Opinião
Opiniao 30 04 2015 931
Canaimé e o Brasil – Paulo Cesar Quartiero* Na ultima quinta-feira, ocorreu o “julgamento” de dois indivíduos acusados de crime de morte tentada de um terceiro, em júri presidido pelo juiz de Direito da Comarca de Pacaraima. Nada mais corriqueiro que a ação estatal se faça presente para coibir os desvios sociais que levam ao crime, especialmente dos que atentam contra a vida. Os acusados alegam em defesa que atacaram o outro indígena por estar o mesmo possuído do mal-espírito do Canaimé… A novidade, no entanto, é que o magistrado responsável pelo caso decidiu montar, contra a tradição e regras em vigor, um Tribunal do Júri fora da sede da Comarca, especificamente na localidade do Maturuca – notória por abrigar o ex- Brigada Vermelha Giorgio Del Bem e seus descendentes – , no Município de Uiramutã, a Nordeste do Estado de Roraima. Não satisfeito com a mudança de sede da Comarca, ignorando o ordenamento jurídico nacional aplicável a todos os brasileiros, estabeleceu o juiz da jurisdição que não só escolheria os membros do júri somente dentre brasileiros de ascendência indígena e que aplicaria os costumes tradicionais como base para administração da Justiça afrontando o Código Penal Brasileiro. Como bem lembra o promotor do caso, não se pode “escolher” uma parcela da população para julgar um crime, pois dessa maneira estaria viciando a amostra representativa do povo que formara o Tribunal do Júri, como se fizesse algo parecido com uma assepsia étnica. E o povo de Roraima ainda é composto por todas as cores, feições e origens. Além de tudo isso, a canhestra experiência levou a absurdos jurídicos assinalados pela incongruências das respostas dos jurados aos questionamentos do juiz do caso, quando apesar de reconhecer o crime cometido, absolveram um dos autores e desqualificaram o do outro de morte tentado para mera agressão leve… O escândalo de ações do juiz da Comarca de Pacaraima não foi contraditado pelo Tribunal de Justiça do Estado e foi saudado pelo engajado MPF de Roraima como um avanço histórico na aplicação da lei penal. Por ação ou omissão determinam a derrocada do equilíbrio social e da organização social do País, rasgando a Constituição Federal, tudo para fazer valer o “apartheid” étnico propugnado pelas ongues internacionais, que mal escondem os seus interesses a serviço de grupos e países estrangeiros, que têm como meta a implantação da diáspora brasileira, desintegrando a unidade nacional, para mais facilmente se apropriarem dos espaços e riquezas minerais do País. Roraima, por ser parte importante do Maciço da Guiana, que inclui parte da Venezuela e da própria Republica da Guiana, possui incidência de minerais estratégicos dos mais diversos, estimulando os mal-intencionados e os “idealistas” a formarem da “defesa” dos direitos indígenas mesmo a custo da desintegração nacional. O Tribunal do Júri que se instalou em Maturuca debocha das leis brasileiras, quando limita artificialmente os jurados aos de origem indígena e quando despreza o ordenamento jurídico tão penosamente erguido pela sociedade brasileira, em favor de tradições pouco conhecidas e erráticas. Imaginem os leitores se fossem os dois acusados considerados culpados por crime de morte e que as tradições indígenas indicassem morte como pena. Que faria o juiz de Direto que se arvora a legislador paralelo? Aplicaria a pena de morte, contrariando a Constituição do Brasil? São essas ilegalidades, inconstitucionalidades e atentados ao bom-senso que os que apoiam mais essa ação secessória passam ao largo, como se outra Nação pertencessem. Certamente que as forças vivas do Brasil, principalmente o Conselho Nacional de Justiça, reagirão à altura a mais essa tentativa de partilhar do País, anulando os efeitos dos atos jurídicos espúrios perpetrados, punindo os que atentam e atentaram contra a unidade nacional. *Vice-governador ———————————— Os Experientes – Lindomar N. Bach* Uma crônica rápida para ilustrar o tema dessa semana: Um aposentado de seus 60 anos entra num ônibus pela porta traseira junto com sua esposa da mesma faixa etária, enquanto um grupo de quatro jovens fazia uma arruaça sem sentido no fundo do coletivo, ouvindo funk proibidão, metralhando palavrões e rindo alto. Nisso, o senhor pede educadamente para um deles ceder o lugar para esposa. A resposta é seca e rasteira: “Vai morrer velho, nem paga passagem e ainda quer viajar sentado”. A afronta veio seguida de uma ameaça que fez que outro passageiro ligasse pra polícia, temendo que os ”projetos de bandidos” agredissem o senhor que não aceitou a falta de respeito e partiu pra cima dos galerosos… Resumindo, quando a polícia alcançou o coletivo mais adiante, o agente da lei entrou no baú eufórico para salvaguardar a integridade física do idoso, viu os suspeitos em pé, estranhamente mudos e cabisbaixos no fundo do coletivo e questionou: “Qual de vocês quis agredir o casal de idosos”? Nisso um dos bad boys com o olho roxo respondeu: “O coroa é que agrediu nóis, autoridade”. O aposentado em questão era faixa preta em Tae-kwon-do. Essa foi pra descontrair, mas os aposentados, depois de contribuírem uma vida inteira, têm muito pouco com que se defender e têm sido tratados com total falta de respeito no cotidiano das cidades. Seguindo o tema de inclusão politicamente correta da mídia, a bola da vez são os idosos. Trazendo a discussão a experiência de vida dessas pessoas em detrimento a falta de respeito e o abandono que sofrem da sociedade e muitas vezes dentro do seio da própria família. A verdade é que a sabedoria, mesmo que empírica, dessas pessoas, é um legado sem prazo de validade, que pode contribuir muito para as futuras gerações. Porém no Brasil o próprio governo tem se mostrado contra os direitos adquiridos pelos idosos. Querem aumentar o tempo de contribuição previdenciária. Não há uma política pública de acolhimento e valorização dos idosos. Não há preocupação com a construção de casas de repouso e sim depósito de velhinhos. Não há investimento na saúde geriátrica de uma população que representa uma porcentagem grande da população e está sendo descartada como peça inútil pelas autoridades e pela sociedade. Vale lembrar que a juventude não é eterna e que todos envelhecem. Trate nossos velhinhos como você gosta de ser tratado, não por pena e sim por uma questão de respeito. *Designer gráfico, artista plástico e escritor —————————————- Caminhos da Educação – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. O Gibran Khalil falou de como nossos filhos devem ser vistos enquanto filhos, no seu livro “O profeta”, escrito no iniciozinho do século passado. E, é claro, ele, o Profeta, não quis dizer que você deve jogar seu filho, depois de ele se tornar adulto, pra escanteio. O objetivo da fala é nos lembrar que devemos educar nossos filhos para que eles se tornem capazes de viver suas próprias vidas. O que a grande maioria de nós, pais, não consegue fazer. No livro “A universidade do sucesso”, o Og Mandino nos dá um grande exemplo do que o Profeta quis dizer. No primeiro capítulo do livro, Mandino fala do Senhor X. Se se pretar atenção ver-se-á que X é exatamente o que o Profeta diz. Mas não tenho tempo nem espaço pra continuar com esse papo. Voltemos à nossa conversa. Quando educamos nossos filhos para eles viverem as vidas deles, devemos ter muito cuidado para não nos esquecermos da personalidade de cada um. Porque mesmo os gêmeos têm personalidades distintas. E é aí que a jiripoca pia. Somos todos da mesma origem, mas cada um de nós vive sua própria evolução. E é aí que está a dificuldade de os pais entenderem que o que têm a fazer é aperfeiçoar a obra através da educação. Porque a madeira continuará a ser a mesma. Mas, importante mesmo é saber que a educação pode muito bem evitar que a madeira se torne tão frágil ao apodrecimento. Simples pra dedéu, educar, quando sabemos que o que ocorrerá no futuro nem sempre vai depender da educação que demos. Mas não é por isso que vamos deixar de dar a melhor educação que pudermos dar. E a melhor educação começa no berço. Mesmo quando o berço não passa de uma simples rede. É nos primeiros meses de vida que a criança deve começar a receber o carinho e o apego condizentes com os princípios da racionalidade. E a educação faz parte da racionalidade. Conhecemos pessoas educadas e que pouco sabem ler. A educação anda de mãos dadas com a cultura, mas uma coisa é uma coisa, e a outra é outra. Nunca deixe de assistir seu filho. Não importam as circunstâncias. Mas nunca se sinta o dono dele. Não se esqueça de que ele veio através de você, e não de você. Foi isso que o Profeta do Gibran disse. E é o que diz o Mandino através do senhor X. O importante é que sejamos todos felizes. Que nos orgulhemos de sermos todos uma família. Mas não nos esqueçamos de que o respeito é o alicerce da construção da sociedade. E que cada um de nós é um tijolinho na imensidão construída nesse mundo em evolução, e que depende de cada um de nós. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 —————————————– ESPAÇO DO LEITOR OBRAS Pequenos empresários da rua Felipe Xaud, na zona Oeste, relataram que a paralisação de uma obra está causando transtornos à população. “Os comerciantes já relataram o problema ao município, mas até agora nenhuma equipe compareceu para resolver esta situação. Ainda existe água acumulada das primeiras chuvas que caíram na segunda quinzena deste mês, o que acabou se misturando com a sujeira da rua e agora está um mau cheiro insuportável. Aguardamos o posicionamento do poder público em relação à continuidade destas obras de drenagem, o que pode complicar se o inverno se intensificar nos próximos dias”, relatou um comerciante. ÁGUA Moradores das ruas Amapá e Acre, no bairro dos Estados, zona Norte, enviaram reclamação sobre a qualidade da água que saía da torneira ontem, apresentando cheiro forte e cor escura. “Até o início da tarde estava normal. Mas, depois, quando abrimos as torneiras, percebemos que apresentava uma cor escura. Tentei contato com a central de atendimento pelo telefone 08002809520, mas o atendente nos informou que estava tudo normal e solicitou que retornasse a ligação mais tarde”, escreveu um leitor. CONTAINER A leitora Rejane Martins enviou a seguinte reclamação: “Gostaria de solicitar a atenção das empresas que alugam container na cidade, para que se atentem ao fato de não colocarem containeres no meio da rua, complicando o trânsito em determinadas avenidas. Outro fato é a não sinalização dos mesmos, o que pode implicar em acidentes no período noturno, já que nem todas as ruas e avenidas possuem uma iluminação de qualidade. Esta semana, presenciei um acidente por conta desta situação. Ainda bem que foram apenas danos materiais”. IRACEMA O morador de Iracema, Raimundo Barros, enviou comentário sobre a política do município: “Enquanto a Câmara de Vereadores não resolver o processo de cassação do prefeito Harrison Nakayama, a situação no município é caótica. Não se resolve nada, tudo está parado, as secretarias municipais estão inoperantes e a população é a mais penalizada com esta situação que se arrasta há vários meses”.