opiniao 3787

Morte e enterro

Esse Congresso que aí está, enlameado pela corrupção, com seus maiores líderes políticos delatados na Operação Java Jato, não tem a menor moral para decidir o futuro do brasileiro, que está em jogo por meio da PEC da Reforma da Previdência. O governo Temer, cujo ministério e suas lideranças podem ser comparados a uma formação de quadrilha, também não tem a mínima moral para querer retirar do sofrido povo brasileiro seu direito de se aposentar antes de morrer.

Com a nova “lista de Janot”, também é crível a lama fétida entranhada nos principais partidos políticos brasileiros, que sempre serviram de jogatina para interesses dos grupos políticos a fim de manter no poder os mesmos ladrões dos cofres públicos com suas campanhas milionárias, baseadas na compra de voto e nos gastos milionários com mídia. E têm ainda os partidos nanicos, cuja ideologia é se vender e o projeto imediato dos “donos” é ganhar dinheiro com o aluguel da legenda.

Não há mais moral nenhuma para esse governo e esse Congresso decidirem pela vida do brasileiro nesta questão importante que é a aposentadoria dos trabalhadores. E se não há condições para isso, então o que está faltando para o povo novamente voltar às ruas com seu verde-amarelo e suas panelas? Ou ainda estão achando que o único mal nesse Brasil são o PT e o comunismo?

Diante desse quadro, a PEC da Previdência, batizada oportunamente de “PEC da Morte”, tornou-se o grande “xis” da questão, pois se ela representa, de fato, esse grande perigo para todos os trabalhadores brasileiros, significa dizer que ela conclama a união de todos os cidadãos para impedir que um Congresso fétido e um governo corroído decrete a tragédia que se abaterá não somente sobre os atuais trabalhadores, mas para os jovens que ainda sequer entraram no mercado do trabalho e já saberão que não irão se aposentar em vida.

Os políticos já provaram que não há esquerda nem direita quando se trata de saquear os cofres públicos. Então, que a PEC da Morte seja esse nivelamento do cidadão brasileiro para cobrar não apenas o enterro da PEC, mas a moralização completa do Brasil. E cobrar principalmente que a Justiça seja célebre para acusar e punir, sem a jogada da prescrição ou a lentidão da impunidade.

É preciso, isso sim, que surja a “PEC do Enterro” para acabar com a imoralidade do caixa 2, a vergonhosa imunidade parlamentar, os privilégios de todos que fazem a política como meio de vida, e não como um trabalho em favor da sociedade, e a bandalheira dos partidos de aluguel. É necessário cobrar uma reforma ampla e irrestrita de moralização, e não uma PEC para punir o trabalhador brasileiro. É hora de união.

*[email protected]: www.roraimadefato.com