Temos que ter como ideia fixa em nossa mente que a falta de autenticidade nas relações implica em apresentar uma imagem falsa de si mesmo, escondendo quem realmente somos por medo de rejeição, desejo de aprovação ou outras motivações. Isso não apenas mina a confiança nas relações, mas também impede o desenvolvimento de conexões genuínas e significativas.
No nosso artigo da semana vamos avaliar uma lei, que quando bem interpretada e utilizada de forma ética, pode revolucionar análises, projetos e vidas.
Essa lei nos traz para uma reflexão sobre uma discussão ética que trata da ideia de “forjar uma nova identidade” e “criar um personagem interessante”. Alguns argumentariam que isso pode ser visto como uma manipulação ou engano, pois implica em apresentar uma imagem falsa de si mesmo para agradar aos outros. Essa abordagem pode ser considerada antiética, uma vez que falta autenticidade e integridade na forma como se apresenta aos outros. Esse dilema deve ser sempre observado pelo prisma da ética, pois não existe embalagem boa sem que seu conteúdo corresponda a todos os cuidados com essa mesma embalagem.
Apesar das discussões, o mercado veio se moldando ao longo do tempo, no que vê e não aos atributos que estão por trás do que se vê. Isso é muito claro, quando você observa, por exemplo, uma concessionária de carros de alto luxo. É regra, que quem adentra esse tipo de loja deve estar vestindo roupas de grife, que detenha total conhecimento da marca do veículo, suas características técnicas e que externe o desejo de trocar seu carro – já muito bem avaliado – por outro que ajude a manter o seu status. Mas já se comprovou que muitas pessoas que equilibram o SER e o TER não compactuam desse pensamento. Tem bilionários que você olha e não se encaixa nesse perfil e aí vem uma das grandes frases da hipocrisia humana: “Se eu não soubesse quem era, diria que é um pé-rapado”, isso mesmo as pessoas querem moldar o mundo todo a modelos preconcebidos e cheios de discriminação.
Quem tem não precisa dizer que tem (até mesmo por questões de segurança pessoal), quem tem não precisa usar isso para humilhar ninguém (hoje alguns estão no topo da roda gigante, amanhã poderão estar no chão e pedindo ajuda de quem os humilhou).
Esse artigo irá aguçar nossas mentes e descortinar essas concepções levando a crer que podemos nos reinventar apenas descobrindo quem somos de verdade e o que podemos usar do nosso melhor a nosso favor.
Veja o que diz a lei 25, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:
Lei nº 25 – Reivente-se: Recrie a si mesmo forjando uma nova identidade, que chame a atenção e interesse da sua audiência. Seja o arquiteto da sua imagem e nunca deixe que os outros a definam por você. Saiba usar o teatro em suas ações e discursos, seja dramático. Isso cria um personagem interessante e amado pelas pessoas.
Essa lei realmente começa com a polêmica entre a autenticidade e a integridade. As pessoas autênticas têm que tomar cuidado apenas com as formas que externam seus pensamentos e como transformam em ações. A integridade é algo que não cabe ao termo “REIVENTAR”, a integridade é inegociável e traz consigo a confiança, tão necessária dos dias confusos de hoje.
Outro conflito está na definição entre a autonomia e autodefinição. A lei enfatiza a importância de não permitir que outros definam a sua identidade. Do ponto de vista ético, é positivo promover a autonomia e a autodefinição. No entanto, é importante ter em mente que essa autodefinição deve ser guiada por valores éticos e morais sólidos, e não por uma busca exclusiva por atenção e interesse das pessoas em relação a você. As pessoas têm facilidade em perceber as características diferenciadas dos outros, tais como: humildade, respeito, simplicidade, carinho, tudo isso traduzido em sua linguagem corporal, como também em suas ações.
Muitos tem nessa lei o binômio manipulação e engano, que se evidencia por meio de apresentações teatrais, sendo dramático e criando um personagem interessante. Isso pode ser interpretada como uma estratégia manipulativa para atrair e cativar as pessoas. Isso levanta questões sobre a moralidade de manipular as emoções e expectativas dos outros com o objetivo de ganhar popularidade ou aceitação. É importante considerar os limites entre ser persuasivo de forma ética e manipulador.
A responsabilidade social também é abordada na lei, e o impacto que as ações e discursos podem ter na sociedade como um todo. A leitura ética também inclui a consideração dos efeitos que nossas ações têm nos outros e no bem-estar coletivo. Nesse sentido, é importante refletir sobre como a busca por atenção e popularidade pode afetar negativamente os valores morais e a sociedade como um todo.
Mas o principal da interpretação dessa lei é ter consciência de que as atitudes que desconsideram os princípios éticos podem ser construídas em cima de pilares de areia, sem sustentabilidade e que levará ao descrédito quem utilizar a manipulação como regra e faltar autenticidade em tudo que tiver como foco a atração de atenção.
Nas relações interpessoais, a ética requer respeito pela autonomia e liberdade de escolha dos outros. Isso implica em reconhecer que cada indivíduo tem o direito de ser quem é, sem pressões externas para se adequar a expectativas ou atender a demandas manipuladoras.
Portanto, promover a autenticidade e evitar a manipulação são pilares éticos importantes para estabelecer relações saudáveis, confiáveis e respeitosas. Ao agir de maneira autêntica e ética, construímos conexões mais significativas e contribuímos para um ambiente social mais justo e harmonioso.
E para fecharmos o nosso artigo é importante dizer que a autenticidade é um valor ético fundamental, pois envolve ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros.
Seja sua melhor versão: autêntico e respeitoso: Descubra quem você é e aprofunde essa descoberta trazendo para a superfície o melhor de si. Adequar-se as regras não significa forjar um novo ser. Ao se adequar você demonstrará respeito e isso é uma característica rara que poderá chamar tanto a atenção quanto qualquer tipo de embalagem enganosa. Seja você, seja feliz e ajude a melhorar o mundo.