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Os conflitos éticos das 48 Leis do Poder: Descubra o ponto fraco de cada pessoa

Os conflitos éticos das 48 Leis do Poder: Descubra o ponto fraco de cada pessoa

Mesmo sabendo que todos nós somos falhos, alguns nascem com a cultura de que o seu sucesso representa o fracasso do outro. Esse pensamento, um tanto quanto mesquinho e ultrapassado, expõe o pior de uma pessoa. Usar a fragilidade do outro de forma desregrada e sem limites éticos pode até dar certo por algum tempo, mas a máscara virá a cair, pois ninguém se consolida em cima de pilares de comportamentos questionáveis e que visualizem o poder como forma de destruição e não de construção de relações.

Vamos abordar mais uma lei que instiga os limites da ética e moralidade. Essa lei sugere uma abordagem estratégica para entender e interagir com as pessoas, enfatizando a importância de identificar os pontos fracos de cada indivíduo. Até aí nada de anormal, senão fosse a forma como as pessoas percebem a fragilidade do outro. Identificar, sem que ela seja usada de forma desmedida, pode ser uma estratégia pessoal de posicionamento e até mesmo de superação do concorrente, porém quando esse ponto fraco passa a ser alardeado e posto de forma depreciativa os limites éticos passam a ser questionados.

Vivemos uma diversidade humana ainda pouco compreendida e as vezes até deturpada. Essa diversidade pressupõe o reconhecimento de que todas as pessoas têm fraquezas, inseguranças ou pontos fracos. Isso reflete a complexidade da natureza humana, destacando que ninguém é imune a vulnerabilidades, por isso devem ser respeitadas, tratadas e corrigidas quando possível.

Vamos juntos entender a relação entre as estratégias e a vulnerabilidade das pessoas, num passeio simples pelos limites de quem busca o poder.

Veja o que diz a lei 33, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:

Lei nº 33 – Descubra o ponto fraco de cada pessoa. Todo mundo tem um ponto fraco, uma brecha no muro do castelo. Essa fraqueza em geral é uma insegurança, uma emoção ou necessidade incontrolável; pode também ser um pequeno prazer secreto. Seja como for, uma vez encontrado esse ponto nevrálgico, é ali que você deve apertar.

Essa lei, de imediato, levanta questões éticas e morais sobre a manipulação das fraquezas das pessoas. Usar o conhecimento das inseguranças ou pontos fracos de alguém de forma manipuladora pode ser considerado antiético, prejudicial e infelizmente na maioria das vezes esse é o caminho perverso usado por quem busca o poder de forma desmedida, ignorando que por trás de uma pessoa existem muitas outras.

A lei também serve para despertar na outra ponta uma abordagem mais empática e ética para a interação com os outros, que seria usar esse conhecimento para oferecer apoio, compreensão e ajuda, em vez de explorar ou manipular as fraquezas de alguém. Como também, entender as fraquezas das pessoas pode ser útil para construir relacionamentos mais sólidos. Ao demonstrar empatia e cuidado, você pode ajudar as pessoas a superarem suas inseguranças e construir relacionamentos de confiança.

É importante lembrar que a descoberta e o conhecimento das fraquezas de alguém traz consigo uma responsabilidade muito grande. Ao lidar com as vulnerabilidades de outras pessoas, é fundamental agir com integridade e consideração pelos sentimentos e bem-estar delas.

Você, ao descobrir a fragilidade de alguém, terá em suas mãos um poder inimaginável, mas que jamais deve ser usada contra alguém, que porventura, confiou a você essa informação. É como se um segredo contado a alguém, passasse a ganhar uma publicidade indesejada.

A lei apresenta vários conflitos éticos que podem ser identificados:

Manipulação de vulnerabilidades: A lei sugere a ideia de que uma pessoa deve usar o conhecimento das fraquezas de outras pessoas para manipulá-las, pressionando nesses pontos fracos. Isso levanta questões éticas sobre a manipulação das emoções e inseguranças das pessoas para alcançar objetivos pessoais, como o poder pelo poder.

Falta de consentimento: A frase da lei que diz: “…uma vez encontrado esse ponto nevrálgico, é ali que você deve apertar” implica uma abordagem intrusiva em relação à vida pessoal de alguém, sem necessariamente obter o consentimento da pessoa para explorar ou lidar com suas fraquezas.

Exploração de fraquezas para ganho pessoal: A lei não aborda explicitamente a intenção por trás da identificação das fraquezas das pessoas, mas a ideia de explorar essas fraquezas pode ser vista como uma abordagem egoísta e desonesta, onde alguém poderia usar o conhecimento para benefício próprio, mesmo à custa do bem-estar emocional dos outros.

Ética na construção de relacionamentos: A lei não discute a ética na construção de relacionamentos. Identificar as fraquezas de alguém e usá-las de maneira negativa pode minar a confiança e a integridade dos relacionamentos, o que é um ponto importante em considerações e avaliações éticas e comportamentais.

Privacidade e confiança: O texto fala de “um pequeno prazer secreto”, o que pode levantar preocupações éticas relacionadas à privacidade e confiança. Explorar os prazeres secretos de alguém sem permissão ou de forma premeditada violaria a confiança e a privacidade dessa pessoa.

E para fecharmos o nosso artigo é importante destacar que a lei ressalta a importância de reconhecer as fraquezas humanas, mas deixa aberta para a livre escolha do ser humano em agir de forma ética e responsável ou, escolher, deturpar completamente ao tratar essa informação privilegiada. O conhecimento das vulnerabilidades das pessoas pode ser usado de maneira construtiva para ajudar, apoiar e construir relacionamentos, desde que seja feito com empatia e respeito pelos outros, mas, infelizmente, a mente humana nos faz criar uma infinidade de dúvidas sobre as intenções e as formas que serão utilizadas no trato das informações de vulnerabilidade para o atingimento dos objetivos. O poder pelo poder simplesmente, não é uma chave mágica para abrir todas as portas e muito menos para usá-las como rolo compressor sobre as pessoas.

Descubra o ponto fraco de cada pessoa, mas respeite os limites éticos e morais. Todo mundo tem um ponto fraco, uma brecha no muro do castelo que você chama vida. Essa fraqueza em geral é uma insegurança, uma emoção ou necessidade incontrolável; pode também ser um pequeno prazer secreto. Seja como for, uma vez encontrado saiba os limites da sua utilização. O uso dentro de uma estratégia que visualize o seu crescimento, sem necessariamente representar a eliminação do outro, pode ser considerado um jogo dentro das quatro linhas do campo. Porém quando for utilizada para depreciar, expor ao ridículo, pôr em risco a dignidade de alguém, muitos olhares podem se virar contra o autor dessa manipulação, falta de empatia e falta de respeito. Mas uma vez a escolha nos é dada.

Por: Weber Negreiros

CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento

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