Opinião

Opiniao 30 07 2019 8649

A ressurreição de Jesus não é mito – Marlene Soares

“Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei.”(.João 20:25)

Josh Mc Dowell, filósofo e escritor renomado, afirma que uma lenda não pode surgir em apenas três dias, pois segundo ele, estórias culturais necessitam de tempo maior para se propagarem e que por isso a ressurreição de Cristo não pode ter sido uma lenda.

Quando surgiu a primeira mensagem de que Jesus havia ressuscitado, os apóstolos não acreditaram e tanto isso é verdade que o discípulo Tomé afirmou que só acreditaria na ressurreição de Jesus, se colocasse seu dedo no lugar dos pregos.

O matemático e filósofo Pascal, católico romano, também afirmou que os apóstolos não agiriam como impostores, pois isso os faria enfrentar as autoridades civis e religiosas. Pascal estava certo mesmo, pois as autoridades daquele tempo não eram água com açúcar e nem havia, naquela região, audiência de custódia.

Michael Green, escritor, roteirista e produtor estadunidense, o qual escreveu Logan e que em 2014 foi listado na revista Time como uma das “100 Pessoas mais Influentes do Mundo”, perguntou: como os apóstolos, quase que da noite para o dia, se transformaram? Como podemos perceber, Michael achou muito estranho que doze homens acovardados antes da crucificação de Jesus, de repente passaram a crer que de fato o Messias havia ressuscitado.

Josh, em seu livro Mais Que um Carpinteiro, questiona: “Quem morreria em defesa de uma mentira?” Quem de fato colocaria sua vida em jogo por uma lenda e, nesse caso, não foi um lunático que começou a pregar o Evangelho de Jesus e sim os doze homens normais e que não sofriam de suas faculdades mentais, até porque é totalmente impossível que os doze apóstolos estivessem sofrendo de esquizofrenia ou de qualquer outro transtorno mental que os levassem a ter delírios ou alucinações.

O delírio é um juízo errado acerca da realidade e a alucinação tem a ver com percepções, através dos cinco sentidos, de coisas que não existem e ocorre em número reduzido de pessoas. Nesse sentido, resta-nos crer, de fato, que Jesus ressuscitou e quem tiver dúvida ainda a esse respeito, deve pesquisar quem era a Guarda Romana. Se ela falhasse não tinha audiência de custódia que a soltasse e o destino daqueles guardas era a morte, pois a disciplina no exército romano era extremamente rigorosa. Se um guarda romano errasse e estivesse sob o comando de um general, ele podia executá-lo sumariamente. Sendo assim, a ressurreição de Jesus é um fato verdadeiro e deixar de crer nisso é uma afronta a Deus.

Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

O assassinato das vogais – Por Rodrigo Alves de Carvalho

No ano quatro mil A.C., o pessoal já costumava se comunicar através de ideogramas e hieróglifos, que eram desenhos simbolizando o que queriam expressar. As origens de um alfabeto se deram por volta de dois mil anos A.C., quando as primeiras letras foram criadas.

Bom, não vamos fazer um levantamento histórico sobre o surgimento das letras e das palavras porque demandaria muitas palavras e letras, porém nosso espaço e limitado.

Simplesmente pulando toda essa evolução ortográfica que aconteceu em dado momento da história, chegamos ao que conhecemos hoje, onde cada povo em cada parte do mundo adota um modo de se comunicar através de seus símbolos escritos ou desenhados. Contudo, a maioria dos povos utiliza as letras, as quais também utilizamos no Brasil. O nosso alfabeto contém vinte e seis letras, sendo vinte e uma consoantes e cinco vogais.

Por serem em menor número, as vogais acabam sofrendo uma espécie de bullying das outras letras. Em algumas partes do mundo as vogais são pouco utilizadas.

Na Alemanha, por exemplo, escreve-se palavras com muito mais consoantes que vogais, além de escreverem palavras gigantescas como “eichhornchen” (esquilo), “schlittschuhlaufen” (patinação) e no Tribunal Federal de Leipzig conhecido como “Bundeswerwaltungsgericht”. Entretanto, se pensarmos que na Alemanha as vogais são bastante ignoradas, na República Tcheca as boicotam de vez, como na frase: “Strcprstskrzkrk”, que significa “colocar o dedo através do pescoço”. Já no Marrocos, em um dialeto do país, escrevem “você entrega” dessa singela maneira impronunciável: “Tkkststt”.

No Brasil, o uso das vogais sempre foi mais democrático, chegando até a conter palavras com mais vogais que consoantes. Infelizmente, nos dias atuais, as vogais estão sendo praticamente assassinadas de nossas palavras. A cada dia aparecem palavras estranhas, abreviações tenebrosas que empesteiam as redes sociais e correios eletrônicos. Não estou falando das abreviações oficiais que não contem vogais, mas palavras do dia a dia que simplesmente sumiram com as vogais.

“Blz” (beleza), “tbm” (também), “ctz” (certeza), “tdb” (tudo de bom), “sqn” (só que não), “fdp” (essa não posso traduzir aqui) …

E existem muitas outras palavras que, principalmente as novas gerações, não usam vogais e abreviam sem nenhum dó no intuito de facilitar a digitação e por rapidez. Com isso nossas vogais acabam sendo mortas.

É preciso tomarmos alguma atitude antes que a língua portuguesa seja dominada pelas consoantes e as queridas vogais acabem sendo extintas para sempre!

Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores. Colabora com crônicas para jornais e Blogs Literários.

A alegria segundo Francisco – João Baptista Herkenhoff

O maior anseio das pessoas, individualmente, e dos povos, coletivamente, é encontrar, nesta vida transitória, a felicidade e a alegria.

No mundo capitalista, onde tudo se transforma em mercadoria, pretende-se fazer da felicidade um objeto de consumo e, por consequência, submetido a operações de compra e venda.

Na contramão do pensamento circulante, marcado pelos desvalores, o Papa Francisco começa sua encíclica “Evangelii Gaudium” (A Alegria do Evangelho) denunciando a falsa alegria:

“O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho.”

Em oposição à enganosa proposta de felicidade fundada no egocentrismo, Francisco aponta outra rota para conduzir nossas vidas: “Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro.”

As exortações do Papa não devem merecer ausculta apenas dos crentes e dos cristãos, e muito menos receber a restrita atenção dos católicos.

O texto é ecumênico, aberto aos múltiplos pensares contemporâneos. Não
pretende, de modo algum, converter quem quer que seja ao redil confessional de Roma.

Numa época em que se faz da mulher um objeto, de forma explícita ou sub-reptícia, Bergoglio exalta a dignidade do feminino e não utiliza meias palavras para profligar o machismo e a violência doméstica.

Segundo prognóstico, durante a permanência de Francisco no Vaticano, a mulher será admitida ao sacerdócio católico com lamentável atraso, pois em outras igrejas evangélicas já temos mulheres exercendo, em plenitude, o pastoreio e ocupando as sedes episcopais.

Em recente Missa do Galo, disse o Papa que o mundo precisa de ternura. Papas anteriores doutrinaram que o mundo precisa de Justiça, Solidariedade, melhor distribuição dos bens, convivência harmônica entre as nações. Nunca tinha ouvido um Papa dizer que o mundo precisa de ternura.

O que é essa ternura que o Papa argentino deseja que habite o coração da Humanidade? Essa ternura não resume todos os valores, todas as metas, todos os sonhos?

Parece que, naquele momento, São Francisco de Assis habitou o espírito do seu homônimo: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz.”

A ternura não tem rótulo de um credo religioso, nem está enclausurada nos domínios da Fé. Foi resumida, não por um filósofo, na academia, mas por um cantor argentino, num cabaré: “Tenemos que abrirnos, no hay otro remédio.” (Carlos Cardel).

É juiz de Direito aposentado (ES) e escritor E-mail – [email protected] Homepage – www.palestrantededireito.com.br

Dobre a língua – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Quem muito, fala muito erra.” 

Ouvi muito isso de minha mãe, queridíssima, Vitalina Oliveira. Sempre que alimentávamos uma discussão dentro de casa, eu e meus irmãos, ainda crianças, ouvíamos dela essa advertência. Aprendi cedo, que o bom conversador é o que fala menos e ouve mais. Mas não é isso que está me provocando para o papo de hoje. O dia hoje amanheceu lindão, aqui na Ilha. Fiquei olhando para o horizonte muito além daquelas montanhas no Município de Iguape, em São Paulo. De repente ouvi o som da televisão, na loja, lá embaixo. O som me roubou a concentração que passeava pelas nuvens claras. Não tive como não sair da concentração. Aí me lembrei do Barão de Itararé: “A televisão foi a maior invenção da ciência no século XX, para imbecilizar a sociedade.” Aborreci-me com o pensamento e saí da varanda. Afinal, a culpa não é da televisão, mas dos que a ocupam para falar balelas.

Estamos necessitando de mudanças na nossa apolítica. Mas não a mudaremos enquanto não mudarmos, nós mesmos. Porque se não mudarmos, nada mudará. E nada mudará enquanto permanecermos nesse carrossel da ignorância política. Aí ficamos na gangorra. A culpa nos nossos desacertos está na política ou nos políticos? Falar muito na política é um engodo enganador, que reflete o despreparo, não político, mas na política. Deu pra sacar? É quando ouvimos um Presidente, por exemplo, dando explicações que deveriam ser dadas, se necessárias, pelo Ministro e não pelo Presidente. É quando uma resposta que deveria ser de um Sim, ou um Não, se complica com explicações e justificativas que nem explicam nem justificam. 

Não vamos nos aborrecermos. Vamos abrir os olhos na escuridão do despreparo e nos prepararmos para as mudanças de que necessitamos e queremos. Nada de arrufos. De nada adianta ficarmos esperneando tentando botar, nos outros, a culpa pelos nossos erros. Todos os políticos que temos atuando, são produtos do nosso despreparo político. Ou mais precisamente, do nosso despreparo no eleger. Se o político é despreparado é porque fomos despreparados no elegê-lo. O que indica que a culpa é nossa. De nós, eleitores. Porque não nos educam e não nos educamos. Ficamos esperando que os outros façam por nós o que nós mesmos deveríamos fazer. 

Somos um País de dimensões continentais. “Brasil, esse colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço. Que apoia os pés nas regiões Antárticas, e que aquece a cabeleira flamejante na fogueira dos Trópicos. Colosso que, se estendesse um pouco mais os braços, iria buscar as neves dos Andes para com elas brincar, nas praias do Atlântico.” Pense nisso.

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