Bom dia,

Alguns profissionais reclamaram das ideias expostas aqui na Parabólica sobre o imbróglio envolvendo a troca de farpas entre o Governo do Estado, especialmente a Secretaria Estadual de Saúde, e algumas corporações que representam a classe médica. A queixa maior diz respeito a uma possível generalização que teríamos feito em nossos comentários sobre o comportamento de alguns profissionais. Em respeito a essas reclamações, e na busca de esclarecer melhor o que foi afirmado aqui, neste espaço, vamos tratar novamente do assunto.

Em primeiro lugar, reafirmamos que a grande perdedora nessa troca de farpas é a população, cujo atendimento resta prejudicado quando qualquer dos operadores do setor público de saúde não desempenha com proficiência, zelo e seriedade na prestação desse serviço essencial, que de resto é uma obrigação constitucional. E como sempre a parcela que mais sofre com esse mal atendimento é exatamente a mais pobre, que não tem como pagar os planos de saúde, e muito menos tem condição de pagar uma consulta em qualquer consultório particular que hoje oscila entre R$ 400,00 e R$ 600,00. Exemplos desse mau atendimento são constantes na vida da gente simples brasileira.

Em segundo lugar, em qualquer corporação profissional há bons -que felizmente são a maioria-, mas, igualmente existem maus profissionais que põem os interesses rentistas acima de qualquer outro sentimento ético e amor ao próximo. Para citar um único exemplo, basta ver as constantes notícias dando conta de profissionais que por imperícia e má fé levam pessoas saudáveis a morte. Ou mesmo, as constantes reclamações da população mais pobre com o descaso e o mau tratamento que recebem de alguns profissionais. E nesse sentido, não é generalizar quando afirmamos que os profissionais são também responsáveis pelo atendimento da população.

Foi assim, igualmente, quando afirmamos que políticos têm também esquemas para roubar o dinheiro que deveria ser transformado num bom serviço de saúde pública. Contratos superfaturados e metas não cumpridas são problemas que se repetem aqui em Roraima, e noutros estados da federação brasileira. É claro, existem bons políticos que zelam pela coisa pública, infelizmente, eles parecem ser a minoria nesse mundo tão povoado de canalhas e pilantras que se dão muito bem roubando o dinheiro, que se bem aplicado poderia salvar a vida de tantos seres humanos, especialmente os mais pobres. 

Por fim, nosso desejo e intenção é saudar e reconhecer que os bons profissionais são uma peça importante para construir uma sociedade mais fraterna e justa, a começar pela prestação de um serviço de saúde pública, que um dia possa nos orgulhar.

CITOU Ao ser entrevistada na terça-feira, (31.07), por um canal de notícia por assinatura, a ex-ministra e candidata a Presidência da República, Marina Silva (Rede), foi questionada sobre a prisão do ex-presidente Lula da Silva (PT), de quem foi companheira de partido, e ministra do Meio Ambiente. A candidata disse ser injusta a prisão do ex-presidente na medida em que o mesmo rigor não é adotado contra alguns políticos que respondem por acusações muito mais pesadas do que aquelas que levaram Lula à prisão. Em tom de ironia ele perguntou: “E o Temer, o Renan Calheiros e o Romero Jucá?” E só o leitor de Roraima parece não se dar conta disso.

FECHARAM Os governos do Chile e da Colômbia decidiram que está na hora de por um freio na migração em massa de venezuelanos para seus países. Na Europa, Continente que se arvora de ser berço dos direitos humanos no mundo, quase todos os países não aceitam mais receber migrantes africanos e orientais, que já representam um contingente acima das possibilidades de serem recebidos com um mínimo de dignidade. Aqui, no Brasil, o governo federal fecha os olhos para a tragédia humana que se estar criando com a chegada de milhares de pobres venezuelanos que fogem da miséria e da ditadura comandada por Nicolás Maduro, que a esquerda brasileira teima em defender.

REAGINDO A governadora do Estado, Suely Campos (Progressistas), está rouca de pedir uma ação mais enérgica do Governo Federal, sequer controlando com mais rigor a entrada de venezuelanos pela fronteira Norte do Brasil, ou pelo menos repassando recursos para que o governo estadual e os municipais possam fazer frente à crescente demanda por serviços públicos (saúde, educação e segurança) decorrentes da migração. O presidente, seus líderes e ministros adotam medidas paliativas e se fazem de moucos à reivindicação do governo estadual. Com o aumento da crise, e sintomas muito claros da emergência de um quadro de violência incontrolável, a governadora do Estado decidiu utilizar os instrumentos possíveis para fazer alguma coisa.

EXIGINDO Pode parecer desumano exigir Passaporte, ou qualquer outro documento oficial, para que o migrante possa ter acesso aos serviços públicos estaduais. Não custará para que apareçam reações de organismos que se dizem preocupados com os direitos humanos. É possível até que decisões judiciais possam ocorrer para obrigar o governo estadual a rever suas posições. De qualquer forma, é preciso que essas mesmas instituições ofereçam soluções para evitar o esgarçamento de uma tensão social que está prestes a ocorrer aqui em Roraima. Somos um caldeirão de miséria prestes a explodir. A decisão do governo estadual deve ser avaliada neste contexto de um governo federal que parece unicamente preocupado em eleger seus correligionários.