Bom dia!Nos idos de 1964, um sambista carioca, Ary Cordovil, compôs uma marchinha carnavalesca denominada “Os Últimos Dias de Pompéia” – numa referência à cidade da Roma Antiga destruída pela erupção do vulcão Vesúvio-, para reclamar da decadência dos costumes no Brasil daqueles dias. Na letra da marchinha, Cordovil diz que “… isto aqui tá dando ideia/Dos últimos dias de Pompéia…”. Pois bem, o que anda acontecendo em Roraima parece se encaixar como uma luva na música de Cordovil.

Vamos tomar como exemplo, o que disse à Folha, na última terça-feira, 30.05, o deputado estadual Jorge Everton (PMDB), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado, para apurar possíveis irregularidades – desvio de dinheiro público-, no Sistema Estadual Penitenciário. Sem rodeios, o parlamentar denunciou a queima criminosa de documentos relativos a despesas feitas na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), insinuando que isto foi feito para dificultar a apuração desses desvios de dinheiro público naquela pasta.

E onde, essa declaração faz Roraima parecer estar atravessando momentos com os últimos dias de Pompéia? Ora, essa denúncia é, sob todos os ângulos, gravíssima e nos faz sentir como se estivéssemos vivendo numa terra irremediavelmente dominada pela bandidagem do crime organizado, e o pior ainda, com criminosos de colarinho branco dirigindo instituições do estado. Se o deputado Jorge Everton estiver mentindo, tem o governo estadual a obrigação de processá-lo por calúnia. É simples.CONTINUARÁO desembargador Jésus Rodrigues, do Tribunal de Justiça do Estado, negou a concessão de Medida Liminar, pedida por cinco coronéis da ativa da Polícia Militar, para desconstituir a nomeação do coronel da reserva PM, Edison Prola, para o comando-geral da corporação. Fontes da Parabólica asseguram, no entanto, que aqueles oficiais e outros que não assinaram, mas trabalham na mesma direção, não se darão por vencidos. Intentam, inclusive, utilizar como instrumento legal, a conhecida Ação Popular, mais apropriada para pedir anulação de atos administrativos.OUTROSOntem, a Folha publicou matéria dando conta de uma tentativa de homicídio ocorrida no conjunto habitacional Vila Jardim. Na reportagem, uma comerciante que pediu anonimato, por razões óbvias, disse que a violência e atos de bandidagem são comuns naquele complexo de prédios residenciais. E especialistas ouvidos pela Parabólica garantem que ela está coberta de razão, e que os problemas só tendem a agravar-se no Vila Jardim, um complexo feito para abrigar uma população de quase 10.000 pessoas, sem que equipamentos urbanos de suporte fossem construídos. Assim, segundo o especialista, esses casos de violência só tendem a piorar.JUSTIFICATIVAMuita gente sabe da história nos primórdios da construção do Vila Jardim, construído no governo de Anchieta Júnior (PSDB). O governo estadual e a Caixa Econômica Federal em vez de espalhar os prédios por vários terrenos, para evitar uma gigantesca aglomeração de 10.000 pessoas, preferiram comprar por mais de quatro milhões de reais um terreno, longe do Centro, de familiares de um notório político local. Aí, o mal estava feito. Sendo impossível corrigir essa decisão equivocada, motivada pelo interesse particular em detrimento do público.BARRADOO médico veterinário Vicente Barreto, presidia a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (ADERR) desde outubro de 2015, havia, portanto, dezessete meses de gestão. Só agora, seu nome veio a ser avaliado pelo plenário da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), tendo sido rejeitado por votos do G-14, uma vez que a bancada governista se ausentou da votação. A rejeição corre quando são fortes os rumores de um movimento mais forte de oposição contra a governadora Suely Campos (PP).RESPEITOTudo bem, pode até ser que os deputados oposicionistas tenham suas razões para “engrossar” com o governo. Mas é preciso respeitar a questão do interesse público e evitar solução de continuidade numa instituição fundamental ao desenvolvimento agropecuário do estado. É necessário ainda, o respeito à dignidade de um profissional, técnico sério e competente, como é Vicente Barreto.RECUSOUO senador Telmário Mota foi indicado por seu partido, o PTB, para integrar como titular, a Comissão de Ética do Senado Federal. Ele recusou a indicação afirmando que “é lamentável que o Senado, neste momento de notória fragilidade institucional e de grande descrédito na sociedade com a classe política, resolva nivelar por baixo, compondo justamente a Comissão de Ética com pessoa que está no maior foco, denunciada até o bigode, das maiores gravidades de corrupção deste país. Por isto, retiro o meu nome”.APARATOÉ claro, a demissão de Osmar Serraglio do Ministério da Justiça pode ter sido porque ele não conseguiu “enquadrar” Polícia Federal para “estancar a sangria” da Lava Jato, mas, sem qualquer dúvida, o aparato indigenista também contribuiu para sua queda. Afinal, ele conseguiu nomear um general para presidir a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). E ninguém no Brasil tem força para desafiar esse aparato.