As pessoas ainda não aprenderam a analisar os cenários de suas vidas. Tudo o que vivemos tem uma causa vivida por nós e não pelos outros. Essa causa tem maior facilidade de ser resolvida dentro de nós mesmos, mas quando terceirizamos nossas vidas colocamos nossas vísceras para todos verem. Esse conflito está relacionado ao entendimento e diferenciação entre a verdade e a fantasia. Por um lado, sabemos do poder do despertar a fantasia nas pessoas como uma fuga perigosa da dura realidade. No entanto, ela também levanta a questão da honestidade, alertando, que evitar a verdade, pode levar a desilusões, frustrações, desesperança e grandes feridas na alma.
A reflexão dessa semana traz à tona o poder da manipulação, mais uma vez. As pessoas vivem creditando aos outros todas as suas decepções e frustrações, como também acham que são os outros que trarão também a solução para os seus problemas. É nesse momento que reside o maior de todos os riscos e que é mais comum do que nunca nos dias de hoje. As pessoas estão terceirizando suas vidas e o seu destino na mão de indivíduos que, na maioria das vezes, não compactua com os seus sonhos, mas os usa para mais uma vez tornar o outro um imbecil útil.
É lamentável que pessoas inescrupulosas, na ânsia do poder, busquem a fragilidade do próximo para gerar esperança, que nada mais é do que a criação de cenários de fantasias, fictícios e que coloca pessoas ou grupos fragilizados na dependência das coordenadas de quem tem o projeto, único e exclusivo de poder, onde você poderá ser apenas um degrau.
Podem observar que esses cenários criados pelos inescrupulosos e charlatões de plantão são sempre desenvolvidos a partir da escassez, da desesperança e de declínios criados por pessoas que tem interesse que uma nação, por exemplo, mantenha-se guiada como se fosse uma manada sem rumo. Qualquer semelhança com o que vivemos em eleições no Brasil a cada dois anos, ou, o que vemos em correntes religiosas brincando com a fé alheia, não são meras coincidências.
Veja o que diz a lei 32, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:
Lei nº 32 – Desperte a fantasia das pessoas. Em geral evita-se a verdade porque ela é feia e desagradável. Não apele para o que é verdadeiro ou real se não estiver preparado para enfrentar a raiva que vem com o desencanto. A vida é tão dura e angustiante que as pessoas capazes de criar romances ou invocar fantasias são como oásis no meio do deserto: todos correm até lá. Há um enorme poder em despertar a fantasia das pessoas.
O grande engano está em achar que a solução dos nossos problemas está na mão dos outros e não na nossa, que o gramado do vizinho continuará a ser mais verde que o nosso e que a motivação é um elemento que só encontro em palestras e não dentro de mim. E normalmente com essas constatações que os afoitos pelo poder começam a agir. Eles passam a se apresentar como fonte de prazer e esperança e transformam as fragilidades em promessas e esperanças que criam cortinas de fumaça que cegam as pessoas.
Essas pessoas inescrupulosas, vendem cenários de que as coisas se resolvem com soluções milagrosas e que o trabalho, a família e os valores não são o que garantirá o seu sucesso. Essa cortina de fumaça nada mais é do que a opressão da realidade, dando espaço para os cenários fantasiosos e conseguindo retirar das pessoas fragilizadas e desesperançadas tudo o que elas têm, inclusive a dignidade.
As pessoas que deixam transparecer suas fragilidades, criadas pela dura realidade de suas vidas, dá aos inescrupulosos poderes inimagináveis, inclusive o milagre da alquimia.
Tomem muito cuidado com os amigos de plantão, àqueles que do nada surgem como o ombro amigo, a palavra de otimismo, os que se apresentam com data marcada ou os que se dizem os donos do nosso futuro.
É muito bom lembrar que não existe almoço de graça, conselhos desinteressados, mudanças repentinas, sucesso sem trabalho, mas tudo isso é vendido pelos charlatões de plantão, pessoas que aprenderam a arte do “se dar bem”, que descobriram o caminho do sucesso, mas nunca souberam onde ele está, pessoas que aprenderam a arte da dissimulação e da manipulação, mas no fundo são pessoas infelizes, pois precisam usar os outros para esconder a sua incompetência, o seu mal caráter e a falta de hombridade. Fuja de pessoas que vendem loteamentos no céu e não tem nenhum terreno lá; que prometem milagres sem ser Deus; que vendem oásis no deserto e nunca beberam água desses lugares; que vendem mapa de tesouros e não pedem nada em troca; que dizem que você pode chegar ao sucesso sem nenhum tipo de esforço e que tem solução para tudo, menos para a sua própria vida. Fuja dos aproveitadores e charlatões de plantão.
E para fecharmos o nosso artigo é importante destacar que o conflito ético dessa lei reside na balança entre proporcionar conforto e escapismo por meio da fantasia, mas ao mesmo tempo, ser ético e transparente sobre a realidade. É importante reconhecer que o equilíbrio entre esses dois aspectos pode variar dependendo do contexto e das intenções de quem comunica, das pessoas a quem você recorrer e principalmente o seu nível de segurança entre a realidade e a fantasia.
Se Motive a ser melhor sempre, sem que perca seus limites e a sua essência. Antes de querer descobrir os segredos do mundo, primeiro se descubra. Você é a única pessoa que sabe os motivos das suas alegrias e das suas tristezas, portanto, você sabe como solucionar ou no mínimo minimizar seus sofrimentos. Aceite a verdade como regra, sabendo que muitas vezes não será o que você quer ouvir, mas será o necessário. A verdade não é feia, ela abre seus olhos e até cura. Não apele a soluções milagrosas, o milagre está dentro de você. Romantize a vida com as pessoas que sonham o mesmo sonho que você. Saiba diferenciar romance de fantasias e crie ambientes que naturalmente serão visitados pelas pessoas que acreditam de verdade em você. Desperte sempre o melhor de você e escolha ser visto e percebido como um gato ou como um leão. A escolha é sua!
Por: Weber Negreiros
CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento
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