Bom dia,

CARÃO

Muitos podem não gostar do estilo de governar, e de falar, do presidente da República, Jair Bolsonaro, mas não é razoável deixar de apoiar muitas de suas condutas. Um desses exemplos foi a reação do presidente brasileiro que ao chegar ao Japão, para o encontro do G-20, quando foi informado de que a chanceler alemã, Angela Merkel, iria lhe dar um “carão” por conta da política ambiental do governo brasileiro em relação à Amazônia. Em tempo: “Carão” é o termo que se utilizava antigamente para designar bronca ou conselho, que uma pessoa, geralmente mais velha, se arriscava a dar na outra.

RECADO

No seu já conhecido estilo de não levar desaforo para casa, Jair Bolsonaro mandou avisar à chancelar alemã – que lá é a chefe de governo – que o presidente da República brasileira havia mudado, e que o novo presidente, diferentemente dos anteriores, vinha para um encontro internacional para defender os interesses reais do Brasil, e não para receber reprimenda de outros chefes de Estado e de governos estrangeiros. Aliás, Bolsonaro disse que em matéria de proteção ao meio ambiente, o Brasil tem muito exemplo para dar à Alemanha que, afinal, tem muito de sua indústria utilizando como fonte energética o carvão mineral, uma das mais poluidoras do Planeta.

MAIS LIMPA

E o presidente Jair Bolsonaro tem inteira razão. O Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo, utilizando especialmente a hidroeletricidade – aproveitamento de quedas d’água para construir hidroelétricas – e outras fontes alternativas como as usinas eólicas e fotovoltaicas. E só aproveitamos ainda algo em torno de 50% do potencial hídrico do país em virtude do movimento ambientalista internacional, que com a ajuda de ambientalistas brasileiros, tornaram quase impossível construir novas hidroelétricas no Brasil. E essa história de um ambientalismo que atende mais aos interesses dos outros países é o principal ponto de atrito do governo Bolsonaro com o aparato do ambientalismo mundial.

JÁ REQUEREU

A TNE – Transportes de Energia S.A., o consórcio que ganhou em outubro de 2011 o leilão para construir e operar o Linhão de Tucuruí, já requereu oficialmente em 19.06.19, ao Instituto de Meio ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Licença de Instalação para o início da construção da Linha de Transmissão de 500 KV (Linhão de Tucuruí). A TNE também requereu Licença de Instalação para a construção de subestações associadas nos município de Manaus, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Erva, no estado do Amazonas; e nos municípios roraimenses de Rorainópolis, São Luís do Anauá, Caracaraí, Mucajaí, Boa Vista e Cantá.

GRANA ALTA

A informação foi dada ontem, domingo (30.06.) pelo secretário estadual de Agricultura, o economista Emerson Baú, durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 100.3 FM. Considerando as dotações já existentes no Banco da Amazônia (R$ 500 milhões) e do Banco do Brasil (que pode chegar a outros R$ 500 milhões), os empresários de Roraima, dos três setores econômicos (agricultura, indústria e serviços) dispõe de um senhor volume de recursos da ordem de um bilhão de reais para financiar custeio/capital de giro e investimento. “É grana para Dedéu”, diria nosso mestre, cá da Folha, Afonso Rodrigues.

ATRASO 1

Em resposta à nota na Parabólica sobre a obra do centro de tratamento de radioterapia em Roraima, o deputado Hiran Gonçalves (PP) informou que vem acompanhando o atraso nas obras de implantação da unidade e questionou o atraso da construção junto ao ministro da Saúde, Henrique Mandetta. O parlamentar diz que foi informado pelo Ministério da Saúde que a nova data prevista para a entrega da obra é 4 de fevereiro de 2020, ou seja, nove meses após a data inicialmente prevista.

ATRASO 2

O ministro Mandetta teria dito ao deputado Hiran Gonçalves que o atraso na obra da unidade de Radioterapia de Roraima tratava-se de “falha no projeto executivo que ocorreu em nove localidades diferentes”, e que o Ministério já está atuando para corrigir os erros estruturais dos projetos. Tudo bem, mas isso não explica porque o projeto de uma obra que existe às dezenas de similares no país ainda contenha erros que prejudiquem o andamento da construção.

ACOMPANHADO

O deputado federal Édio Lopes (PL/RR) enviou release para a imprensa informando sobre uma visita que fez semana passada a Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento Regional, para tratar da liberação de recursos de demandas do município de Mucajaí. O que causou estranhamento no material foi que ele se fez acompanhar na visita do notório Romero Jucá (MDB), chamado por Édio, no material divulgado, de “senador” mesmo tendo Jucá sido defenestrado nas últimas eleições em Roraima.

MAIS RECURSOS

Ainda no mesmo material informativo, Édio diz que os dois querem o pagamento da última parcela do convênio junto á Secretaria de Desenvolvimento Regional para recuperação de vicinais no valor de R$ 2,5 milhões, cujo pagamento está pendente há mais de 60 dias. Os dois também estão atrás de recursos de convênio relativo à eletrificação rural em vicinais, no valor de R$ 1,32 milhão e de R$ 800 mil, referente à aquisição de uma motoniveladora. Será que Bolsonaro sabe que seu governo está trabalhando com a interferência de lobistas?