Opinião

Opiniao 29 08 2016 2903

MENTE E NEM SENTE… Vera Sábio*Todo mundo mente, puxa a sardinha para seu lado, conta vantagens e quer justificar o injustificável. Todavia é extremamente necessário que seja observado e trabalhado o uso da verdade nas primeiras fases da vida humana.

Aquele pai, mãe ou responsável que acha que é legal verificar a esperteza da criança e do adolescente em esconder seus atos, trapacear, inventar histórias e colocar a culpa no outro está simplesmente colaborando para o crescimento de mais um corrupto, desonesto e que faz da mentira sua verdade.

A mentira é uma semente que ao ser plantada, adubada, regada e cultivada, produzirá muitos frutos; os quais se tornam cidadãos acostumados a enrolar os outros, com argumentos convincentes que de tanto serem repetidos, acreditam verdades, destorcendo totalmente um caráter digno e saudável.

Porém da mesma forma a sementinha da verdade merece todos os tratamentos adequados para que cresça desde a infância; sendo os pais e responsáveis, grandes cultivadores, exemplos, promotores e propagadores da verdade, a qual nenhuma sombra pode deter sua luminosidade.

A mentira é uma semente ruim que cresce sem limites; enquanto a verdade é uma semente delicada e generosa, precisando de podas adequadas, muita transparência e espelhos que revelem o quanto é mais fácil ser verdadeiro e o quanto se ganha em falar a verdade, assumir seus atos e pedir perdão.

Contei várias vezes esta estorinha a meu filho, e percebo os frutos colhidos; pois mesmo com as repreensões, castigos e limites; principalmente nas ações sérias onde a verdade deve aparecer, ela sempre aparece, não tendo ele dúvidas que a verdade é a melhor solução e que pode confiar em mim, para sua exposição.

“Um garotinho para chamar a atenção dos seus vizinhos, ia brincar em uma casa abandonada e lá começava a gritar desesperadamente:

– Socorro!! socorro!! Tem um lobo mal aqui e vai me matar…

A vizinhança solícita deixava seus a fazeres e corria para socorrer o menino; mesmo deixando o feijão queimar, os comércios sem vigilância e todas as tarefas incompletas. Porém ao chegar no local onde o menino se encontrava; este caia na gargalhada e cantarolava: “enganei o bobo na casca do ovo”…

Como a mentira tem perna curta, certa vez o menino ao ir brincar, deparou-se com um bandido que realmente começou a agredi-lo violentamente. Neste desespero, o menino clamou por socorro, mas ninguém o atendeu…

Precisamos demonstrar muito mais do que falar. O quanto o bem é mais importante do que o mal; O quanto a união é mais forte do que a desunião; o quanto o amor é melhor, nos fazendo felizes quando estamos no caminho da verdade e temos a consciência tranquila.

Enquanto a verdade continuar abafada pelos interesses pessoais, sem a união e somente com egoísmo, onde cada um faz o que lhes convém, apático a vida do próximo. A mentira toma cada vez mais uma proporção difícil de imaginarmos e totalmente prejudicial à saúde do corpo e da alma.

Assim jovens entram nos vícios, burlam quaisquer leis e trazem um futuro muito doloroso aos pais e responsáveis que serão abandonados em suas velhices; pois não souberam serem verdadeiramente pais e educar com transparência os filhos que Deus os deu.

Que a verdade por mais que doa seja revelada o quanto antes, para que através da punição, conversão, perdão, reconciliação e justiça; possamos reconstruir um mundo bem mais confiável e bom de conviver.Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]. 991687731—————————————O que estão fazendo conosco – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Até hoje o cérebro fez muitas revoluções. A partir de hoje o cérebro é a revolução”. (Lair Ribeiro)O alarido a que assistimos todos os dias, através da mídia, está nos deixando alucinados. Há pessoas que pensam que o Rio de Janeiro, por exemplo, é uma favela de bandidos. E como não temos quem nos proteja, começamos a ver a mesma favela onde quer que estejamos. As leis que surgem por aí, na ilusão de que estão protegendo o cidadão, estão nos deixando apavorados e sem proteção. Faz tempo que o Rui Barbosa disse que, “quanto mais corrompida a república, mais leis”. E como elas não nos protegem, viramos títeres dos bandidos. Já não temos mais a saúde mental necessária para sairmos de casa sem nos benzermos. E como fica quem não um benzedor?

Atualmente estamos ouvindo um aviso, pela televisão local, que quando o estranho se aproximar de você, aperte o botão que a polícia vai chegar a tempo. E como fica o que não tem o botão? Fica lelé da cuca.

Benzendo-se, até o ladrão chegar. E o desespero cresce na medida em que o ladrão demora a chegar. E isso não é brincadeira. Andando por esses brasis, observamos coisas incríveis que não justificam a crise psicológica que vivemos. As pessoas estão caminhando pelas ruas como se estivessem num campo de guerra silenciosa. E se isso não é doença, diga-me o que é.

Tempo desses, eu ia atravessando a Praça Clóvis Beviláqua, em São Paulo, e em frente ao Quartel do Corpo de Bombeiros ia uma senhora na minha frente. De repente a mulher abriu a bolsa e caiu um envelope, no asfalto. Acelerei o passo, apanhei o envelope e chamei: ei, senhora? Quando falei, ela acelerou o passo, colocou a bolsa na frente do corpo e quase correu. Continuei chamando-a até que o guarda dos Bombeiros sorriu e a alertou:

– Ei, senhora aquele senhor está chamando a senhora.

Só aí ela virou-se e eu lhe entreguei o envelope. Ela estava tão sem graça que nem agradeceu. Sorri para o Bombeiro, ele sorriu pra mim, e segui.

Bem recentemente aconteceu coisa parecida aqui perto de casa. E agora em Boa Vista. Mas essa foi, pelo menos, meio hilária. Mas como não tenho mais espaço aqui, no papel, vou contá-la depois. O importante é que observemos o quanto estamos adoecendo, mentalmente, embriagados pela droga psicológica que está sendo injetada em nossas mentes através da desinformação na informação. Seria bom que fôssemos mais cautelosos e nos preparássemos para um futuro mais sadio. Mas isso só será possível através da Educação. Porque o que temos ouvido como justificativas de autoridades, sobre o problema prisional é preocupante. Pense nisso. *[email protected]————————————-Início de namoro – Flávio Melo*    Quando uma pessoa começa a namorar sabe mais sobre si do que sobre o novo relacionamento, portanto namorar, além de levar o outro em consideração, é prestar atenção em si. Ficar atento as situações que possa desfrutar e se realizar, como também não deixar o passado interferir negativamente no novo. Com o passar do tempo acumula-se experiências, e muitas delas, deixam marcas que de alguma forma servem de referência para reflexões e expectativas. No entantoa pessoa que você começou a namorar não sabe, e por sua vez traz uma carga que você não tem ideia, mas vai conviver. Outro ponto importante éa administração da ansiedade de ambos no início do relacionamento, pois dependendo de como administrarem vão abrir espaço para se conhecerem de forma saudável ou botar a perder. Não tanto pela dimensão do que é feito, mas pela interpretação do que foi feito.

Nesses anos como psicólogo, atendi muitos casos de relacionamento amoroso e pude analisar as dificuldades de ambos e o quanto o passado deles interferiam na construção do relacionamento. Vi medos aflorarem, desconfianças sendo usadas para construir barreiras e expectativa supra dimensionadas que o outro não podia suprir. E também, pessoas que por medo da solidão aceitavam o inaceitável e acreditavam que o outro iria um dia mudar e aí sim ela seria feliz. E todo esse conteúdo serviu para interpretar os fatos e condenar, muitas vezes, sem julgamento. Consequentemente desperdiçaram bons relacionamentos, sem dar chance de uma construção saudável.

Abraçar, beijar, transar, acariciar é fácil; difícil é fazer isso com respeito à liberdade do outro e construir projetos em comum sem sufocar. Portanto, namorar é mais um processo de amadurecimento e construção de respeito, do que um encontro de apaixonados. Mas não se atenha a teorias, aprenda a namorar namorando. Procure conhecer a si e ao outro nas boas vivências de intimidade que o relacionamento amoroso proporciona. Passeie, dance, ria a valer, agrade, acaricie, esteja presente, entrelace suas vidas; se conheça conhecendo o outro e não deixe o passado atrapalhar. Bom namoro!*PsicólogoCRP12/00449