Bom dia, Hoje é segunda-feira (27.04). Uma ilustre leitora da Parabólica pediu que fizéssemos comentários sobre este imbróglio envolvendo a demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O pedido foi levado em consideração, mas, como sempre o tempo é o senhor da razão, a Coluna prefere olhar um pouquinho à frente para tentar compreender um pouco mais sobre a realidade brasileira dos tempos atuais. Bolsonaro e Moro são políticos, cada um com suas virtudes e defeitos; não estão com toda a razão, e ao mesmo tempo, não lhes faltam razão para divergir. É preciso dar tempo, ao tempo. O que é mais importante é fazer uma reflexão sobre o fato aterrador. Vemos tempos de muita incertezas, mentiras e meias verdades. As novas ferramentas de comunicação, especialmente através das redes sociais, estão transformando o Brasil num país onde os embustes e a manipulação da informação, e portanto das pessoas, virou a face mais sombria da nossa realidade. Com, uso ou não, de dinheiro público milhões de “robôs” eletrônicos espalham notícias mentirosas, deformadas e com a clara intenção de formar opiniões, contra ou favor, de quem paga os agentes difusores delas.  Milhões também de internautas semianalfabetos, desinformados e iletrados vomitam suas opiniões recheadas de fanatismo e claramente de má-fé. Uns agem por pura vontade de aparecer, de defender suas posições doutrinárias/ideológicas, mas muitos também recebem pecúnia para agirem. Esta pecúnia pode vir sob forma de salários ou de pagamento direto de dinheiro através de blogs criados, sem qualquer investimento, com a finalidade de faturar dinheiro, em muitos casos de órgãos públicos ou de corporações empresariais engajadas em causa políticas. No meio deste mar de embustes fica difícil saber com quem está a verdade. Neste recente episódio da demissão de Sérgio Moro a enxurrada de mensagens postadas nas redes sociais, pró e contra a decisão do ex-ministro é mais uma evidência do quanto estamos reféns destes embusteiros. Surgem “informações” de todos os tipos que vão desde aqueles que o colocam como um traidor, e que entrou no governo de Jair Bolsonaro para tramar em seu interior contra o presidente, até mesmo os que o colocam como alguém cuja vaidade e ego estão cima dos interesses nacionais. E a verdade é que nem tanto, nem tampouco. Na outra ponta, os que aproveitam qualquer brecha para desqualificar Jair Bolsonaro, não reconhecem a questão elementar que é dele a decisão de montar sua equipe de trabalho. Podendo nomear e demitir ministros, ou aqueles que em linha hierárquica inferior dependem de sua decisão pessoal. Alguns dirão que certas repartições são de Estado, não de governo. Mas, o que diferencia um órgão enquanto instituição de Estado, ou de governo, são as práticas por ele seguidas. E se não forem republicanas, que venham as ações legais para coibi-las. Simples assim.

RÍDICULO Nas reações, via redes sociais, sobre a saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo de Jair Bolsonaro, é ridícula aquelas que seus autores oportunisticamente tentam mandar recados ao Palácio do Planalto para dizer de que lado estão. Devem ser respeitadas as milhares de manifestações cujos autores dizem de forma direta e clara: “Eu votei em Bolsonaro, e continuo acreditando nele”. Estas são coerentes e expressam uma situação de que não precisa concordar com todas as ações de um governo para continuar apoiando-o. 

RETARDANDO  Embora o governador Antônio Denárium (sem partido) tenha sido o primeiro governador a deixar o PSL, tão logo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) saiu da legenda, parece que que o partido, hoje presidido em Roraima pelo deputado federal Antônio Nicoletti, continua atento ao que pode trazer problemas ao Palácio Senador Hélio Campos. Esta parece ser a razão pela qual o PSL pediu junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) para integrar como terceiro interessado, nos processos que tramitam naquela corte eleitoral, para apurar possíveis cometimentos de crimes eleitorais pelo governador Antônio Denárium nas eleições de 2018. Isso vai resultar em mais demorar para o julgamento daqueles processos. Só isso.

MÁSCARAS 1 Um leitor da Parabólica pediu que a Folha investigasse de quem a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) adquiriu as 200 mil máscaras que serão distribuídas às pessoas carentes, depois que a prefeita Teresa Surita (MDB) tornou o uso do apetrecho obrigatório na capital do estado. O leitor diz que existem em Boa Vista cerca de 32 indústrias de confecção, e que se fossem demandadas pela PMBV poderiam empregar centenas de costureiras e costureiros que estão hoje desempregados e vivendo da esperança de receberem ajuda governamental. Tem razão.

MÁSCARAS 2 A Parabólica aproveita a sugestão do leitor para lembrar que o governador Antônio Denárium está condicionando a liberação do transporte intermunicipal de passageiros no estado ao fornecimento, pelas empresas, de máscaras para ser usadas pelos passageiros. Um empresário do setor ouvido pela Coluna disse que nalguns casos, uma passagem custo em torno de cinco reais, e que uma máscara custa no mercado o mesmo valor. Ora, por que o governo estadual, não segue o exemplo da PMBV e compra no mercado local máscaras para serem distribuídas aos passageiros carentes? Isso custa merreca para quem tem um orçamento que supera os R$ 4,5 bilhões. É tudo uma visão de governar.