Organização mesmo só do crime
O anúncio da saída do titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) apenas revela a situação delicada em que está esse setor importante para o bem-estar da sociedade roraimense. Enquanto as autoridades não se entendem lá em cima, embaixo da pirâmide social os bandidos continuam metendo medo nos cidadãos e desafiando o poder constituído em todos os níveis.
Não há sociedade que se desenvolva vivendo sob o signo do medo, com o crime minimamente organizado a toda hora mostrando sua força, enquanto o pai de família sai para trabalhar e não sabe o que vai acontecer com ele nem com sua família dentro de casa. E, do outro lado, o governo patinando nas mesmas deficiências e incompetência.
Enquanto não houver uma política de Segurança Pública que tome as rédeas da situação, minando as forças dos criminosos e impondo a presença do Estado, o crime continuará dando as ordens dentro e fora dos presídios, além de o governo ser obrigado a gastar cada vez mais com segurança para construir presídios e delegacias, comprar armamentos e viaturas, alimentando bandidos presos, etc.
Pelo que se desenha na cúpula do poder, com o secretário que chegou anunciando mudanças e melhorias não suportando nem três meses à frente da Segurança Pública, a população já sabe que não tem muito que esperar, principalmente no que diz respeito a mudar este quadro de insegurança que se abate sobre o Estado.
Semanalmente a cena se repete, com gente sendo executada nos bairros da Capital e nos municípios do interior, além de outros crimes violentos que deixam a população amedrontada. As forças policiais tentam responder da forma que podem, com suas estruturas deficitárias, pois nem recursos o governo tem para atender a esta crescente demanda.
A Polícia Civil, sob o comando da Sesp, é a instituição que tem uma grande importância para enfrentar os criminosos por meio de investigações e serviço de inteligência, por isso que o anúncio da saída do secretário representa um cenário de pessimismo no que diz respeito a mudar o quadro da criminalidade em Roraima.
Afinal, enquanto as autoridades mostram-se desunidas, o crime só avança dentro de suas organizações, com a certeza de que os bandidos perigosos vão continuar afrontando os poderes constituídos e aterrorizando os cidadãos de bem, que se veem largados no meio da crescente criminalidade. Não há esperança de mudança nesse quadro enquanto o crime é organizado e o Estado se mostra desorganizado.
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