A imagem é o espelho do seu sucesso. Sem dúvida alguma essa é uma das afirmações mais mercadológicas que existem. Mas por outro lado a dinâmica da vida é assim. As pessoas compram pela embalagem e se decepcionam pelo conteúdo. Por isso é fundamental que tenhamos a ombridade em falar e fazer o que acreditamos, podendo agradar uns e desagradar outros, mas com a certeza de que você não está enganando ninguém.
A lei de nosso artigo da semana com certeza é uma das mais desafiadoras e que nos trazem a refletir sobre a importância do conteúdo versus a embalagem. Precisamos sempre analisar se o que vemos (nosso primeiro contato) corresponde ao que existe por trás daquela imagem. Todos nós sabemos que os mercados são, na sua quase que totalidade, visuais e que se encantam pela emoção, então essa combinação pode trazer posturas conflitantes pela ética, mas por outro lado é uma excelente ferramenta de posicionamento e destaque de marcas, seja ela empresarial, institucional ou pessoal.
É importante destacar que a apresentação de alguém pode ser considerada um grande espetáculo e contribuir para o alcance de um projeto de poder ou até mesmo de um simples processo de comercialização de um produto ou serviço.
Mas os riscos são cada vez mais presentes quando essa lei é praticada pelos “vigaristas de plantão” e essa, será uma das vertentes analisadas no nosso artigo.
Veja o que diz a lei 37, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:
Lei 37: Imagens surpreendentes e grandes gestos simbólicos criam uma aura de poder – todos reagem a estes eventos. Encene espetáculos para os que o cercam, repletos de elementos visuais interessantes e símbolos radiantes que realcem a sua presença. Deslumbrados com as aparências, ninguém notará o que realmente está a fazer.
É importante saber e reconhecer que nem sempre as pessoas querem apenas boas oratórias, explicações baseadas apenas na racionalidade ou demonstrações dos poderes por meio da ciência. As pessoas querem soluções imediatas e que cheguem as suas emoções com o objetivo de encantar e conquistar. Sendo percebidos dessa forma, você passa a ser olhado de forma diferenciada, pois as pessoas começam a se espelhar em você e no seu comportamento e o imaginam como um potencial solucionador de problemas.
Como Baltazar Gracián disse: “A verdade geralmente é vista, raramente ouvida”. Em cima dessa citação temos a ratificação de que os nossos olhos são a porta de entrada de qualquer mensagem, seja intencional ou não. Mas ao nos limitarmos apenas ao VER, estamos deixando de lado uma das melhores habilidades que uma pessoa pode ter, que é o PERCEBER. Isso mesmo, precisamos VER o que temos pela frente, mas PERCEBER quais as intenções que estão por trás daquela imagem ou espetáculo.
No fundo, essa lei sugere que a criação de uma imagem de poder seja fundamental para alcançar o poder real. Ao fazer gestos e criar imagens que capturam a atenção das pessoas, você pode influenciá-las e aumentar sua própria importância percebida. A ideia é que as pessoas são naturalmente atraídas por coisas surpreendentes e simbólicas, então, ao usar esses elementos em sua própria apresentação e comportamento, você pode exercer poder sobre os outros. É importante notar que estas leis são conselhos práticos, mas também provocativos, que descrevem estratégias de poder que têm sido observadas ao longo da história, independentemente de serem morais, éticas ou usadas com intenções escusas.
Por tudo o que foi exposto até agora, temos que tomar cuidado com o que é autêntico (conteúdo) e o que é estratégia de manipulação (embalagem). O uso de imagens e gestos surpreendentes pode ser percebido como manipulador se não refletir a verdadeira natureza da pessoa. Isso cria um conflito ético entre ser autêntico e genuíno versus manipular a percepção dos outros por meio de artifícios.
Encenar espetáculos e usar símbolos radiantes pode ser interpretado como enganoso se não estiver alinhado com a integridade e a verdade. Isso levanta questões sobre a honestidade e a integridade das ações de alguém, quando da aplicação dessa lei.
O uso de estratégias manipuladoras pode prejudicar as relações interpessoais, pois as pessoas ao redor podem se sentir enganadas, o que pode levar a conflitos e desconfiança, que quando confirmados colocam todo um projeto a perder.
Focar apenas na criação de uma imagem poderosa pode levar a uma ênfase excessiva na superficialidade, em detrimento da substância real. Isso pode levar a uma falta de habilidades genuínas ou conhecimento, o que é eticamente questionável e cria a figura dos charlatões que o único destino será o de ser desmascarado.
Em um nível mais amplo, a promoção de uma cultura que valoriza apenas a imagem externa e o poder visual podem contribuir para uma sociedade superficial, onde a aparência é mais valorizada do que as habilidades, conhecimentos e caráter genuíno.
A criação de uma aura de poder pode ser usada para explorar ou manipular pessoas que são facilmente influenciáveis, criando assim desigualdades de poder e injustiças sociais, que podem levar as pessoas a crerem no impossível e a defender o indefensável.
Esses são apenas alguns exemplos dos conflitos éticos associados a esta lei. A interpretação e a aplicação dessas estratégias devem ser consideradas cuidadosamente à luz dos valores éticos e morais de uma pessoa, bem como do impacto que essas ações podem ter nas relações e na sociedade como um todo.
E para fecharmos o nosso artigo é importante destacar que uma imagem fala mais do que mil palavras, desde que ela seja verdadeira. Estamos vivendo momentos de “mundos em bolha”, em especial o mundo digital, onde mais parece o espelho de um mundo ideal e sem problemas. Tudo isso causado por resumirem a vida a imagens e conceitos defendidos como verdadeiros e únicos. Ignoram, por exemplo, a importância das experiências dos mais velhos no auxílio aos mais novos. Isso mesmo, estamos criando o mundo ideal, onde ninguém mais se comunica olho no olho, o que poderia confirmar as imagens apresentadas e vendidas a nós, e assim tirarmos nossas próprias conclusões em cima da verdade de um mundo de ficção.
Sempre surpreenda com gestos, atitudes, carisma, empatia e respeito e assim com a verdade dos seus atos você criará uma aura de poder – Somos carentes de referência, de pessoas que falam e fazem, de pessoas com atitude e valores. Seja o espetáculo para os que o cercam, com elementos visuais interessantes e que realcem a sua presença, mas que todo roteiro do espetáculo possa ser devidamente comprovado. Deslumbrados com o que você apresenta e com a confirmação de quem você é, você sempre será a referência para quem lhe observa.
Por: Weber Negreiros
CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento
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