-se para o bem, coloquem a data, o local, o horário e façam acontecer uma marcha, uma aglomeração, um abaixo-assinado, algo concreto; capaz de por fim a tanta injustiça e tirar do cargo seres que não são vocacionado a exercer funções de enorme importância. Estando lá apenas por pura ganância, cometendo muitos atos ilícitos que destroem o país.
Vamos deixar uma mesa posta de coisas boas e que permita o crescimento dos nossos filhos e netos em um mundo melhor do que este que vivemos agora.
Que esta seja nossa vocação…
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: 99168-7731—————————————–
Mundo desigual – Tom Coelho*“Por tão poucos terem tantoé que tantos têm tão pouco.”(Eduardo Marinho)A Forbes, revista de negócios norte-americana, publica anualmente uma lista avaliando o patrimônio dos bilionários em todo o mundo. A edição deste ano novamente apresenta nas três primeiras posições Bill Gates, fundador da Microsoft; Carlos Slim Helu, do setor de telecomunicações; e o banqueiro Warren Buffet. Juntos, eles detêm ativos da ordem de US$ 224 bilhões, o equivalente ao patrimônio estimado de cerca de 900 milhões de pessoas.
Os dados ficam ainda mais alarmantes se tomarmos como referência os ativos dos dez mais ricos. Neste caso, chegamos a um total de US$ 551 bilhões, comparável ao patrimônio de algo em torno de 2 bilhões de pessoas no planeta!
Uma análise da referida lista de bilionários da Forbes a partir de 2009, ano seguinte à crise econômica mundial, mostra um crescimento médio anual de 14% no patrimônio do grupo dos dez. Enquanto isso, o PIB mundial evoluiu pouco acima de 3% ao ano.
Estes dados explicam o alerta da Oxfam International, entidade cujo foco primordial é o combate à pobreza. Atualmente, 67 pessoas detêm o mesmo patrimônio que metade da população mundial e, em 2016, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza dos outros 99%.
Mais um exemplo deste universo de desigualdades. O faturamento das dez maiores empresas do mundo em 2014 totalizou US$ 3,35 trilhões, o equivalente ao PIB somado de todos os países da América Latina, excluindo-se o Brasil. Note: dez empresas equivalem a 21 países. Estes números só não são ainda mais expressivos porque seis destas dez companhias são do setor energético, e o barril do petróleo, que já chegou a superar cem dólares no passado recente, vive um período de baixa, cotado por menos de 60 dólares atualmente.
O mais incrível é que temos a impressão da ocorrência, no decorrer dos últimos anos, de ações amplas e efetivas no sentido de amenizar desigualdades socioeconômicas em virtude de iniciativas de organizações não-governamentais, de campanhas de conscientização e da inclusão do tema em debates educacionais. Ledo engano…
Combater este autêntico abismo social é tarefa de governo. A distribuição de renda passa necessariamente não por políticas assistencialistas, mas sim por instrumentos justos de tributação. Estudos indicam que há uma correlação direta entre o aumento da concentração de renda e a redução dos impostos incidentes sobre os mais ricos.
Olhando para nosso cenário interno, vemos um crescimento da violência, do desemprego e da corrupção. Enquanto isso, com a justificativa de ajustar as contas públicas, o governo federal busca elevar sua arrecadação com aumento generalizado de impostos sobre o setor produtivo, afetando diretamente a competitividade das empresas, em especial as de pequeno e médio porte, que representam 98% dos empreendimentos formais existentes no país, responsáveis por mais de 60% dos empregos diretos. O impacto final é sobre os menos favorecidos, ampliando este quadro de desigualdades.
Contra fatos e estatísticas não cabem argumentos, mas sim ações propositivas, voltadas não à retórica, mas sim à solução dos problemas.
*Educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livrosE-mail: [email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.——————————————-Napoleão sabia disso – Afonso Rodrigues de Oliveira*“As maiorias legislam, mas podem não representar a verdade”. (Rui Barbosa)Sempre que ouço os blá blá blás nas discussões sobre a idade penal, me lembro de que Napoleão Bonaparte disse que: “Precisamos construir mais escolas pra não termos que construir mais presídios”. Ninguém deu importância ao alerta do cara. Construindo poucas e fracas escolas, e poucos e péssimos presídios. O tempo correu, levado pela aceleração na rotação da Terra, a população cresceu e as mentes administrativas continuaram as mesmas. E olha que isso vem desde a época do Napoleão. Já estamos vivendo a segunda década do século vinte e um, e ainda legislamos com leis do início do século vinte. Haja incompetência. Mas, fazer o quê? Ainda continuamos vendendo o voto, sem nem mesmo perceber que estamos vendendo. E estamos vendendo nosso voto quando votamos num candidato porque ele nos garante um vale família, mensal.
Quando será que vamos cuidar realmente da nossa Educação? Quem viveu os momentos turbulentos durante o Regime Militar no Brasil, e observou as mudanças ocorridas no período, sabe disso. E estamos falando de mudanças na Educação. Coisas simples que não pareciam influenciar, mas influenciaram, e muito. Foi quando deixamos de hastear a Bandeira Nacional, nas escolas, porque os alunos já se sentiam constrangidos em cantarem o Hino Nacional no hasteamento. Parece bobagem, mas não é. Tivemos até um”gênio” do ensino, que andou pela televisão, fazendo campanha para se mudar a letra do Hino, porque é clássica e os alunos tinham dificuldade em entendê-la.
Durante a década dos oitentas, o governo de Roraima trazia jovens do interior nordestino para ensinar nas escolas do interior porque, segundo o governador de então: “…para ensinar essas crianças do interior, o professor basta saber ler e escrever”. E, consequentemente, os presídios que já eram precários e anacrônicos começaram a receber presos muito além da sua capacidade para abrigá-los. Criminosos começaram a usar os menores de idade, como colaboradores porque estes não podiam ser presos. Iniciantes cresceram e formaram-se nas escolas do crime, para menores. E nunca tivemos competência para verificar que tais escolas cresciam mais do que as nossas escolas legais. E o que mudou, de Napoleão Bonaparte para cá?
Vamos fazer nossa parte nessa luta secular para que possamos ser um povo civilizado. Estamos no caminho bloqueado e nem sequer podemos “pulá pu riba”. Tomara que o Raimundinho esteja tomando conhecimento disso. Mas, façamos alguma coisa para criar um mundo digno para nossos netos. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460 —————————————– ESPAÇO DO LEITOR COSME E SILVAPacientes que precisaram de atendimento na Policlínica Cosme e Silva, no bairro Pintolândia, enviaram a seguinte reclamação: “Quando precisamos de atendimento no período da noite, sempre nos deparamos com a falta de médicos. A informação repassada é que estão atendendo os casos mais urgentes, por isso a demora no atendimento. Esta noite, o corredor estava lotado de pessoas esperando atendimento, com febre e mal-estar, mesmo assim tiveram que esperar por mais de meia hora”.TERRENOS Moradores do bairro Pricumã reclamaram da quantidade de terrenos baldios tomados pelo mato, acumulando sujeira, entulhos e servindo de esconderijo para os ladrões. “Os proprietários sabem da obrigação de manter o local limpo, mas, mesmo assim, deixam os terrenos sujos, servindo de criadouros de ratos, insetos e até acumulando água, sendo um criadouro de mosquito da dengue. Além de informar na Central 156, gostaríamos de pedir uma fiscalização do município nestes locais”, relatou uma moradora.FISCALIZAÇÃOO leitor Robson Marques comentou que as pessoas que moram em bairros mais distantes do Centro estão enfrentando, geralmente aos finais de semana, problemas relacionados à poluição sonora de vizinhos que fazem festas. “Colocam o som acima do permitido até altas horas da madrugada no bairro Cambará. É uma falta de respeito e que merece punição. Na mesma hora, fizemos a notificação pela Central 156 e vamos torcer para que não ocorra novamente”, disse.RECARGA Usuários da operadora Vivo estão relando problemas na hora de fazer recargas: “Fiz uma recarga de R$ 20,00 e, para minha surpresa, não foi creditado o valor na minha linha. Passados dois dias, liguei na central da operadora e fui informado que teria que aguardar mais um dia enquanto o sistema se normalizava. Já fui à operadora e nada ainda foi resolvido. Na ocasião, vários clientes reclamavam do mesmo problema”, comentou Lucas Vinicius.