Cinoterapia: Terapia com o auxílio de animais Geórgia Moura*
A cinoterapia surgiu no século XVIII, na Inglaterra, com o objetivo de contribuir para o tratamento de pessoas com doenças mentais. O que difere a cinoterapia das demais terapias é que esta utiliza cães ( na maioria das vezes) ou outros animais como coterapeutas. O termo cinoterapia é a junção do prefixo grego “cino” (cão) ao radical “terapia” (tratamento).
A cinoterapia é indicada para tratar vários comportamentos e patologias, auxilia no tratamento de alguns medos e fobias, além de poder ajudar pessoas que sofreram algum trauma ou foram vítimas de alguma violência. Essa terapia também pode ser útil para ajudar crianças a se expressarem melhor, a se comunicarem com outras crianças e se sentirem menos isoladas. O animal é um apoio emocional em diversas circunstâncias, traz tranquilidade e proporciona momentos mais agradáveis para elas. Por isso, podemos dizer que a cinoterapia é indicada para todas as pessoas que precisam de uma boa companhia, para deixar de focar nos problemas, como: solidão, dores, frustrações, estresse e ansiedade do cotidiano.
Esse tipo de terapia apresenta uma série de variações e pode ser conhecida por diferentes nomenclaturas, tais como Terapia Assistida por Animais (TAA), Pet Terapia, Terapia Facilitada por Cães (TFC), Terapia Facilitada por Animais (TFA), Zooterapia e Fisioterapia Assistida por Animais (FAA). Quando acompanhados por uma equipe multidisciplinar, esses cãezinhos atuam como um instrumento para aliviar o tratamento de pacientes, tornando esse processo menos sofrido.
Desde seu surgimento, descobriram o poder “curativo” desses animais. Observou-se que o convívio com os cães trouxe benefícios psicológicos, sociais e pedagógicos para esses pacientes. Com as crianças, a cinoterapia demonstra ser ainda mais positiva. O contato com esses cães faz com que estabeleçam uma comunicação recíproca. As atividades realizadas estimulam a criatividade e melhoram a autoestima do paciente.
*Bacharela em Direito e Psicóloga Instagram: @psicologa_georgiamoura Celular: 9 91112692
Trilhas d’água Walber Aguiar*
“A esperança é o pão da fome” (Perebinha, o filósofo)
Nunca o vi como um gênio. Sempre o percebi como um portador de esperança e imensa força de vontade. Aliás, sua genialidade decorreu e decorre do esforço, da luta diária, do suor do rosto, da perseverança contada em gotas e tomada de grande resignação.
José Barbosa de Souza Júnior, o “Barbosinha”, o Júnior, nascido a 31 de outubro de 1959, também foi confuso como qualquer adolescente. No entanto, cedo perseguiu sua trajetória. Começou pela ciência de Pitágoras de Samos, para quem o universo se resumia a números. Apaixonou-se pela exatidão exacerbada dos algarismos, perdeu-se entre as lacunas e os labirintos da contabilidade tendo na escola Gonçalves Dias o ponto de partida.
Do lavrado, mergulhou de cabeça na trilha d’água de Alcides Werq, vendo na capital manauense o presente e o futuro, a grandeza, a humildade e o denodo de ser, digamos, alguém na vida. Sim, à semelhança do José, de Drummond, saiu de sua cidade menina, Boa Vista, e desembarcou na cidade de Manaus, com seu encontro das águas, sua Zona Franca, seu porto fluvial, edifícios e ruas estreitas. Tantas vezes caminhou pela Rua Epaminondas, almoçou no canto dos intelectuais, na casa do estudante, na praça da saudade e na saudade da praça.
Ali conheceu Pellizzetti, estudante de farmácia, Sandoval, o grande economista, Henrique, um amigo sempre presente, e Ederval, que mais profundamente se lançou nas águas caudalosas do ideológico. Um dia, depois de tanto caminhar, ora vazio, ora tomado por uma espécie de plenitude, encontrou um grande tesouro, IdineyLira(in memorian) gente boa de Deus, uma figura singularíssima que mexeu com suas estruturas afetivas e lhe abençoou com filhos e filhas.
O menino de dona Iolanda (in memorian) aprendeu com a mãe, professora, que a educação é uma espécie de revolução, algo que subverte todo e qualquer sistema excludente e opressor. Por isso caminhou também na trilha jurídica, na mesma ciência que o notável Rui Barbosa e o brilhante advogado Sobral Pinto.
Do lavrado à imponente capital do Amazonas, ele seguiu. Por esse mergulho existencial e profissional, por essa incontrolável vontade de ser e de servir de exemplo a tantos na vida, é que José Barbosa se tornou um grande homem, uma figura insubstituível…
*Advogado, Poeta, historiador, professor de filosofia, membro do Conselho Estadual de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]
Culto cristocêntrico e não antropocêntrico
Marlene de Andrade*
“Porque dEle (Jesus) e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” (Romanos 11:36).
Querer ser próspero não é pecado, porém hoje temos cultos voltados somente à questão da prosperidade. Nesses cultos, Deus deixa de ser o Senhor de nossas vidas e passa a ser nosso garçom, ou seja, nosso criado, e isso não é correto, pois no culto, Deus é quem deve ser glorificado e não o homem.
Nos cultos do vale tudo, as pessoas vão à igreja somente para barganhar com Deus e assim se tornarem prósperas, mas tal prática é pecaminosa. Devemos ser gratos por Jesus ter morrido em nosso lugar e por esse motivo temos que honrá-Lo sempre e cada vez mais, independente de sermos pobres, ricos ou doentes.
Outra situação que não dá para encaixar na Nova Aliança, a qual Cristo fez conosco, é ter, por exemplo, que ser batizado no Rio Jordão para que o batismo seja mais “válido” e trazer para dentro do culto uma réplica da arca da aliança, bandeira de Israel, candelabro de sete velas, sal grosso, fitinhas, copo d’água em cima da televisão e outras práticas igualmente pagãs como estas, visto que hoje nossa Arca é Jesus e Ele nos abriga dentro dela nos salvando, mesmo que ainda continuemos sendo pecadores.
A Igreja verdadeiramente reformada é puritana, fundamentalista e conservadora, tendo como regra de prática somente a Bíblia.
Portanto, o culto tem que ser cristocêntrico, e não antropocêntrico, ou seja, durante o culto, Cristo é quem deve estar no centro e não nós com nossos pedidos absurdos, tentando barganhar com Deus. Cristo é o nosso único Senhor e por isso devemos ir ao culto para honrá-Lo e não para alcançarmos prosperidade.
Músicas gospel? Em grande parte glorificam o ser humano e não a Deus. Todo o louvor deve ser somente para dar Glória ao Senhor, pois Ele é o centro de nossas vidas. Não podemos nos colocar no lugar de Deus com músicas que visam à glorificação do ser humano.
A Igreja somos nós, e não o templo de barro. E ela é avivada quando chora pelos seus pecados,m e não porque está emocionada com o ritmo da música, do rebolado e da gritaria durante o culto. Avivamento não é barulho e tem a ver com arrependimento. I
greja avivada é aquela que tudo faz para honrar a Deus, amá-Lo acima de todas as coisas e que se arrepende dos seus pecados. Avivamento também não é culto de cura e libertação, pois o ser humano, alcançado por Jesus, já está curado de suas mazelas espirituais e liberto do poder das trevas.
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho – CRM-RR 339 RQE 431
Ainda somos subdesenvolvidos
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza.” (Gaston Bouthoul)
Infelizmente ainda somos obrigados a encarar essa realidade na nossa política. A vergonha que vimos encarando nos últimos anos, numa operação de lavar sujeira, não está no gibi. É realmente desconcertante. E o pior é que não vemos remédio. Estamos com as cadeias lotadas de larápios da política, de pernas tornozeleiradas, dirigindo nossa política, e não podemos fazer nada para mudar o rumo da prosa. Porque é realmente uma prosa de mau gosto. E até quando iremos engolir esse sapo vergonhoso, não sabemos. Porque não sabemos quando seremos um povo realmente educado politicamente.
Desculpem-me os cassados e derrotados que estão de volta. Mas não podemos deixar de mencioná-los, já que eles são um exemplo notável do mau exemplo. Já tivemos um presidente da República cassado que depois voltou e foi eleito como senador. E continua nos mostrando o que somos, e não deveríamos ser. Tivemos um presidente da República que renunciou de maneira ridícula e ficou o tempo todo dizendo para a imprensa que o motivo de sua renúncia “foram forças ocultas.” Não sei se você sabe, mas eu sei, quais foram as forças, nada ocultas, que o levaram ao ridículo. Depois ele voltou à política e permaneceu durante anos, no Senado Federal.
Tudo bem. E como iremos lavar esse lamaçal? Só há um detergente capaz: é a Educação. Ou nos educamos ou continuaremos elegendo desonestos e imorais, para roubarem nosso dinheiro. E só quando formos educados saberemos que o dinheiro não é do Governo, mas nosso. O governo não paga, ele apenas faz o pagamento com o nosso dinheiro, cidadão ingênuo. Então vamos nos educar para sermos capazes de reclamar os nossos direitos no que está sendo pago com o nosso dinheiro. Simples pra dedéu.
E não estou sendo grosseiro. Estou só dizendo o que você, “cidadão”, ainda não percebeu. Todos nós, eleitores, somos responsáveis pelos desmandos na política. Sabemos que a maioria dos políticos está na política, mas não são políticos. Mesmo sabendo que ainda temos bons políticos na nossa política. Mas eles são exatamente os que não conseguem trabalhar porque são bloqueados pelos desonestos. Os que veem a política como a maior fonte de riqueza. E não estão preocupados porque sabem que a justiça e os eleitores têm vendas nos olhos. Então vamos tirar as vendas e nos colocarmos no nosso pódio de cidadãos. Mostre-se como cidadão nas próximas eleições. Só assim você estará caminhando para a cidadania, merecendo a liberdade no voto facultativo. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460