Parabólica

Parabolica 01 10 2014 94

Bom dia! “Os crimes pequenos são objeto de perseguição por parte dos cães e policiais. Mas os grandes são objetos de reverência por parte dos historiadores” – Karlheinz Deschner BANDIDO PRESO Como o roraimense passou o ano esperando por uma operação policial para “desbaratar” a quadrilha que se beneficiou das irregularidades fundiárias no Estado, então, ele teve mesmo que se contentar com a Operação Weak Link, às vésperas das eleições, que está dando voz de prisão a bandidos que já estão presos. Enquanto bandido preso tem contra ele mais mandados de prisão, os bandidos soltos ficam livres para vencer o pleito e assim conseguirem imunidade parlamentar. Simples assim! COINCIDÊNCIA Conforme informaram fontes da Parabólica, os bandidos de facções criminosas estavam planejando agir às vésperas da votação para assaltar dinheiro de políticos que seria usado para as chamadas “boca de urna”. Porém, coincidentemente, a Operação Weak Link, deflagrada pelo Ministério Público e Polícia Federal na semana passada, acabou por desarticular parte do plano do grupo que estava se preparando para agir na Capital e Interior. É muita coincidência mesmo! MOVIMENTAÇÃO Nas eleições passadas, empresas de seguranças foram contratadas e carros-fortes alugados para servirem exclusivamente aos comitês eleitorais das maiores coligações. Foi a maior movimentação de carros-fortes circulando por Boa Vista, inclusive à noite. Os políticos sabiam da ação dos bandidos. Os bandidos sabiam da movimentação de muito dinheiro. Somente a Justiça Eleitoral, ao julgar os processos, é que não sabia de nada sobre a montanha de recursos. CONHECIDOS Não é justo desmerecer o trabalho da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) no combate à prática de compra de votos no período eleitoral. De qualquer forma, em qualquer esquina de Boa Vista é possível saber quem são os velhos conhecidos que adotam esta prática a cada pleito. Basta que nos lembremos das eleições de 2010, quando a quantia de R$ 150 mil foi lançada da janela de um carro que saía de um comitê eleitoral. RASTRO Se a PF e o MPF quiserem seguir o rastro da compra de votos, basta investigar os saques realizados nas agências bancária desde a quinta-feira da semana passada, antes da decisão judicial que limitou o valor de saques em dinheiro vivo. Pelo que se sabe, empresas fizeram saques volumosos e podem ter repassado os valores para quem vai operar os esquemas de compra de voto. SILÊNCIO Outro caso registrado na polícia durante o pleito passado e do qual nunca mais se ouviu falar foi o da invasão à residência de um casal de políticos, localizada na área nobre da cidade. Os bandidos levaram todo o dinheiro que supostamente seria usado na “boca de urna”. O casal conseguiu se eleger, um dos acusados do assalto foi morto e o caso encerrado sem que a imprensa e a sociedade soubessem de mais nada. DE MAIS É conhecida a vinculação política de grande totalidade das empresas de rádio e televisão locais. E o reflexo pode ser facilmente sentido nas eleições deste ano. Ontem o candidato ao Senado Telmário Mota (PDT) esteve na Redação da Folha e acusou um canal de TV de massificar, além do limite, a inserção da propaganda eleitoral do candidato ao qual a emissora é vinculada. DE MENOS O candidato do PDT disse ainda que, ao contrário, as inserções às quais ele tem direito estão sendo veiculadas pela emissora em frequência menor do que lhe é assegurado por lei. Essa prática vem sendo utilizada por canais de rádio e TV. Telmário está representando, junto à Justiça, para que ele tenha acesso à cópia da programação das últimas 72 horas dessas emissoras com a finalidade de provar o crime eleitoral. CAIXA Uma leitora reclamou do fato de o caixa eletrônico do Banco do Brasil instalado no prédio do Tribunal de Justiça ser restrito aos funcionários daquele poder. “Sou correntista deste banco e, julgando ser um Direito meu, fui ao Tribunal de Justiça realizar uma operação bancária. Para minha surpresa, fui barrada por uma policial militar, que disse que o caixa era somente para os servidores daquele órgão. Por que esse privilégio aos servidores no horário normal de expediente? E mais: a policial falou que havia uma portaria interna”, protestou. REFORMA 1 Professores e pais de alunos estão preocupados com a situação da Escola Municipal Maria de Fátima Andrade, localizada no bairro Centenário, na zona Oeste. Em agosto deste ano, iniciou-se uma obra de reforma, no valor de R$ 1,6 milhão, que não teve continuidade. Há, pelo menos, três semanas que não aparece mais nenhum operário para trabalhar, enquanto as aulas passaram a ocorrer em salas superlotadas e ambiente improvisado, com sérios riscos para a integridade física das crianças de 4 a 8 anos que lá estudam. REFORMA 2 Como as obras pararam com apenas a troca do telhado, que ficou com a estrutura solta, restaram madeira com prego nos corredores, fiação solta pelo chão, forro desabando e entulhos. Isso sem contar com salas de aula com 46 crianças, tornando um ambiente impróprio para aprendizagem. Os professores decidiram investigar o caso e descobriram que os operários pararam porque não haveria projeto para seguir com a obra. O prazo para conclusão é de 60 dias, que vence em 14 de outubro. Com a palavra, os órgãos fiscalizadores.