Jessé Souza
Parabens leitor 21 10 2014 175
Jessé Souza* Nesses 17 anos trabalhando na Folha, eu devo ter escrito mais de 3,2 mil artigos neste espaço de Opinião. Nunca parei para fazer as contas certas. Só multipliquei rapidamente o número de dias que escrevo em 12 meses pelo total de anos trabalhado. Essa matemática é só para lembrar que se tratam de milhares de textos produzidos quase que diariamente, pelos quais busco lançar questionamentos e novos olhares sobre os fatos que nós, roraimenses, vivenciamos nesse Estado onde a política partidária e governos influenciam sobremaneira nossas vidas. Meus escritos são lançados para fomentar a criticidade, nunca em busca de da concordância. Afinal, é da contestação e do debate que se constrói uma nova realidade e, a partir daí, que o oculto pode vir à tona ou aquilo que esteja tão evidente pode ganhar uma nova forma de ser visto. Comecei a escrever quando celular e internet eram cena de ficção de filme norte-americano, o que tornava a inteiração com o leitor algo muito distante e a análise sobre o que a opinião pública algo muito trabalhoso, pois dependia conjunto de fax, telefonemas e cartas enviados. Hoje não. Atualmente, com a internet e as redes sociais, é possível ter uma resposta imediata sobre o que se escreve na imprensa. Então, a opinião que emito neste espaço passou a ter um monitoramento em tempo real por parte do leitor, permitindo analisar a importância do pensamento crítico para a construção de uma nova sociedade. É com base nesta nova realidade que comemoro hoje, com todos os profissionais desta empresa, os 31 anos de existência da Folha, que passou por todos os períodos de transformação do Estado e hoje representa uma instituição a serviço da informação e um instrumento que dá voz ao povo roraimense. Não se pode pensar em um Estado desenvolvido sem uma imprensa forte, comprometida com o seu povo. E este é o principal papel que a Folha vem desempenhando ao longo destas mais de três décadas de história, permitindo que a opinião pública possa depositar sua confiança na hora de debater os seus problemas e ainda de ter um canal pelo qual possa cobrar as autoridades. Com este espírito de contribuir com o pensamento crítico é que ocupo, desde 1997, este espaço o qual a Folha sempre permitiu expressar meus pensamentos, inquietações e contestações em relação aos fatos vivenciados por quem mora aqui e ama esta terra. A liberdade que tenho de escrever meus artigos faz parte de todo esse grande projeto que é a Folha no seu conjunto. Sem este compromisso com a liberdade de expressão e de pensamento não seria possível ultrapassar todas as barreiras impostas por governantes e políticos que se acham acima de críticas e detentores do poder de decidir o que o público deve ou não ler. Parabéns, Folha, por mais esse ano de compromisso com o leitor. E parabéns principalmente ao leitor, que é o motivo principal de toda a festa nesta data. Sem você, leitor, o “Jornal Necessário” não teria chegado até aqui com os pés firmes de uma imprensa solidificada. *Jornalista [email protected]