Ovos de ouroIndependente de greve ou não, a Educação em Roraima sempre foi tratada como um “bom negócio” para os políticos, principalmente em ano eleitoral. Não podemos esquecer que, não faz muito tempo, secretária de Educação passou a ser coordenadora e tesoureira de campanha eleitoral. E, a cada ano, as escolas se transformam em comitês eleitorais.
A cada início de ano letivo, faltam professores, merenda e transporte escolar. A cena se repetiu em 2015, com a justificativa da atual administração de que o governo anterior havia deixado tudo largado. Isso é verdade, mas, independente da troca de governo ou não, todo início de ano as cenas se repetem.
Neste ano, esse governo foi alertado que não iria dar certo a tal decisão de não renovar os contratos dos professores seletivados. E não deu certo mesmo, obrigando o governo a seguir com os remendos que são feitos anualmente. Assim como foi avisado dos demais problemas recorrentes, mas decisões atropeladas foram tomadas, a exemplo dos dois horários de expediente, que tiveram que ser revogados, assim como ocorreu com o governo cupim Anchieta Júnior. Isso apenas para citar os casos mais polêmicos.
No geral, a Educação vem sendo tratada como “galinha de ovos de ouro” pelo grande volume de recursos destinados constitucionalmente ao setor, fazendo com que grupos políticos briguem por indicações da pasta e pelos contratos milionários que por lá são assinados, a exemplo do fardamento escolar.
Não há como a Educação se desenvolver enquanto o setor for tratado como cifras visando campanha eleitoral. Inexiste perspectiva de melhorias se educadores e diretores se transformam em cabos eleitorais, tornando as escolas um comitê de propaganda política, seja para que grupo ou candidato for.
Quero deixar bem claro que não sou contra a discussão sobre política partidária nas escolas. Absolutamente não. A discussão política deve existir, sim, mas a escola e seus agentes não devem ser partidarizados ou transformados em joguetes eleitorais, enquanto os cofres públicos são rapinados para este ou aquele grupo político.
A educação precisa de gestores que não olhem e não tratem o setor como cifras para campanha eleitoral nem o transforme em um reduto para arrebanhar cabos eleitorais, a mando daqueles que se beneficiam da bandalheira eleitoral.
Como sempre isso foi feito ao longo dos governos, as consequências podem ser vistas a qualquer momento, com as coisas sendo feitas no remendo, com administrações apresentando paliativos e repassando os problemas crônicos para o próximo governo, que por sua vez, ao assumir, lança culpa em seu antecessor.
E tudo isso tem um propósito: os políticos não querem uma Educação de qualidade, pois povo melhor instruído não se submete a currais eleitorais e passa a tomar conta de seu próprio destino. E ano que vem tem mais campanha eleitoral…