Opinião

Opiniao 29 11 2014 336

Dia do olho roxo – Pedro Cardoso da Costa Parece daquelas brincadeiras de mau gosto, mas não é. Trata-se de definição de uma delegacia da mulher fazendo referência à segunda-feira, dia de maior incidência de espancamento de mulheres pelos companheiros, maridos, amantes e namorados. No parágrafo anterior foi dito por ser colocado como se fosse uma coisa normal do cotidiano. Trata-se de uma tragédia. Quem espanca qualquer pessoa comete crime, e quem comete crime deve ser punido. Toda discussão correta tem que começar deste ponto. De outra forma é distorção. Quando a decantada lei Maria da Penha foi aprovada como solução da violência contra mulheres, discordei e mencionei em artigo a ressalva de que se tratava de lei mais benéfica do que o Código Penal. E lei penal mais benéfica em vigor deve prevalecer sobre outra mais severa. A lei especifica a pena mínima de três meses. O Código Penal prevê dois anos, quando a agressão causa deformidade permanente (art. 129, § 2º, IV). Mulheres com partes queimadas do corpo, com pedaços arrancados ou com imensas cicatrizes são o que se vê todo dia na televisão e nas delegacias. Alguém precisa explicar se há diferença da deformidade da mulher espancada pelo companheiro de outra causada por um estranho. Deve causar um sofrimento maior pela proximidade existente em razão do amor recíproco. Além disso, vários outros artigos podem ser aplicados. No meio de tanta violência pode haver tipicidade de vários crimes num só ato, como cárcere privado, extorsão de bens, abortos provocados em decorrência das agressões, abuso do pátrio poder. A esmagadora maioria poderia ser tipificada como tentativa de homicídio, já que muitas mortes não se concretizam por interferência de terceiros. Essas agressões ocorrem principalmente para calarem as mulheres sobre condutas reprováveis como traição, namoro, bebedeiras, jogos e outras incompatíveis com a vida conjugal. Também se deve ressaltar que o agressor masculino se aproveita de sua condição física maior do que a da parceira. Em grande parte são covardes incapazes de levantar a voz contra outros de seu porte e descarregam suas frustrações sobre aquelas a quem deveriam proteger. Deixar a defesa por conta das próprias vítimas é não querer enfrentar o problema como se deve. É simplificar demais. As mulheres sofrem primeiro o domínio psíquico e, por isso, perdem as forças para se defenderem sozinhas. Há algum tempo houve noticiário de agressão do ator Kadu Moliterno à esposa. A rede Globo, ao menos, poderia ter expedido um manifesto de repúdio e tornar pública alguma punição profissional ao ator. Essa permissividade ajuda a passar a ideia de que alguns podem agredir sem punição. E não vale a máxima de que o pessoal é separado do profissional. Nesses casos, não é, nem deveria ser, pois os atores são imitados e o comedimento vem em função de possíveis exemplos de punição. Todos os órgãos públicos, o Ministério Público, a sociedade em geral, as instituições de voluntários precisam se unir para criar mecanismos efetivos de defesa às vítimas. Já as mulheres precisam tomar a iniciativa de sua própria defesa, já que são elas que sofrem as torturas. Só colocar letras em papel, chame-se isso de lei, nada resolve, conforme comprovado pelo aumento de assassinatos de mulheres pelos companheiros. Não há número de violência aceitável, mas continuar com uma a cada três mulheres sendo agredida pelos companheiros é uma deformidade social.  – Interlagos/SP (Bacharel em direito) ———————————————————— DIREITO DO CLIENTE – Vera Sábio Tem um ditado antigo, mas acho que em nosso local, um tanto desconhecido. “O cliente sempre tem razão”. A competitividade ainda é pouca, e embora aumentaram muitos os profissionais em todas as áreas, a tradição faz com que uns sejam mais procurados que outros; tornando estes profissionais totalmente irregulares em seus horários, e a procura é maior que a demanda. Independente de planos de saúde, particulares ou públicos; os serviços médicos acabam deixando muitas pessoas estressadas e mais doentes na hora de esperar. Falta o respeito adequado pelo cliente, tornando as esperas intermináveis; o que nas grandes metrópoles, não acontece. Está na hora de rever este conceito; pois ninguém vai ao médico para se divertir; lá o direito do consumidor deve ser respeitado. Se em filas bancárias, há um tempo máximo de espera, o qual não deve ser ultrapassado; quanto mais o atendimento clínico e hospitalar. A tradição não pode sobrepor aos conhecimentos do profissional. Com este pensamento as pessoas devem acreditar no seu potencial de consumo; não deixando com que seus direitos sejam burlados em silêncio. Seja você o principal motivo pelo qual qualquer profissional se especializou; do qual depende seu pão de cada dia. Pois desta forma atender será uma maneira gentil, atenciosa e convincente; capaz de fazer com que sempre o cliente volte, e retorne satisfeito, com a certeza de que seus anseios foram resolvidos. Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 – [email protected]/ cel. 991687731 ————————————————————— Boas notícias para a ciência brasileira – Ronaldo Mota (*)   Em um período recheado de realistas e justificadas apreensões quanto à sustentabilidade do crescimento econômico e social brasileiro, boas notícias são especialmente bem-vindas. Mais ainda quando elas se referem a uma das mais competitivas áreas do mundo contemporâneo, ou seja, a produção de conhecimento científico. Estudo recente da respeitável consultoria internacional Thomson Reuters mostra que o Brasil avançou de forma significativa nas duas últimas décadas, saindo da 23a posição e atingindo a 13a no ranking de publicações científicas. Ainda que seja correto observar que essa qualidade na ciência brasileira, infelizmente,não tem sido acompanhada pelo aumento em patentes, os estudiosos da Thomson Reuters, mesmo assim, são otimistas quanto ao futuro da inovação no Brasil. O motivo é simples: se é verdade que ciência em si não é garantia imediata de inovação, há mais certeza ainda que, sem produção de conhecimento, não há nenhuma chance de inovação competitiva florescer. Dois fatores peculiares foram destacados por ocasião da recente 1a Cúpula Thomson de Experiência em Inovação que reforçam a positiva apreciação do panorama brasileiro: 1. as universidades brasileiras dão evidentes sinais de estarem internalizando rápida e progressivamente a importância da inovação em sua cultura acadêmica, fato este confirmado pelo crescimento acentuado de startup sem seus espaços,a integração crescente com parques tecnológicos e a estratégica procura em adotar metodologias educacionais que estimulam inovação; 2. a tendência mundial por parte das empresas mais competitivas de fortalecimento da modalidade de inovação aberta, onde, ao invés das empresas manterem suas equipes próprias de pesquisa, elas contratam projetos em instituições de pesquisa, o queindica que, dada a maturidade de nossa pós-graduação, há um enorme potencial ainda a ser explorado no cenário nacional. É consenso que a área em que o Brasil tem mostrado grande competência em transferir ao setor produtivo seus avanços científicos e tecnológicos, e assim promovido inovação, é o agronegócio. Tal experiência deve servir de modelo para que façamos o mesmo nos demais setores da indústria, tal como é o principal objetivo da recém criada Empresa Brasileira para a Pesquisa e Inovação Industrial, Embrapii. Esta e outras iniciativas mostram que há clareza de propósitos e,sendo os atores dos dois lados da ponte competentes, resta agora que comunidade acadêmica e empresários comecem a usar intensamente essa via de mão dupla. As áreas científicas brasileiras de maior destaque científico têm sido ciências agrárias, energias alternativas e medicina. No futuro próximo, se algo pode ser desejável como meta, seria ver o Brasil como destaque mundial enquanto nascedouro de empresas de tecnologia de ponta. Pode parecer um sonho, mas não é. Quem acompanha nossos talentosos jovens empreendedores sabe que pode sim virar realidade e breve. Cabe ao governo, de forma complementar, estimular, desobstruir amarras e permitir uma atmosfera compatível com tal objetivo.Por sinal, é a nossa única chance de efetivamente termos um desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável.    (Ronaldo Mota é reitor da Universidade Estácio de Sá e professor titular aposentado da Universidade Federal de Santa Maria) ————————————————————— Politicando – Afonso Rodrigues de Oliveira “Ter talento político é saber prever o que vai acontecer amanhã, na próxima semana, no próximo mês, no próximo ano e saber, depois, explicar por que nada do previsto aconteceu”. (Winston Churchill) Todos nós somos políticos. Assim como, mesmo que não queiramos, somos todos vendedores. Inconscientemente, estamos a toda a hora, vendendo, no mínimo, nossa imagem. Você, garota, o que você pensa que está fazendo todas as manhãs, quando vai sair de casa e fica meia hora na frente do espelho, se maquiando? Está ou não, preocupada com a imagem que vai oferecer ao público, lá fora? Nunca pensou nisso? Todos nós fazemos isso sem notar que estamos fazendo. Até mesmo quando nos barbeamos. Isso é normal e bom. O importante é que nos preocupamos conosco mesmo. Que estejamos sempre preocupados em mostrar, para as outras pessoas, o que realmente somos. Afinal de contas estamos vendendo nossa própria imagem. É ou não é? Noutro campo, estamos tentando nos mostrar no nosso conhecimento político. Porque mesmo sem entender bulhufas de política, estamos envolvidos com ela o tempo todo. No botequim, na farmácia, no pronto socorro, onde quer que estejamos, estamos falando de ou discutindo política. Cara, o que ouço, todos os dias, por aí, não está no gibi. E alguém já nos disse que: “É uma pena que todos os que sabem governar o país estão ocupados, a dirigir taxi ou cortar cabelos”. Algum motorista de taxi, nunca falou de política com você enquanto dirigia? Lembra-se do tempo dos salões de barbeiros? Minha nossa… como se falava de política, ali, naqueles tempos. Mas não mudamos nada. Só mudamos os locais, mas nem todos. Continuamos discutindo o que não conhecemos, em todas as oportunidades onde haja mesmo que seja apenas duas ou três pessoas. Dia desses assisti a uma discussão sobre política, ali no corredor do Hospital Coronel Mota. Foi legal pra dedéu. Eram dois cidadãos que nem mesmo se conheciam. A discussão acirrou-se e quase houve briga física no corredor. Um dos cidadãos irritou-se com o outro e partiu para a agressão. Ainda bem que o outro se mancou e caiu fora. Mas foi discutir lá no outro corredor, mas agora falando do adversário malcriado. E mesmo que você ache que isso não é política, te manca. Uma pena que os políticos não se atentem para isso e não procurem instruir seus seguidores de corredores. Porque estes são tão importantes, ou mais, do que os seguidores de gabinetes. A desorientação na política é um obstáculo. “A melhor maneira de vencer um obstáculo é destruir a ignorância que o cerca”. Mas que político quer destruir a ignorância. Pense nisso. [email protected]     99121-1460 ————————————————————- ESPAÇO LEITOR FANTASMAS “Falaram tanto do Neudo e o resultado está aí: a história dos gafanhotos continua. Os governos vão passando e a história se repete. Espero que desta vez o Ministério Público do Estado e outras instituições fiscalizadoras estejam de olho”, comentou o internauta Sousa sobre os funcionários fantasmas da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima). ENQUADRAMENTO “Eu gostaria que fosse esclarecido se os servidores de cargos em comissão e de confiança terão ou não direitos de serem enquadrados no quadro da União. Os representantes de Roraima, tanto na Câmara quanto no Senado, vão fazer o que para corrigir essa bobagem? Ou vão engolir calados? Desta forma, não está sendo feita justiça, como sempre se falou”, comentou o internauta Messias Elias Pinto sobre a Emenda Constitucional 79.      SUPERFATURAMENTO Sobre o superfaturamento dos produtos da Secretaria Municipal de Saúde, o internauta Sérgio Pereira disse: “Dá até vergonha dizer que há 21 vereadores na Câmara de Boa Vista e que eles nada fazem. Espero que todos paguem por isso”. MERENDA “Bastou a matéria ser publicada no jornal para eles arrumarem merenda. Se não denunciar, as coisas não andam”, comentou um morador de Mucajaí, que pediu para não ser identificado, sobre a matéria “Em Mucajaí, alunos são liberados mais cedo por falta de merenda escolar”, publicada na edição da última quarta-feira, dia 26. ESTRUTURA 1 Um morador da avenida Anália Soares de Freitas, no bairro Paraviana, denunciou que há mais de um aguarda o poder pública finalizar o serviço de drenagem e pavimentação no bairro. “Eles colocaram a iluminação, mas, até agora, não recebemos o restante da estrutura, como pavimentação e drenagem. Quando chove, as ruas ficam intrafegáveis”, relatou. ESTRUTURA 2 Do outro lado de Boa Vista, na rua Nivaldo da Conceição Gutierrez, no bairro Pintolândia, a situação é a mesma. “A rua está totalmente esquecida, sem asfalto e cheia de buracos e lama. É a única rua em que nunca foi feito nada”, relatou um morador que pediu para não ser identificado.