Por que alguém faria isso?
Tom Zé Albuquerque*
O que leva as pessoas a agirem em desconformidade com as Leis, a Moral ou a Ética. Que tipo de sociedade está sendo construída nos países atrasados? Quais as referências, parâmetros ou espelhos que temos para nos guiar? De uma coisa é certa, dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar… é a única!
Nós vivemos numa constância de autodefesa ampla e perene, como se a todo momento fôssemos ser trapaceados. No trânsito, no trabalho, no esporte, na família, ninguém está imune à burla, à desonestidade ou à injustiça. Sem réstia de dúvida, a frase: “… mas tem o jeitinho brasileiro!” é a mais ferina, mais cruel e mais prostituta que se foi criada. Mas, dolorosamente, é aplicada diuturnamente em nosso meio, de idoso à criança, de rico à pobre, homem ou mulher, PhD a analfabeto. Uma lástima.
Um ponto “fora da curva” a ser ilustrado foi o ocorrido no ano de 2012 em Navarra, Espanha, numa maratona esportiva. Durante a corrida, o espanhol Fernandez Anaya era o segundo colocado da prova quando avistou o líder, Abel Mutai, reduzir o ritmo a menos de 20 metros da vitória, por este acreditar ter já cruzado a linha de chegada. O espanhol, ao invés de aproveitar a chance de ultrapassar o queniano e vencer a corrida, diminuiu a velocidade, avisou ao distraído corredor, e seguiu até o final da prova logo atrás do vencedor de direito. Ao ser questionado pelos repórteres sobre o porquê de ter feito aquilo, ele disparou: “Aquilo o quê? De que valia minha vitória sem o mérito?”. E continuou… “Eu fiz o que tinha que ser feito, ele liderava com folga e eu jamais o alcançaria não fosse o seu descuido”.
Fazer o errado não pode virar regra ou ato institucional. O certo é correto mesmo que as pessoas pensem de forma errônea, mesmo que uma sociedade doente como a nossa inverta os valores ao ponto que novas gerações ascendam crendo que a burla, a mutreta, a apropriação indevida, a tapeação ou a tramoia sejam faculdades a serem ampla e naturalmente exercidas pelo ser humano. Quando, por exemplo, cometer crimes passa a ter a farsante desculpa dos males sociais, quando, em verdade, trata-se de desvio de caráter, a legitimação do que é crime ou transgressão sobrepõe a equidade, a isonomia e a legítima defesa.
Digamos que num certame licitatório do qual uma empresa qualquer logra êxito para fornecimento de produtos a uma esfera pública, mas entrega produto inferiormente diverso do contratado, ou fornece apenas uma parte do legalmente definido, mesmo recebendo posteriormente o pagamento integral. Para um gestor público de outro país, com uma cultura moralmente elevada e com leis rígidas, isso seria um embuste, ao ponto de por ele ser questionado… “Por que alguém faria isso?”. Pois bem, caro leitor, isso mesmo ocorreu num treinamento para peritos federais, aqui no Brasil. Vergonha para nós.
Como disse o insigne advogado e escritor Antenor Batista, em sua notável obra ‘Corrupção: o 5°. Poder’, “O curso natural do desenvolvimento da personalidade pode ser perturbado quando existe uma satisfação incompleta das necessidades em qualquer fase”. É, a conturbação é ampla e atinge boa parte da sociedade brasileira.
*Administrador
Dia do Trabalho é Dia do Professor
Oscar D’Ambrosio* O Dia do Trabalho é motivo de comemorações e reivindicações. Nada mais justo. Trabalhar é um prazer se realizado dignamente. E não é raro que passemos mais tempo no trabalho do que com a família. Por tudo isso, escolher no que trabalhar, sempre que possível, é um exercício de cidadania.
Selecionar uma profissão na qual se pretende trabalhar constitui um passo essencial para se ter uma existência melhor. Vamos supor, por exemplo, que alguém queira ser professor, algo cada vez menos comum nos dias de hoje perante as condições salariais e de trabalho.
Para despertar alguém para essa carreira, é preciso que os estudantes, principalmente no ensino médio, tenham bons exemplos a seguir. Não se trata de copiar modelos, mas de ter paradigmas de pessoas que não precisam ser perfeitas, mas sim comprometidas com aquilo que fazem, tendo conteúdo, método de ensinar e opiniões fundamentadas.
Se o aluno conhecer um professor rígido na cobrança, mas sem ser grosseiro; carismático, mas também rico em conteúdo; e irônico, no sentido de rir de si mesmo e do mundo, mas sem perder a qualidade do que ensina, terá exemplos. E é isso que o professor pode ser: um espelho carinhoso, uma opção a seguir. Por isso, o Dia do Trabalho pode – e deve, com profissionalismo e lirismo – ser confundido com o Dia do Professor. *Mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Assessor-Chefe de Comunicação e Imprensa da Unesp.
Deixe de lado
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Algo só é impossível até que alguém duvida e acaba provando o contrário”. (Albert Einstein)
O mundo sempre foi, e sempre será, um redemoinho. Estamos, todos, rodopiando. E se é assim, por que ficar se martirizando com os acontecimentos? Todos nós, eu e você, você e eu, não temos como sair dessa. E por isso, o mais importante é saber contornar os obstáculos. Você já conhece a do “lobinho” Raimundinho. Era uma criança de apenas sete anos de idade. E por isso, um lobinho no meu grupo de Escoteiros do Ar, na Base Aérea de Natal, em mil novecentos e quarenta e lá vai fumaça. Quando lhe perguntei, num treinamento, o que ele faria se encontrasse uma árvore caída e cruzando a estrada, ele me repondeu: “Eu pulo pu riba”.
Não importa como você fala ou diz. O importante é que você tenha consciência do que fala e do que diz. E só temos esse equilíbrio quando temos, equilibradamente, mentes controladas. E controlar sua mente não significa limitá-la. É exatamente o contrário. Só podemos controlar nossa mente quando controlamos nossos pensamentos.Porque é deles que saem os resultados que obtemos na vida. “Somos o que pensamos”. Todos os grandes mestres do pensamento sabiam e nos orientaram sobre essa verdade. Só quando nos aprimoramos, a ponto de controlar nossos pensamentos, somos capazes de ser feliz.
O bom e o mau, o bem e o mal, o sofrimento e a alegria, todos estão dentro de nós. Nós é que temos o poder da escolha. Não podemos evitar a catástrofe. O que não devemos é nos deixar vencer por ela. Tudo o que acontece nas nossas vidas faz parte da vida. Somos de origem racional, mas não sabemos viver com racionalidade. Ainda não somos capazes de acreditar que o reino de Deus está dentro de nós. E que isso não faz de nenhum de nós um santo. O que somos é espírito num corpo, esperando o momento do regresso ao nosso mundo de origem. E só isso.
Nosso regresso vai depender da nossa capacidade de evoluir. E só evolu&
iacute;mos quando somos capazes de cuidar de nós mesmos, sem a necessidade da orientação dos que nem mesmo sabem se orientar. E só vamos nos libertar das algemas da inércia mental, quando aprendermos a pensar. E é simples pra dedéu. É só você confiar em você mesmo e começar a se dar o valor que realmente tem. Porque só você pode se dar valor. Ninguém pode fazer isso por você. E faça isso através dos seus pensamentos. Não os desperdice com coisas ou acontecimentos que não levam você a lugar nenhum. Ninguém tem o poder de fazer você se sentir feliz ou linfeliz, se você não estiver a fim. Use o lema paulista: “Não sou conduzido, conduzo”. Pense nisso.