Opinião

Opiniao 31 08 2018 6833

Tudo que você sempre quis saber sobre assessoria de imprensa, mas não teve coragem de perguntar

Vera Lucia Rodrigues*

Assessoria de imprensa é um conceito do âmbito da comunicação, sendo uma ferramenta responsável pela relação com a mídia que envolve áreas como publicidade, relações públicas, jornalismo e propaganda. É muitas vezes feita por uma agência ou um departamento de relações públicas.

Aí você começa a pesquisar na internet, que é uma das formas mais rápidas e mais baratas de se fazer uma consulta, e chega a inúmeras definições. A Wikipedia, por exemplo, define assessoria de imprensa como um dos instrumentos de comunicação desenvolvido para as organizações, sendo inerente as atividades da área de comunicação. Sua principal tarefa é tratar da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa.

No Brasil, os profissionais que desempenham a função de assessoria de imprensa costumam ter formação em Jornalismo e Relações Públicas. Em alguns países, a função não é exatamente de um jornalista, mas pode ser feita também por relações públicas e pessoas com formação em Comunicação. Em linhas gerais, a principal função da assessoria de imprensa é servir como ponte entre o cliente atendido e os veículos de comunicação.

Mas, de verdade, qual é a proporção que uma boa assessoria de imprensa pode assumir dentro do contexto corporativo? Ela pode ir muito além da fixação da marca, do auxiliar do marketing ou da ponte entre imprensa e universos corporativos. Ela pode se tornar uma forma permanente de relacionamento com o mercado via formador de opinião. Ela pode sim se transformar em um excelente sistema de gestão, permitindo que a empresa se coloque no mercado de forma sustentável, limpa e transparente, como exigem boas regras de compliance.

É criar uma prática de exposição junto ao mercado, não apenas porque o marketing quer um jornalista falando sobre o produto, não apenas porque os gestores precisam que os produtos sejam conhecidos nos mercados a que se destinam, mas porque toda a empresa precisa de uma estratégia para construção de sua imagem. Ela sempre precisa estar relacionada a algo ou alguém e precisa ter relevância, engajamento e credibilidade, atributos só conquistados com muita exposição e exposição positiva, deve-se ressaltar.

Além da publicidade e da propaganda, ferramentas indispensáveis para garantir vendas, é preciso investir na transparência, na comunicação, que, aparentemente, não deve ter  o objetivo da venda, do convencimento, mas sim do esclarecimento e sustentabilidade nos processos, para que os consumidores se sintam conscientes dos produtos que estão adquirindo e da utilidade que representam, porque conhecem profundamente, através dos devidos esclarecimentos e serviços prestados por um bom sistema de assessoria de imprensa.

*Mestre em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo e diretora da Vervi Assessoria, empresa que há mais de 35 anos desenvolve projetos na área de comunicação corporativa.

Mais acesso ao tratamento radioterápico no país

Gilberto Occhi*   Garantir o acesso universal à saúde como direito para a população brasileira é uma responsabilidade de todos. E quando se trata da oferta de atendimento oncológico, nossa maior preocupação é oferecer um tratamento eficaz e de qualidade. O Governo Federal tem feito um esforço organizado para garantir assistência qualificada que vai além da prevenção e do diagnóstico médico. Nosso esforço está aliado ao uso da tecnologia, que vem crescendo e sendo uma importante ferramenta na luta contra o câncer. Por isso, estamos investindo em equipamentos mais modernos, garantindo aos pacientes maiores chances de cura contra a doença. Quando lançamos a expansão dos serviços de radioterapia percebemos que nosso maior desafio seria preencher vazios assistenciais. Atualmente, 270 aparelhos disponíveis no SUS garantem o atendimento aos pacientes em tratamento. Com o Plano de Expansão da Radioterapia a meta do Governo Federal é que mais 100 aceleradores lineares entre em funcionamento, ampliando a oferta e assistência. Desde 2016, o Ministério da Saúde iniciou a entrega de 21 aceleradores, garantindo a cobertura de 70 milhões de pessoas. Mais de meio bilhão de reais foram investidos para a execução do plano, que contempla os equipamentos e a construção dos espaços destinados à instalação dos mesmos.

Ainda temos trabalhado, com a realização de convênios para a compra de mais 42 aceleradores lineares, através da ampliação de recursos repassados aos hospitais. Ou seja, até o fim de 2019 teremos mais 142 novos equipamentos garantindo tratamento de pacientes que dependem única e exclusivamente do SUS. A ampliação dessas unidades já permitiu aumentar em 11% o número de atendimentos em radioterapia entre 2013 a 2017, saindo de 10,1 milhões de sessões para 11,2 milhões. Precisamos ser referência em assistência oncológica.

Para isso, temos garantido orçamento crescente para a oncologia, em oito anos mais que dobraram os repasses aos serviços, passou de R$ 2,2 bilhões, em 2010, para R$ 4,6 bilhões em 2017. Esses recursos têm permitido aos gestores ampliar o número de serviços especializados e consequentemente o aumento do número de atendimentos em radioterapia, cirurgias, exames, mamografias e quimioterapias. Apenas no último ano, o Ministério da Saúde habilitou 152 novos serviços. 

Todos os esforços são na direção de levar o tratamento necessário para perto das casas dos que precisam desse atendimento, e que em muitos casos encontram-se distantes.  A execução do Plano de Expansão da Radioterapia permite interiorizar o acesso a esses equipamentos de última tecnologia para dar uma melhor qualidade de vida aos pacientes e seus familiares, que já sofrem com essa doença que tem afetado boa parte da população mundial. Mas, não podemos esquecer que a prevenção é a melhor arma contra a doença. Evitar o fumo, ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, a realização de mamografias para mulheres e exames da próstata para os homens, além de outros exames preventivos têm reflexos no número de casos que evoluem para a necessidade de um tratamento mais agressivo. Contra o câncer, não podemos relaxar.   Ministro de estado da Saúde*

Falando sobre pessoas

Oscar D’Ambrosio*

Imagine todo dia você acordar num corpo diferente, mas mantendo a consciência de quem você é. Essas transformações permitem ter uma rica visão multifacetada do mundo e, ao mesmo tempo, ser muitos significa não ser ninguém de verdade.

Essa questão é colocada no filme ‘Todo dia’. A direção de Michael Sucsy toma como ponto de partida o romance ‘Everyday’, de David Levithan. Não se trata de texto ou cinematografia brilhante, mas de um assunto que tem o seu charme e atualidade, pois, numa era de intolerância sob diversos aspectos, entender que os mesmos valores positivos podem estar sob diferentes ‘cascas’ é um exercício.

A tradicional discussão de essências e aparências é tratada de maneira superficial, numa perspectiva adolescente, mas, justamente por isso, o filme funciona. Não existe a pretensão de ser filosófico ao abordar a questão. Há a sincera intenção de contar uma história de amor, o que não é pouco num mundo repleto de mensagens de ódio.

‘Todo dia’ é apenas o que parece ser. Trata, com delicadeza, de uma pergunta assustadoramente complexa: como podemos manter as pessoas queridas perto de nós mesmo quando isso parece impossível? Como aprimorar a habilidade de sermos nós mesmos e respeitar o outro?

Um dos personagens, que se dedica à pintura de retratos após perder o emprego numa seguradora, questionado sobre por que escolheu esse assunto, a
penas diz que “pinta aquilo que conhece e que está ao seu redor”: pessoas. Talvez seja isso que falte ao mundo contemporâneo: falar de verdade para quem e sobre quem nos rodeia: seres humanos, lindos e falhos em suas fortalezas e fraquezas.

*Mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Vamos refletir

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A vida é para quem topa qualquer parada, não para quem para em qualquer topada.” (Bob Marley)

Vamos aproveitar nosso dia, hoje, para uma reflexão sobre o que nos ensinaram os sábios. Pitágoras, por exemplo, nos deixou essa: “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos.” Ensinamentos que vêm de longas datas. O que significa que a Cultura Racional está correta quando nos diz que o ser humano só aprende com repetições. E como seres humanos, repetimos mais os erros do que os acertos. E por isso ainda não aprendemos a educar nossas crianças.

Preocupados com os erros dos que deveriam acertar, continuamos errando. E mergulhados nos erros não damos atenção à joia do Mário Quintana: “O segredo não é correr atrás das borboletas; é cuidar do jardim para que elas venham até você.” Cuide do seu jardim, cuidando do seu filho borboleta da crisálida, você. É na educação que está o futuro da borboleta que você gerou e criou como seu filho. Ele voltará sempre pra você, independentemente da distância que os separe. Não há distância para o amor.

Napoleão Bonaparte pensou e expressou como o Pitágoras, dizendo-nos: “Vamos construir mais escolas para não termos que construir mais presídios.” E como não fomos capazes de levar em consideração as palavras do Napoleão Bonaparte, não estamos construindo escolas nem presídios. O que nos leva à guerra de ruas que estamos enfrentando. Ainda não aprendemos que construir escolas não significa só construir prédios. Pena que a maioria dos políticos não entenda isso. E por falta de escolas de qualidade, ainda não fomos capazes de entender a fala simples Bob Marley: “Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra.” E ao que estamos assistindo nessa guerrinha insignificante do preconceito mostra-nos o quanto ainda estamos atrasados, como seres de origem racional. 

Vamos encerrar essa trilha de citações com mais uma, do Abraham Lincoln: “Tudo aquilo que eu sou ou que espero ser, eu devo ao anjo que foi minha mãe.” A educação se inicia no berço. E não importa, nem interessa, a qualidade nem o tamanho do berço. Vamos cuidar da educação dos nossos filhos para que eles se orgulhem de nós e nós deles. Porque só com uma educação de qualidade poderemos escolher e eleger candidatos de qualidade. O que implica responsabilidade para a garantia da construção do Brasil que queremos para o futuro. Porque o que interessa mesmo é sabermos que Brasil nós estamos construindo para o futuro. Reflita sobre isso quando for votar. A responsabilidade pelo nosso futuro é sua. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460