Bom dia,

A greve geral convocada por sindicatos e centrais sindicais no país na última sexta-feira (28) teve várias leituras segundo as conveniências de cada lado. Para os sindicalistas o movimento foi um sucesso total, e o país parou total. Já os governistas de Brasília avaliaram o movimento como pífio, do ponto de vista da participação popular, e que vários serviços públicos só não funcionaram por causa dos piquetes montados em frente das empresas de transporte público e das repartições públicas. Quem tem razão? De novo, depende de quem olha o movimento segundo seus próprios interesses.

De qualquer forma, o que se pode dizer é que o Brasil, que depende do trabalho para crescer tem trabalhado muito pouco nas últimas quatro semanas. Experimentamos o gozo de feriadões sucessivos que encurtaram a semana trabalhada a meros três dias de trabalho, especialmente para os servidores públicos, que custam uma fortuna bancada pelos que trabalham dobrado para pagar impostos.MOVIMENTOQuem se deu ao trabalho de andar pelas ruas de Boa Vista, especialmente no turno da manhã, no dia 28/04, percebeu que o movimento do comércio e das empresas prestadoras de serviços tinha o ritmo normal. As lojas e outros estabelecimentos comerciais estavam lotados de clientes, o que demonstra que as pessoas querem, e precisam trabalhar para pagar suas contas. Quem parou mesmo, e isso virou regra, foram as repartições públicas que não dependem de trabalho, afinal, o salário dos servidores é depositado todo final de mês, mesmo que tenham funcionado, muitas vezes, menos de 20 dias no período.OBRIGAÇÃOO governo do estado anda calado sobre as providências que serão adotadas para retirar os invasores daquela área de terra pertencente à CODESAIMA, ao lado do Matadouro Frigorífico (MAFIR), na margem esquerda da BR-174, na direção Sul. Embora negue apoiar a invasão, a omissão das autoridades estaduais só reforçam os boatos de que esse movimento de invasores foi idealizado nos intestinos do próprio governo, com fins eleitorais. Isso pode no futuro resultar em cassação de registro de candidatura por captação antecipada, e criminosa de votos. Quem viver, verá.NÃO SAIRÁEntrevistada ontem no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, a deputada federal Maria Helena Veronesi (PSB) disse que descumpriu a decisão da executiva nacional de seu partido de votar contra a reforma trabalhista porque entende que todos os direitos dos trabalhadores foram preservados, e que a legislação trabalhista, da primeira metade do século XX, precisa ser atualizada. Apeada da presidência estadual do PSB, Maria Helena disse que não sairá do partido, com o qual diz ter grande afinidade. A deputada afirmou que enquanto muitos dormiam ou se divertiam, ela, e outras colegas da Câmara Federal, vararam noite estudando os termos da reforma.A FAVORA deputada federal Maria Helena Veronesi não diz explicitamente que votará a favor da reforma previdenciária, mas pelo que declara trabalhar para melhorar o texto da proposta em discussão na Câmara dos Deputados, fica clara sua tendência de votar por sua aprovação. A parlamentar diz estar convencida de que o sistema previdenciário brasileiro como está não tem condições de continuar pagando os benefícios e as aposentadorias num curto espaço de tempo.RODADAE o movimento unificado dos sindicatos que representam as várias categorias de servidores públicos estaduais deve voltar a se reunir com representantes do governo, amanhã, dia 2, no turno vespertino. Até agora, os interlocutores do governo com o movimento sindical são o chefe da Casa Civil, Oleno Matos, e seu adjunto Shiská Pereira, mas os sindicalistas querem a governadora Suely Campos (PP) sentada na mesa de negociação. Há um fosso entre a proposta dos servidores (24,86%) e aquela oferecida pelo governo estadual (4,5%). DÁO ex-secretário estadual da Fazenda, Kaderc Jackson, que é presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais Estaduais de Roraima, disse na Rádio Folha, ontem, no programa Agenda da Semana, que dispõe de números sobre a arrecadação do estado que indicam a possibilidade de o governo conceder um aumento aos servidores públicos superior aos 4,5%, já previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA). Kerdec diz que a esta altura do ano já é possível prever um excesso de arrecadação, e que uma parte poderia ser destinada ao pagamento de um eventual aumento dos salários acima daquele aprovado na LOA.SUSPENSAQuando chamou parte da bancada federal para anunciar o Decreto que autoriza a Eletronorte a assumir sozinha a construção do Linhão de Tucurui, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que estava prevista uma nova rodada de negociação da Fundação Nacional do Índio (Funai) com os índios Wamiri-Atroari para que estes permitam a construção do Linhão na faixa de domínio da BR-174, que atravessa a terra indígena daquela etnia. Pois bem, os boatos de que o atual presidente da FUNAI estaria deixando o cargo foi o bastante para que os Wamiri-Atroari suspendessem a rodada de negociação.