Plantar maracujá – Vera Sábio*É triste analisar que a corrupção e o preconceito são faces da mesma moeda, visto que a corrupção age injustamente, dividindo o todo em prol de uns poucos. Ela quebra, deforma, estraga, destrói o caráter, a ética, os princípios e a moral.
Faz rico aquele que não lutou honestamente para conquistar o seu espaço, porém pisou em pessoas inocentes, matando vidas em massa e tendo o espírito miserável e egocêntrico, pelo qual o dinheiro jamais compra a paz eterna.
Gestos e atitudes de corruptos são facilmente percebidas em pessoas preconceituosas, cheias de ares de superioridade como se seus umbigos reluzentes fizessem a diferença na existência do mundo.
O preconceito os tornam soberbos e prepotentes, sendo quem tudo sabe, tudo pode e tudo manda, como se aqueles que possuem diferenças físicas e sensoriais e é de outra cor, raça, cultura, opção sexual, grau de instrução, qualquer características físicas e deficiência fossem inferiores a estes ditos perfeitos que são incapazes de reconhecer, no outro, seus semelhantes.
Ignoram assim que, mesmo sendo eles os maracujás mais lindos e robustos, tornou-se necessário que mãos calejadas os plantassem, estacas rústicas e diferentes os sustentassem, água sem cor e sem sabor os regassem, o sol que brilha para todos os aquecessem, abelhas pequenas e muitas vezes invisíveis os polinizassem. E diversas vezes o melhor suco é extraído quando o maracujá está feio e murcho, revelando que a aparência pouco conta na hora do resultado final.
Se quisermos cidadãos íntegros, honestos, responsáveis e sem preconceito e corrupção, analisemos o quanto plantar maracujá nos ensina a viver unidos, contar com os diferentes e tirar do íntimo o melhor que somos. Além do que os olhos enxergam, mas as ações revelem.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].:(95) 991687731—————————————-Pela saúde das crianças – Luciana Rodrigues Silva* e Sidnei Ferreira** O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu acesso ao resultado de centenas de fiscalizações realizadas pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) ao longo de 2015. Em meio ao calhamaço de informações um ponto se destaca: o descaso para com a infraestrutura da rede pública de atenção primária.
É justamente nas 41 mil unidades básicas de saúde (UBSs) espalhadas pelo País que os pacientes deveriam ter acesso às ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e de cuidados.
Plenamente eficientes, ajudariam a reduzir a incidência de doenças e a controlar os problemas crônicos, com menos sequelas e mortes, esvaziando hospitais e, o que mais gostam de ouvir os gestores, diminuindo custos.
Contudo, os dados mostram uma rede à margem de suas possibilidades. A falta de instalações adequadas, de equipamentos e insumos não permite que as equipes cumpram suas missões.
Das 1.266 UBSs vistoriadas pelos conselhos de medicina, em 2015, um total de 739 (58%) apresentavam mais de 30 itens em desconformidade com o estabelecido pelas normas legais em vigor. Sob a responsabilidade dos atuais gestores deixaram de cumprir exigências criadas pelo próprio Ministério da Saúde.
O descaso transparece em contextos incompatíveis com a dignidade humana e a responsabilidade técnica. Em 41% das unidades não havia um negatoscópio (aparelho para avaliar uma radiografia) e a falta de estetoscópio foi registrada em 23% das fiscalizações.
A precariedade das instalações em locais onde a limpeza é fundamental também foi percebida. Em 3% das UBS visitadas não havia sanitários para os funcionários; em 8% faltavam pias ou lavados; sabonete líquido e papel toalha eram itens faltantes em 16% das unidades.
A pediatria é uma das especialidades que mais sofre com esta situação que beira o surreal. No Brasil, há 35 mil especialistas na área. Pouco mais de 70% deles atuam na rede pública, principalmente nesta rede que carece de quase tudo. Mesmo assim, num contexto completamente adverso, eles têm se desdobrado para oferecer às crianças e adolescentes o mínimo do que precisam.
Por isso, cuidam da saúde de 50 milhões de brasileiros, com idades de zero a 18 anos, que dependem exclusivamente do SUS para ter acesso a consultas médicas, exames, internações e cirurgias. No entanto, no cenário atual, profissionais e pacientes enfrentam situações-limite, que causam desespero nas famílias e impõem dilemas éticos aos médicos, cerceados por fatores que fogem ao seu controle.
Em nome da saúde e do bem-estar dos jovens brasileiros esta realidade deve ser transformada com urgência. Neste contexto, a assistência pediátrica de qualidade tem que ser vista como prioridade, pois se ocupa fundamentalmente daqueles que, mais que todos, precisam de um Governo que respeite a cidadania.
*Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)**Diretor do Conselho Federal de Medicina (CFM) —————————————-Mude mudando os pensamentos – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A maior descoberta de minha geração é a de poderem as criaturas humanas modificar as atitudes do espírito”. (William James)O mundo sempre esteve em progresso. E as modificações fazem parte do desenvolvimento humano. Não podemos ficar agindo, hoje, como nossos pais agiram no passado. Não acompanhar esse desenvolvimento é o mesmo que ficar deitado na rede esperando a uva cair na boca. Nós é que temos o dever, o direito e a obrigação de fazer acontecer. E acontecer dentro dos moldes atuais. E não poderemos fazer isso se não prestarmos atenção à nossa educação. Porque é dela que saem as nossas atitudes. E é das atitudes que saem os resultados dos nossos fazeres.
Tudo que acontece em nossas vidas faz parte da vida. E fazer parte da vida é fazer parte da evolução humana. Porque na verdade, não deveríamos mais estar neste estágio de aprendizado. Afinal de contas estamos aqui sobre este Planeta há mais de vinte e uma eternidades. E uma eternidade é tempo pra dedéu. Na educação que nos dão não nos dizem que no Universo de onde viemos não existe unidade de tempo. E ele não está nem aí para o tempo que ainda vamos passar por aqui, perdendo tempo. O problema é de cada um de nós. O caminho está aberto e é um só. Tudo depende de sua capacidade de usar seu livre arbítrio. E não podemos nem conseguiremos ser livres enquanto não libertarmos nossos pensamentos.
Aguce, aprimore e exercite seu espírito para o desenvolvimento humano, senão você nunca vai sair desse engodo em que vivemos pensando que estamos vivendo. Aprenda a ver nos olhos do seu parceiro para poder viver em paz com ele. E todos somos parceiros. E só quando nos entendermos poderemos viver, pacificamente, uns com os outros. Mas essa parceria tem que ser através do desenvolvimento racional. E não é racional ficarmos perdendo tempo com coisas más. E por que perder tempo com elas? Aprimore-se e você aprenderá, no dia a dia, a conviver com o bem, deixando o mal de lado; não perdendo tempo com ele. Porque enquanto alimentarmos o mal não teremos o bem. Vá pensando de mansinho, mas sem perder tempo.
A convivência faz parte da evolução. Se ela for boa você estará evoluindo, se for ruim você estará estagnado racionalmente. As veredas estão abertas. Cabe a você escolher qual a que lhe convém. E você tem todo o poder de que necessita para ser um ser humano em evolução racional. Tudo depende do seu modo de pensar em relação a você e à humanidade. Valorize-se e você será um exemplo para os seus descendentes. E o futuro deles vai depender do que você lhes deixar dentro do racional. Pense nisso.
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