Opinião

Opiniao 30 08 2019 8846

Desafiando o futuro, mais uma vez – Francisco Gomes Neto* 

Quando cheguei à Embraer há cerca de 100 dias, me chamou a atenção a resposta dada pela equipe ao querer saber o que fez a empresa se tornar um ícone global da indústria aeronáutica e colocar o Brasil em um seletíssimo grupo de países que fabricam aviões: “É o desafio que nos move”, respondem todos na Embraer. Ou seja, milhares de engenheiros, projetistas, mecânicos e técnicos movidos por uma paixão por superar desafios que parecem impossíveis. 

Pode parecer um exagero para quem não é tão familiar à indústria aeronáutica, mas a Embraer foi muito além do que se imaginava naquele agosto de 1969, quando a empresa foi criada pelo governo federal. Um projeto do Estado brasileiro, tendo à frente a Força Aérea Brasileira e visionários como Ozires Silva.

Ao longo desses 50 anos, a Embraer produziu mais de 8 mil aeronaves e, hoje, a cada 10 segundos, um avião brasileiro decola em algum aeroporto do mundo. Somos a terceira maior fabricante de aviões do mundo, com reconhecimento internacional em todas as áreas que atuamos: na aviação comercial, líderes de mercado no segmento de até 150 assentos; na aviação executiva, um dos principais players com uma ampla linha de jatos (o Phenom 300, por exemplo, é o jato executivo mais vendido no mundo há sete anos em sua categoria); na área de Defesa, estamos lançando o KC-390, maior aeronave já produzida no Hemisfério Sul e que irá mudar a dinâmica do segmento de cargueiros militares e civis.

Mas o que poucos sabem é que a Embraer não fabrica apenas aviões. A empresa também desenvolve sistemas de controle de tráfego aéreo, de satélites, radares e soluções para indústria naval e segurança cibernética, além de mobilidade aérea urbana – temos um time, por exemplo, dedicado ao desenvolvimento do nosso “carro voador”, ou melhor, veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVtol, na sigla em inglês).

Tudo isso graças a uma forte cultura de inovação, alimentada por um sistema de parcerias com universidades, centros de pesquisa, startups e outras empresas no Brasil e no exterior. Apenas em 2018, a empresa publicou 93 patentes, sendo 23 no Brasil e 70 no exterior.

A parceria com a Boeing na aviação comercial e na comercialização do KC-390 também irá fortalecer a empresa em um novo momento do mercado global, no qual fornecedores e concorrentes passam por um processo de consolidação. Alianças estratégicas fazem parte da história da empresa e são essenciais para abrir novos mercados, ganhar escala, gerar oportunidades para a nossa engenharia e fornecedores brasileiros.

Com tudo isso, não tenho dúvidas que a Embraer irá crescer e multiplicar seu valor de mercado ao longo dos próximos anos. Vamos manter o espírito dos pioneiros de desafiar o impossível e, dessa vez, expandindo nosso alcance em terra, mar, espaço e ciberespaço.

*Presidente e CEO da Embraer

Amazônia: entre a utopia e o inferno – Sebastião Pereira do Nascimento*

Os problemas ambientais ocorrentes no Brasil, em especial na Amazônia, estão bem longe serem resolvidos. Em resumo, são vários os problemas relacionados à Amazônia continental. De um lado estão as questões geopolíticas, onde os governos dos países que compartilham da região vivem sempre de costas para ela, embora esta represente consideráveis faixas de seus domínios nacionais. De outro lado estão as diretrizes das propostas de “desenvolvimento” que não consideram o comportamento natural da região. Diante disso, a Amazônia percebida pelos países amazônicos é aquela focada apenas na “defesa” de suas fronteiras. Pois os governos nunca consideram a enorme desarticulação política existente entre aos países que a congregam.

Outra problemática mais recente, vem com as medidas autoritárias apregoadas pelo presidente Bolsonaro e seus aliados, que teimam em não reconhecer os reais problemas ambientais ocorrentes na Amazônia, e ainda por cima vêm estimulando a grilagem de terra e consequentemente o desmatamento. Se no passado recente o Brasil se transformou em um dos principais líderes na agenda ambiental global (por reduzir o desmatamento), agora se transformou num dos principais vilões do meio ambiente; onde, dissimuladamente, o governo se apoia nesse passado para dizer que o Brasil pode dar lições ambientais a outros países.

No contexto da sustentabilidade socioambiental, este termo virou “palavra non grata” nos discursos do atual governo, onde o próprio presidente declara que vem fazendo “um limpa” nos órgãos de controle e fiscalização ambiental como: desmonte dos programas de prevenção e controle de incêndios e desmatamento; proposições ao congresso para “afrouxar” as leis ambientais; cortes orçamentários na pasta do meio ambiente – algo que já vinha sendo reduzido e que se agravou no atual governo; perseguição às instituições ambientais (públicas e privadas) – principalmente às ONGs que muitas vezes fazem o papel que o Estado deveria fazer; além dos discursos emblemáticos que levaram sustar um montante de recursos internacionais que vinham sendo utilizados em importantes ações socioambientais na Amazônia. 

Outra questão vem dos importunos discursos sobre a soberania nacional, onde tanto o presidente como seus aliados admitem o país não ter capacidade de controle sobre a Amazônia brasileira. E nem tão pouco têm interesse de apresentar uma política séria de desenvolvimento para a região. Daí vem a questão: o que governo atual entende por de soberania? Será que é destruindo a floresta e os rios que vai proteger a Amazônia? Será que é comprometendo o povo da floresta que vai assegurar a soberania da região? De uma coisa é certa, um país que não cuida de seu patrimônio ambiental está fadado ao fracasso político e econômico (tornando-se um país enfraquecido), sendo alvo de críticas e intromissão por parte de outras nações.

Sobre o desenvolvimento regional, todas essas disfunções governamentais sustentam as dificuldades de inserir na Amazônia os verdadeiros projetos de desenvolvimento sustentável. E, ainda que tenha alguma proposta, são exatamente como essas incentivadas pelo governo Bolsonaro, com interesses mercantilistas e grandes pressões dos setores (im)produtivos, sobretudo em cima das áreas indígenas e das unidades de conservação.

Nesse caso, as peculiaridades da região, que deveriam ser levadas em conta pelos setores públicos, não são consideradas em nenhuma proposta governamental. Mesmo as consultas públicas, quando feitas, que deveriam buscar a representatividade da sociedade local, não passam de medidas rasas de alcance reduzido. Dessa forma, as intenções de levar projetos de desenvolvimento a partir desse pressuposto seguem a lógica do capitalismo, onde a maioria dos Estados da região polariza seu interesse monetário no agronegócio (que gera enorme desequilíbrio socioambiental), esquecendo, contudo, que o legítimo povo da Amazônia pensa em desenvolvimento, mas de outra maneira. Um desenvolvimento associado ao tripé da sustentação social, econômica e ambiental. 

Por outro lado, esse desenvolvimento só pode ser exequível se houver ações que contribuam para fortalecer as entidades (públicas ou privadas) responsáveis pelas ações de planejamento, gestão e execução das políticas públicas para a região. É importante ressaltar ainda que as linhas de suste
ntação dessas medidas devem ser bem definidas para que possam ser incursas com as reais finalidades. Além disso, é preeminente a parceria entre gestores públicos e as instituições de C & T, numa ideia de responsabilidade compartilhada, engajada com as legítimas representações sociais, que devem ajustar-se entre si, e ter ao seu dispor instrumentos adequados que possam gerar qualidade de vida aos povos da Amazônia e proteger os ecossistemas regionais.

* Consultor Ambiental e Filósofo [email protected]

Mude melhorando – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Quando você se preocupa muito em mudar sua aparência, é porque está querendo mostrar o que você não é.”

Procure sempre mudar, mudando o que deve ser mudado. Quando nos cuidamos no nosso mundo racional não nos preocupamos com o que somos na aparência física, por exemplo. É verdade que temos que ter cuidado com o que somos. Seja você mesmo, ou mesma. O que importa é que você se valorize no que realmente é. O tempo passa e nos leva. E não sabemos quantas vezes ele já nos levou. Nem isso importa. O que importa mesmo é que saibamos viver cada temporada que vivemos aqui sobre este Planeta. E vamos cuidar dele, enquanto ele nos acomoda. Pra que judiar do planeta? 

Você já imaginou como era a Terra quando chegamos por aqui, há vinte e uma eternidades? Mas o que importa mesmo é que a conheçamos como ela realmente é e do quanto necessita da nossa união, como seus dependentes. Porque é o que somos, dependentes da saúde da Terra. Então vamos fazer nossa parte fazendo apenas o que devemos fazer como seres de origem racional. Porque em todas essas caminhadas da vida, só demonstramos incapacidade para viver a evolução. Então vamos refletir e fazer o que devemos fazer. Alguém já disse que o ser humano é o único animal sobre a Terra, que precisa primeiro destruir para construir.

A Cultura Racional, no seu livro “Universo em Desencanto,” nos diz: “O ser humano é o parasita mais monstruoso que existe sobre a terra, em razão dos crimes hediondos que pratica contra as leis naturais.” Nem precisamos analisar isso para ver, com sinceridade, o quanto somos monstruosos. Não há santo sobre a terra. Somos todos da mesma origem, mas que ainda não aprendemos a caminhar no destino ao nosso mundo de origem. “O homem é um vago bicho sem destino, que nasceu em cima desta terra sem saber por que nem para quê.” Assino em baixo. 

Vamos primeiramente nos corrigirmos para que possamos colaborar na correção dos que necessitam da nossa ajuda. E comecemos fazendo o que devemos fazer. E o que devemos fazer é o melhor, a cada dia, para o engrandecimento do nosso mundo ainda em estado de evolução. E nossa evolução, aqui na Terra, ainda está muito aquém do necessário para que possamos viver racionalmente. E é tarefa de cada um. Portanto, faça sempre o melhor que você puder fazer, não importa o que você faz. Tudo o que fazemos bem feito valoriza nossa existência sobre nosso Planeta Terra. O melhor meio de salvá-lo é respeitando-o como ele deve ser respeitado. Vamos conservar nossas riquezas naturais para que possamos viver naturalmente, como Seres de Origem Racional. Respeitemos nossas raízes. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460