Os desafios do novo prefeito 11107

Bom dia,

Hoje é segunda-feira (30.11). Enfim, os votos foram contados e Boa Vista vai ter um prefeito a partir de primeiro de janeiro de 2021, que promete seguir com o trabalho realizado nos últimos oito anos pela atual prefeita Teresa Surita (MDB). Arthur Henrique (MDB) disse na comemoração da vitória que não definirá prioridades, mas que seguirá os passos da antecessora e que transformará a capital do estado na melhor cidade para se viver no Brasil. Foi uma vitória avassaladora, do ponto de vista dos leitores/eleitoras que foram votar e que refletem uma expectativa que vai ser cobrada pelos boa-vistenses em curto prazo.

Arthur Henrique não terá vida fácil. Vai enfrentar uma máquina administrativa que teve seus custos correntes elevados, endividamento aumentado e expectativa de receitas comprimidas. Para quem promete não escolher prioridades, isso parece complicado e lembra a necessidade de opção ao cobrir o corpo quando o lençol é curto. Ele também não terá como fugir da complicada tarefa de conciliar os interesses pessoais e políticos de seus dois mentores, Romero Jucá (MDB) e Teresa Surita, que apesar de união política aparentemente indissolúvel, têm alguns pontos específicos que se antagonizam. Ele também vai ter de encontrar espaços para acomodar sua base de apoio, que apesar de ainda pequena, tenderá a ampliar-se à medida a medida que ele assume o protagonismo.

LANÇADAS

Romero Jucá e Teresa Surita confirmaram a história de que os políticos nunca lembram das futuras gerações, mas das próximas eleições. Nos discursos de ambos durante as comemorações da vitória de Arthur Henrique, os dois fizeram questão de lançar as respectivas candidaturas ao Senado Federal e ao governo estadual, respectivamente. Teresa tratou Jucá de futuro senador e Jucá tratou como se Teresa já tivesse vencido a eleição ao governo estadual em 2022. Os números até que alimentam o entusiasmo, mas é bom lembrar que cada eleição é uma eleição. Vide 2018.

SOZINHO

Depois e disputar o primeiro turno apoiado pelo maior arco de alianças partidárias -nada menos que onze partidos e mais de 330 candidatos a vereador-, o deputado federal Ottaci Nascimento (Solidariedade) fez uma campanha de segundo turno quase sozinho, com exceção de sua companheira de chapa, a deputada estadual Lenir Rodrigues (Podemos), que não deixou de segui-lo durante todo o pleito. Ottaci teve o desempenho esperado, afinal, foi lançado candidato sem ter uma história de participação política na capital roraimense, e sob a hipótese de que os 20, dos 24 deputados estaduais, que o apoiaram teriam capacidade de transferir seus votos para ele. Foi uma aventura que não deu certo.

OBRIGATORIEDADE

É bem possível que a questão do voto obrigatório, ou não, no Brasil, comece a entrar na pauta dos políticos e dos parlamentares tupiniquim. Aliás, pelo valor das multas e pela ampla possibilidade de justiçar a ausência às urnas, na prática o voto já não é tão obrigatório no Brasil. Em Boa Vista, onde não existe qualquer obstáculo de acesso -a chuva só veio depois de encerrado o horário de fechamento das urnas-, a abstenção cegou ao derredor de 31%

TERCEIRIZAÇÃO

O governo do estado já concluiu a redação do Projeto de Lei (PL) que vai permitir a terceirização da gestão da saúde pública estadual, incluindo todas as unidades da rede hospitalar e unidades clínicas e ambulatoriais. A nova lei também garantirá um grau maior de autonomia administrativa/financeira do secretário estadual de saúde em relação ao governador do estado. Fontes da Parabólica dizem que pode haver muito banzeiro, até mesmo de órgãos de fiscalização. No que se refere aos deputados estaduais, as mesmas fontes dizem que se depender deles, tudo será aprovado como está sendo proposto.

RÁPIDAS

Partidários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) intensificam a campanha contra o voto eletrônico no Brasil. Sem provas apresentadas, eles dizem que o sistema possibilita adulteração do resultado. Será que estão se preparando para justificar os resultados de 2022? ### A grande pergunta que resta ainda sem reposta, depois dos resultados das eleições municipais é: “Será possível a união dos políticos para apoiar uma candidatura única em 2022? ### Tem eleitor que vota com Teresa Surtia, mas justifica o voto alegando que a opção contrária é pior? O melhor seria assumir a opção. ### Parece que a propagando do governo estadual, via redes sociais, anunciando a recuperação de pontes e vicinais nalgumas regiões do estado, vem tendo efeito contrário. Todos os dias, uma enxurrada de críticas parte de outras regiões reivindicando o mesmo tratamento. ### Aos poucos os principais cruzamentos de ruas e avenidas de Boa Vista estão sendo tomados por migrantes venezuelanos, muitos acompanhados de crianças, pedindo esmolas. ### Até amanhã.