Opinião

Opiniao 29 08 2015 1379

No túnel do tempo – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley) Estou com uma saudade danada do muito que já passou pela minha já longa vida. O pensamento corre a uma velocidade muito superior à da luz. Num instantinho em que fiquei aqui matutando, fui longe pra dedéu. E não sei por que, de repente senti saudade da São Paulo dos anos sessenta. Uma ligação muito forte entre mim, minha família recém-construída, meus filhos, minha esposa na sua primeira lida, na formação de uma família que viria a ser nosso maior orgulho. Não sei se você se liga a essas coisas. Elas são grandiosas e por isso edificantes. Esteja sempre atento aos momentos que lhe vêm à memória, vez por outra. Coisas que realmente marcaram sua vida, mesmo que tenha sido de maneira leve, nada relevante. Mais cedo ou mais tarde elas lhe serão relevantes, quando se transformarem em doces e piegas recordações.

Quem não tem o que recordar é porque não viveu. Só sente saudade quem foi feliz. E muitas vezes somos felizes sem nem mesmo saber. E são esses momentos que um dia virão à sua lembrança em forma de saudade. Sempre fui muito apegado aos grandes movimentos. Às grandes construções, aos grandes momentos. E, para minha felicidade vivi grandes momentos do meu País. Tive a rara felicidade de assistir às que eu considero as maiores construções deste século, excetuando-se a construção de Brasília. O Aterro do Flamengo foi, para mim, uma das maiores construções do Brasil, a que tive a felicidade de assistir. Só quem conheceu a praia do Flamengo de antes do aterro pode saber a que me refiro. O Metrô de São Paulo foi outra obra que me encheu de orgulho na época e que continua me fascinando até hoje. E tenho minhas razões. Ano atrás ele foi eleito o metrô mais limpo do mundo.

A ponte Rio-Niterói, cuja construção acompanhei de perto, desde o início até a inauguração, é outra vivência que frequentemente me traz saudade. Sei muito sobre aquela construção. E antes que você comece a acreditar que estou querendo dar uma de conhecedor, e que esse papo está muito boboca e piegas, coloque-se no meu lugar. Talvez até milhões de outras pessoas viram e viveram o que vivi e vi. E nem mesmo estão querendo se lembrar de tais tolices. Mas é aí que quero chegar. Uma coisa é você olhar para uma construção; outra é você ver a construção. E eu tenho a mania de ver. Assim como tenho a de ouvir e não a de meramente escutar. E essa diferença faz uma diferença enorme. Não basta você fixar na retina; vá mais fundo e grave na memória. É essa atitude que vai lhe trazer saudade. Pense nisso. [email protected]—————————————- Irmãe: Ela Existe – Rubens Marchioni*Meu amigo Edney gosta muito de escrever. Passa horas com caneta e papel na mão, discutindo com as palavras e, mais do que isso, fazendo amor com elas. Quando o vejo na sua lida, me vem à mente um concurso feito na Europa, se não me engano, a fim de eleger a lápide mais criativa de que se tem notícia. A vencedora dizia algo tão deliciosamente forte como “tive com a vida uma briga de namorados”.

Cautelosamente, ele me propõe: “Você pode dar uma olhadinha no texto dessa carta? É uma homenagem. Uma homenagem a alguém especial ”, disse-me, esfregando as mãos e trazendo nos olhos o pressentimento de que acertara no propósito da mensagem. Ele só não me surpreendeu porque já o conheço bem. Comecei a leitura.

“Helena, querida. Estou no meu quarto, ouvindo Celtic Music e escrevendo meu próximo livro. Então, por um instante, a saudade me levou até a nossa terra natal. Você, minha primeira catequista, ensinando sobre Deus para um pequeno grupo de meninos e meninas, eu entre eles. Depois veio, oficialmente, a outra mulher que completou essa etapa do trabalho.

Não era uma sala com quadro magnético e outras tecnologias, nada disso. Cheia de segurança, você falava protegida pela sombra de um bambuzal. A essência de Deus, na sua boca, harmonizava-se com o som emitido pelo vento, ao tocar nas folhas daquelas plantas verdes como a esperança. Isso me fez pensar: sobre você, o teólogo Leonardo Boff diria algo como ‘irmã assim, só mesmo sendo mãe; mãe assim, só mesmo sendo irmã’.

Quando for para o céu, daqui a décadas sem fim, você será nomeada por Deus para ensinar aos anjos. E todos vão gostar muito de reaprender o que já sabem desde a criação do mundo. Afinal, você sempre surpreende.Lembre-se: apoiados nas asas da liberdade vão brincar o tempo todo. Mas isso nada tem a ver com falta de seriedade. É que, para eles, ensinar e aprender é um jogo muito divertido. Algo que se faz procurando por respostas que se escondem, camufladas no corpo de perguntas acostumadas à prática brincalhona do esconde-esconde.

Então deixei um pouco o que estava fazendo e passei por aqui, porque precisava dizer essas coisas tão importantes de serem ditas. Pronto, falei. Um beijo cheio de saudades. Edney”.

Trabalho concluído, ele o guardou no silêncio da alma e foi embora, caminhando passos que por pouco não o retirava do chão. Amém.*Publicitário, jornalista e [email protected]://rubensmarchioni.wordpress.com———————————————Fuja do estresse e tenha uma vida com mais qualidade – Christian Barbosa*Estresse todo mundo tem, é uma reação natural do corpo a alguma ameaça externa. Desde o tempo das cavernas o estresse atua em nosso benefício. Quando o homem precisava caçar, o estresse preparava o seu corpo, deixando-o em estado de atenção, aumentando o foco e aguçando os sentidos e os reflexos. O estresse nos momentos certos é positivo. O grande problema é que hoje tudo provoca esse estado e com tamanha frequência que acaba sobrecarregando o organismo e prejudicando a saúde.

Os fatores que geram o estresse já são bem conhecidos por muitos, os mais comuns são: as preocupações, a falta de tempo ou problemas familiares. Já os efeitos que eles causam no organismo são bem variados, pode ser uma dor de cabeça, tensão ou dor muscular, fadiga, distúrbios de sono, raiva, ansiedade, falta de motivação, falta de foco, irritabilidade etc.

Eu vivi um quadro extremo de estresse que acabou com a minha saúde, porém foi isso que fez ser quem eu sou hoje. E, assim como eu, muitas pessoas esperam o organismo dar “defeito” para perceber que ninguém é de ferro. Isso porque a coisa mais difícil do mundo é enxergar o óbvio. Geralmente, conseguimos ver o complexo, mas o óbvio é muito mais complicado.

Sempre digo que hoje pode ser apenas um estresse bem leve, mas que, se acumulado e sem intervenção, pode acabar com a sua saúde. É uma preocupação aqui, outra ali, dificuldades na carreira, problemas financeiros ou de relacionamentos que fazem com que o problema se agrave. Por isso, selecionei algumas ações que podem ajudar a minimizar o problema:

1 – Aceite o problema: Ter estresse não é o fim do mundo, qualquer pessoa está sujeita a momentos de estresse na vida. Portanto, é fundamental que você aceite isso e previna-se. Deixar para mudar só depois que está doente pode ser tarde demais. Admitir o problema ajuda a tomar a atitude de mudar, negar só vai te prejudicar.

2 – Agende checkups: Você deve fazer um checkup ao menos uma vez por ano. Isso significa ir ao clínico geral, cardiologista, oftalmologista, urologista, ginecologista, dentista etc. É impressionante a quantidade de executivos que passam anos sem ir ao médico e só vão quando sentem alguma dor. Se você não tem o hábito de ir ao médico para ver como está a sua saúde, inclua essa tarefa na sua agenda agora mesmo.

3 – Seja mais produtivo: Quanto mais tempo você tiver para aquilo que você realmente gosta de fazer, menos estresse você terá. Com tempo disponível você consegue ir ao médico, praticar esportes, sair com os amigos, se dedicar mais a família e aos sonhos. É outra vida!

4 – Invista nos seus hobbies ou na sua fé: Você precisa ter uma válvula de escape, algo que te ajude a se sentir melhor ao investir o seu tempo. Pode ser um hobby, um esporte, uma prática religiosa, meditação ou qualquer outra coisa que o deixe mais concentrado. Só você pode descobrir o que fazer, portanto, não espere isso cair do céu. Saia do lugar e tente encontrar o melhor “remédio natural” para você.

5 – Faça diferente: De nada adianta saber que está estressado e continuar insistindo naquilo que está minando sua resistência. É necessário fazer alguma mudança, pode ser na alimentação, no seu estilo de vida ou no trabalho. A regra é óbvia, se você fizer as coisas do mesmo jeito, seu estresse permanecerá. Defina as suas áreas de mudança e comece algo novo.

6 – Procure ajuda: Não tente enfrentar estresse sozinho. Cercado de pessoas que gostam de você, fica mais fácil resolver o problema. Converse com o seu chefe, familiares ou amigos. Peça ajuda para marcar médicos, para acompanhá-lo nos exames, para fazer algo diferente, para ir com você à academia ou simplesmente para aproveitar mais sua vida.

7 – Com ou sem você a vida continua: Pode parecer dura, mas é verdade: se você “der defeito” por conta do estresse, sua falta será sentida, as pessoas ficarão tristes, mas as coisas vão acabar se ajustando, será apenas questão de tempo. Lembranças, valores e histórias são para sempre, mas não pessoas. A vida vai acabar para todos nós. Cabe a você prolongá-la ou sair de cena; a escolha é sua. Não deixe o estresse determinar o seu destino: lute, mude e faça acontecer.

8 – Nem tudo é tão grave quanto parece: Que muita gente faz tempestade em copo de água é inegável. Quantas tarefas urgentes não são tão urgentes assim? Quantas situações que até então eram pouco complicadas tomaram proporções gigantes de repente? A próxima vez que surgir um problema, analise-o com objetividade, não o alimente. Um pouco de leveza ajuda muito a reduzir o estresse e focar os pensamentos em atitudes mais relaxantes.

Não espere chegar ao mais elevado nível de estresse para começar a pensar em qualidade de vida. Crie um plano de ação na sua agenda e estipule tarefas para melhorar o seu dia a dia. Não fique apenas na intenção, priorize o seu bem-estar!*Maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade, é CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo.www.triadps.com.brwww.maistempo.com.br————————————————–

ESPAÇO DO LEITORAULAO leitor Homar Faria comentou: “Como pai de aluno regularmente matriculado na rede estadual de ensino, me sinto prejudicado. Esse embate entre governo e professores já durou o que tinha que durar. Os professores poderiam ter bom senso e retornarem às salas de aula, afinal de contas, maior parte das propostas já foram atendidas. Todos os anos temos que sacrificar os sábados, domingos e outros períodos de descanso para reposição de aulas”, disse.ZONA AZULSobre a audiência que debateu o retorno da Zona Azul no Centro, o internauta Pedro Cunha relatou: “O grande problema da Jaime Brasil é que muitos comerciantes e comerciários usam os espaços dos estacionamentos que poderiam ser rotativos para estacionar seus carros e motos das 07h30 às 18h, e assim ocupam a vaga do consumidor. Como publicitário, vejo que muito precisa ser feito pelos comerciantes daquele centenário centro comercial, além de zona azul. Os lojistas da Jaime Brasil e imediações têm que reagir para que não haja demissões naquele setor, e ofertar produtos mais baratos”.RONDAUm dos professores que participa do movimento grevista endereçou o seguinte relato: “Vejo com tristeza a forma como os professores estão tendo o devido tratamento. Esta semana pelo menos presenciamos umas duas viaturas policiais paradas em frente à Assembleia Legislativa como se fossemos marginais, enquanto sabemos que existe um contingenciamento de viaturas sem estar nas ruas dando suporte as operações da ronda ostensiva a população. Estamos em um movimento pacífico, sem atentar contra a ordem pública”, comentou um professor.CAXANGÁMoradores que residem próximo à Avenida Nossa Senhora da Consolata endereçaram o seguinte e-mail: “Gostaríamos de denunciar que está sendo despejado diretamente no igarapé Caxangá esgoto sanitário. Esta situação está ocorrendo há pelo menos três meses, e já acionamos a CAER, mas continua um forte mau cheiro que incomoda quem reside próximo do igarapé”, relatou um morador.