O bajulador e o puxa-saco é a prova viva mais real da incapacidade humana. O puxa-saco é um tipo de pessoa medíocre, insegura e infame que acredita que somente assim alcançará o sucesso. O presidente americano, Barack Obama disse: “Livre-se dos bajuladores. Mantenha por perto pessoas que te avisam quando você erra”.
No nosso artigo da semana vamos avaliar a lei que nos leva a reflexão do comportamento de um personagem que se multiplica há muitos anos na história do mundo, o famoso PUXA-SACO. Pessoas que adoram estruturas palacianas, onde sua grande amizade e carinho, não está no REI e sim no REINADO. Essas pessoas acreditam que sua melhor tarefa é dizer sempre AMÉM para tudo o que é feito, ignoram e escondem verdades que jamais poderiam deixar de ser ditas e a subordinação muitas vezes é confundida com submissão, ou seja, a bagagem de um bom profissional é colocada em segundo lugar, enquanto ser PUXA-SACO parece ser um grande negócio.
Essa lei também conhecida como a LEI DA CORTE é mais atual do que nunca. A corte pode até ter desaparecido e os exemplos, nos dias atuais, perderam muito a sua força, mas ainda existe. Mas hoje temos “CORTES” diferentes, mas nem tanto. O rei foi substituído pelo governante e os súditos mais próximos pelos assessores diretos, todos usando regras aprendidas com os grandes cortesãos do passado. Infelizmente hoje, já temos muitos pós-doutorados na área.
Os grandes cortesãos da história sempre dominaram a arte de manipular as pessoas. Conseguem identificar as fragilidades do governante e o fazer se sentir mais governante do que realmente é. As outras pessoas o olham como alguém a ser temido, já que o governante dá mais ouvido a ele do que aos outros e por isso, esse comportamento tende a ser copiado.
A Lei 24 do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene representa um grande risco para gestores e gestão, haja vista que a omissão e a falta de posicionamentos claros sobre a realidade vivida pela organização e/ou instituição devem ser regras básicas de convivência e confiança. Muitas pessoas se escondem atrás do comodismo, da segurança (mesmo que momentânea) que nada mais é do que a famosa ZONA DE CONFORTO, enquanto poucas pessoas não se rendem a esse comportamento medíocre e traiçoeiro pois estão sendo muito mais bem valorizadas, na ZONA MÁGICA, a zona onde as coisas acontecem de verdade.
Veja o que diz a lei 24, do livro “As 48 leis do poder” de Robert Greene:
Lei nº 24 – Represente o cortesão perfeito: O cortesão perfeito prospera num mundo onde tudo gira em torno do poder e da habilidade política. Ele domina a arte da dissimulação; ele adula, cede aos superiores e assegura o seu poder sobre os outros de forma mais gentil e dissimulada. Aprenda e aplique às leis da corte e não haverá limites para a sua escalada na corte.
É importante destacar que esse comportamento dos súditos ou assessores diretos tem a capacidade de cegar o pseudo-líder, pois a “Mosca Azul” adora orbitar a cabeça de quem tem o poder ou o comando de um reinado, governo ou empresa.
Essa lei nos dá grande dicas de como torná-la funcional, mas também dicas que servem para manter longe de nós olhares invejosos, críticos e até preconceituosos, como por exemplo, nos orienta que devemos evitar a OSTENTAÇÃO. Falar demais de si é um grande erro, ainda mais quando é para se autoelogiar. Ao invés disso, deixe os outros falarem de você; quanto mais falar dos seus feitos, mais desconfiança gerará. Com isso você poderá criar um clima de muita inveja a ponto de induzir a traições e punhaladas nas costas. O puxa-saco adota uma postura de MODÉSTIA e DESINTERESSE que nada mais são do que tentar mostrar uma falsa fragilidade para desarmar a sua presa.
Tenha muito cuidado com os ELOGIOS em demasia – mesmo que a vaidade tome conta do governante – o excesso de elogios leva ao descrédito, use os elogios indiretos, eles são menos feios e pegajosos do que os elogios vazios.
Esse próximo item tem tudo a ver com o evitar ostentação e elogios em demasia, ele trata da DISCRIÇÃO sem que você seja completamente apagado do cenário, ou seja, não se exiba descaradamente, mas, jamais deixe de ser notado. No passado o olhar do rei era quase que uma promoção hierárquica ao notar alguém.
Adotar uma LINGUAGEM que seja entendida por todos é um dos grandes desafios e mostra a sua capacidade de interpretar, claro que isso, pelo lado da boa gestão, mostra um profissional multifacetado e pronto a dialogar com todos.
Outras boas dicas estão em evitar ser portador de más notícias e muitas vezes essa missão seria do súdito e ele transfere para o rei, criando um desgaste que deveria ser do súdito e não do rei.
Avalie a crítica, seu tom, momento certo de fazê-la e o seu conteúdo com todos os detalhes necessários. Tome cuidado ao pedir algo do seu superior, pois o que mais incomoda um governante é o fato de negar algo. Evite as armadilhas das brincadeiras que envolvam gostos pessoais e aparência (em especial nos dias de hoje). Evite ser sarcástico, tudo o que você usa contra os outros vem contra você em algum momento e deixará suas fragilidades expostas. Use o espelho sempre a seu favor, olhe para você veja e reconheça seus erros, seja autocrítico e desenvolva o que você tem de melhor. Esteja sempre atualizado, você pode defender regras e conceitos de anos atrás, mas os defenda com segurança caso contrário você poderá ser visto como ultrapassado. Seja uma fonte inesgotável de prazer e motivação, assim você sempre terá a sua presença desejada, já que o prazer é afrodisíaco e, por fim controle suas emoções, seu sorriso e suas lágrimas poderão se fazer necessário mesmo quando você não queira.
E para fecharmos o nosso artigo é importante dizer que nas CORTES, infelizmente a honestidade é bobagem e a malandragem é regra. Por isso não seja tão autoconfiante a ponto de acreditar que todos os seus cortejos sejam levados como verdadeiros pelo REI, afinal de contas o REI chegou ao comando do reinado estudando muito essa lei.
Seja o cortesão sincero e ganhe a confiança de quem você corteja: Ninguém vive de cenários criados em cima de mentiras. Na história muitos reinados ruíram por seus governantes ignorarem conselhos e alertas dando espaço as informações que inflaram egos e criaram professores de Deus. O cortesão dos dias de hoje tem a humildade, educação, empatia, amabilidade, gratidão entre outros que fazem como que conquiste a confiança do governante pela verdade, competência e comprometimento e não por uma gama de elogios e comportamentos que nada agreguem a um governo.